Exposição "Do Carbono e do Amoníaco"

" Da terra ao céu e do sublime ao grotesco é o gradiente que esta seleção de gravuras do acervo da galeria Gravura Brasileira nos traz.
Assim como a vida, a gravura é química, é verniz, é ácido, é tinta, sulco, matéria escavada, gravada, retirada, exposta e reutilizada.
É madeira que vira matriz que vira papel. É cobre que corrói e cria a imagem pela ausência e pela memória.
No embate do artista com a matéria nascem as imagens desta exposição que confrontam a existência e retratam a luta da espécie humana pela sua permanência.
"Da origem da vida à ciência e à tecnologia
Da terra e da natureza à criação e ao "big bang"
Do gesto à linha
Da matéria ao rarefeito
Da herança à passagem do tempo
Do simbolismo ao modernismo
Do existencial ao simbólico
Do contemporâneo como transição e fluidez
Do desconcerto existencial
Entre o existencialismo e a ciência e entre o átomo e o cosmos, Augusto dos Anjos escreveu uma poesia violenta e visceral atravessada pela angústia cósmica e pela lembrança da morte. O Homem é finito e se decompõe. A existência humana é sujeita à biologia e a decadência do ser. O estilo grandiloquente da escrita exprime esta luta entre o excesso, a agonia e o desespero. Esta dor existencial se conecta com nosso tempo de pandemia e de autoritarismo sem possibilidade de fuga, escape ou saída. O fim da existência: Uma estética da podridão."
Eduardo Besen, março 2021
Serviço:
Galeria Gravura Brasileira
23 de março a 21 de maio de 2021.
Curadoria: Eduardo Besen
Horário de funcionamento: Segunda a Sexta: 14h00 às 18h00 ou com hora marcada
Artistas
Adriana Moreno, Ana Kesselring, André Yassuda, Antonio Carvalho, Atelier Piratininga (coletivo), Biba Rigo, Ernesto Bonato, Francisco Maringelli, Iberê Camargo, Jacqueline Aronis, Julia Goeldi, Lygia Eluf, Marco Buti, Norma Mobilon, Oswaldo Goeldi, Otávio Araújo, Paulo Camillo Penna, Regina Carmona E Ulysses Boscolo