Exposição coletiva "O desencaixar das coisas"
Exposição
- Nome: Exposição coletiva "O desencaixar das coisas"
- Abertura: 16 de dezembro 2025
- Visitação: até 14 de fevereiro 2026
Local
- Local: Pórtico
- Evento Online: Não
- Endereço: Travessa Dona Paula, 116 – Higienópolis, São Paulo
Galeria Pórtico inaugura em Higienópolis com projeto multidisciplinar para o mercado de arte paulistano
Fundada pelos sócios Adolfo Caboclo e Alexandre Zákia, novo espaço abre as portas na Travessa Dona Paula com exposição coletiva
São Paulo recebe um novo espaço multidisciplinar dedicado à arte contemporânea no circuito da capital: a galeria Pórtico. Fundada pelo curador e crítico Adolfo Caboclo, ao lado de seu sócio Alexandre Zákia, o espaço abre as portas em 16 de dezembro de 2025, com a exposição coletiva O desencaixar das coisas. Instalada na charmosa vila de casas na Travessa Dona Paula – no coração de Higienópolis – polo de galerias, residências artísticas e espaços culturais no bairro – a galeria chega para transformar a cena artística da cidade.
A Pórtico nasce com o compromisso de repensar o papel da galeria de arte na atualidade, operando como um laboratório de práticas artísticas, espaço de investigação e plataforma de circulação de ideias. "Queremos oferecer ao público um espaço dinâmico de pensamento crítico sobre arte contemporânea, unindo pesquisa, atividades educativas, formação artística e desenvolvimento de mercado", afirma Adolfo Caboclo, diretor artístico da Pórtico.
A Travessa Dona Paula foi escolhida por sua consolidação como um dos principais pontos de encontro das artes visuais em São Paulo. Ali, a galeria estará ao lado de importantes espaços culturais do bairro, como A Gentil Carioca, coleção moraes-barbosa, Zielinsky, Sardenberg, ateliê397, a residência artística Ybytu e a recém-inaugurada casa onze (espaço dedicado a um programa de residência internacional), e as editoras Celeste e Piscina Pública Edições.
Tijolo aparente e luz natural
Concebido por Noura van Dijk | Interior Design, o projeto arquitetônico transformou os 100 metros quadrados do imóvel em um espaço versátil, que abriga salas expositivas, uma pequena reserva técnica e depósito.
Preservando o refúgio urbano da Travessa Dona Paula e o conjunto de sobrados tombados pelo Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental de São Paulo (Conpresp), a proposta mescla o charme dos tijolos aparentes da fachada original com a neutralidade de uma "tela branca", pronta para receber as narrativas visuais.
Para alcançar essa atmosfera, algumas paredes internas foram removidas, ampliando a circulação e criando mais áreas para as propostas expositivas. O pátio central foi integrado e ganhou uma cobertura retrátil em lâminas de alumínio, que controla a entrada de luz e ventilação, funcionando como uma extensão das galerias. O piso em cimento queimado clareado, em diálogo com as paredes brancas, reforça a neutralidade para que as obras tenham protagonismo. O espaço sob a escada foi aproveitado com soluções funcionais, como depósito e teleiro, garantindo organização e ampliando a capacidade de arquivo da coleção.
A força da palavra: uma identidade visual que reflete os pilares da galeria
A identidade visual, criada pela designer Tamires Mazzo, reflete os valores da galeria: ser ponto de passagem, encontro e estrutura. O conceito evoca a ideia de portal – porta de acesso à arte e elo entre artistas, público e pensamento crítico. Neste sentido, o logo foi concebido fora do eixo convencional, em um jogo tipográfico que subverte a ordem. Cores expressivas e grafismo vibrante sustentam uma narrativa visual que se expande em todo o sistema de identidade, não se limitando ao símbolo.
Mostra inaugural: O desencaixar das coisas
"O desencaixar das coisas" é a exposição inaugural da Pórtico e apresenta trabalhos de 16 artistas. Com uma seleção que inclui nomes emergentes e consagrados de distintas gerações e geografias, a mostra serve como um prelúdio para a série de exposições e a programação da galeria no ciclo de 2026, refletindo a amplitude de perspectivas que orientam o projeto.
São eles: Angela Bassan (São Paulo, 1952), Caio Borges (São Paulo, 1974), Edson Chagas (Luanda, 1977), Gege Mbakudi (Luanda, 1999), Giovanna Mitrani (São Paulo, 1997), Hugo Barata (Lisboa, 1978), Inês Moura (Cascais, 1982), José Maçãs de Carvalho (Anadia, 1960), Laerte Ramos (São Paulo, 1978), Lilian Walker (Americana, 1994), Lucimélia Romão (Jacareí, 1988), Manoel Canada (São Paulo, 1966), Neno del Castillo (Rio de Janeiro, 1956 ), Omar Khouri (Pirajuí, 1948), Peter de Brito (Gastão Vidigal, 1967) e Ricardo Coelho (São Paulo, 1974).
A exposição conta com fotografias de Lucimélia Romão e do angolano Edson Chagas (vencedor do Leão de Ouro na Bienal de Veneza de 2013), vídeo do português José Maçãs de Carvalho (recentemente exposto na Bienal Internacional de Arte de Macau de 2025), além de pinturas, objetos e instalações. A mostra reflete também a interdisciplinaridade da galeria. Esse aspecto se manifesta na trajetória dos artistas, que poderão desenvolver outras pesquisas durante o ciclo de programação previsto para 2026.
Nomes como o de Omar Khouri, poeta intersemiótico cultuado desde os anos 70, e Inês Moura, participante da mostra Atlânticos, apresentada este ano no Museu da Língua Portuguesa, também deverão atuar em investigações curatoriais e educativas em 2026 junto à direção artística de Adolfo Caboclo.
Além de criar um panorama da obra dos novos artistas representados, a exposição O desencaixar das coisas instaura uma reflexão sobre o próprio espaço que ocupa, sua forma de reverberar e coexistir com outros agentes na cidade e no mundo. Essa condição de "desencaixe" sustenta a poética da mostra, estruturada em três núcleos.
O primeiro, na sala principal da galeria, absorve e dialoga com fragmentos de instalações, pinturas, vídeo e fotografias, compondo narrativas imagéticas sobre corpos e territórios. O segundo núcleo é dedicado às poéticas tridimensionais, acolhendo trabalhos que tensionam a materialidade e evocam memórias do espaço físico. Em contraponto, o terceiro momento valoriza a leveza do papel como suporte, reunindo fotografias, desenhos em carvão e poesia intersemiótica em nanquim, configurando um desdobramento sutil e etéreo da exposição.
Clube Pórtico de Colecionadores 2026
A Galeria Pórtico lança, junto à sua inauguração, o Clube Pórtico de Colecionadores, iniciativa que propõe uma nova forma de aproximação entre público, artistas e o universo da arte impressa. Com 50 vagas, o clube convida seus membros a integrar uma comunidade de colecionadores que, ao longo de 2026, receberão edições exclusivas de gravuras criadas especialmente para o projeto.
A primeira edição do clube será guiada pelo tema Poesia Intersemiótica, com curadoria do artista gráfico, poeta e pintor Omar Khouri, que durante os anos 1970 absorveu o rigor do concretismo e produziu ao lado dos seus principais atores. Ao longo do ano, Khouri selecionará seis gravuras inéditas de seis poetas intersemióticos de reconhecida atuação, distribuídas bimestralmente aos participantes – a primeira delas, assinada por Gastão Debreix.
Cada múltiplo será numerado e assinado pelo artista, acompanhado de chancela e texto curatorial da Pórtico e do curador. Além das edições, os membros terão seus nomes registrados nos materiais gráficos da galeria, descontos em cursos e objetos, e acesso privilegiado às atividades da Pórtico. A adesão anual custa R$ 4.900,00, com vagas limitadas.
SOBRE ADOLFO CABOCLO
Artista, curador, pesquisador, crítico e poeta paulistano, é especialista em arte, comunicação, gestão de negócios, neurociência e psicologia aplicada. Mestre em Estudos Curatoriais e doutorando em Arte Contemporânea no Colégio das Artes da Universidade de Coimbra, atua como crítico na Umbigo Online (Portugal) e curador de diversos projetos expositivos independentes, como o "Projeto Piccolino" (Doppo, Coimbra), "Uma exposição no escuro" (Lufapo Hub, Coimbra), além de mostras em instituições como o Museu Nacional de Arte Contemporânea (MNAC), Museu Municipal de Coimbra e o MATE Festival (Coimbra). Estudou no Venice Curatorial Course (Veneza).
SOBRE ALEXANDRE ZÁKIA
Gestor e economista natural de São Paulo. Graduado pela FEA-USP e especialista em Planejamento Estratégico pela Universidade de Stanford, foi diretor sênior do Banco Itaú, e possui mais de 50 anos de experiência no mercado financeiro. Atuou como vice-presidente da ANBIMA e do Citibank, e membro do Conselho de Administração da KINEA. Pioneiro na gestão de fundos ESG, com destaque para os fundos Excelência Social e Ecomudança no Banco Itaú. Amante das artes, da música e dos vinhos, foi também o criador e gestor do primeiro fundo de vinhos do Brasil (BWF – Bordeaux Wine Fund).
SERVIÇO
Inauguração da galeria Pórtico e abertura da exposição coletiva O desencaixar das coisas
16 de dezembro de 2025 até 14 de fevereiro de 2026
Terça a sexta, das 10h às 19h, e sábados, das 10h às 17h
Pórtico
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