I am Light #60

Na sequência do raciocínio de "#I_am_on_line", veio "I am light". Na esperança de ajudar os espectadores a entender que a felicidade vem de dentro, Wickbold faz um convite para olhar a si próprio e buscar a compreensão de que tudo que precisamos, na realidade, está dentro de nós mesmos. "Quando ficamos absorvidos por esse ambiente das redes sociais sempre estaremos insatisfeitos, porque a vida do outro parece que tem mais valor do que a nossa", afirma o artista. "Essa série procura entender que o ser humano é luz e é de dentro dele que parte um universo infinito de possibilidades". Ao misturar técnicas fotográficas com a já tradicional construção de instalações humanas, feitas por meio da pintura dos modelos e de aplicações de diversos elementos, como o glitter, as imagens da série ora lembram uma explosão, ora fogos de artifício, ora lava, ora uma ebulição interna, ora um universo que está dentro da gente. Wickbold quis mostrar que podemos ser o que a gente quiser se tivermos a capacidade e a coragem de enfrentar a realidade de nós mesmos – um conflito espiritual muito grande e existencial também–, porque o ser humano sempre vai querer ser mais frágil, mostrar seu lado mais fraco. E a nossa vida sempre será superação. Para ele, somos capazes de nos redescobrir, de nos iluminar através de nossa própria existência. É preciso entender que essa redescoberta é muito mais pessoal, nós somos a nossa verdadeira fonte de inspiração e de luz. Esse é o principal mote desse trabalho. “Quando nos conectamos profundamente com nossa energia vital, percebemos que somos um grande universo de possibilidades. Isso me motivou a pesquisar diversas técnicas para representar essa iluminação espiritual”, diz o artista. Cada série acabou acompanhando um elemento principal, sua assinatura. "Naïve" era o homem craquelado, "Sexual Colors" era a tinta, "Sans Tache" os grilos destruindo as imagens, "I_am_on_line" as linhas e "I am light" o glitter que usou uma mistura de técnicas muito simples, muito fotográfica. "Apesar de meu trabalho cada vez mais me distanciar de ser apenas um fotógrafo, essa série é extremamente fotográfica. A técnica dela é uma técnica de fotografia pura. Querendo ou não é um ciclo que se encerra", diz Wickbold. "Todos os meus trabalhos vieram calcados em uma técnica que é muito diferente, mas também é muito cativante, de colocar o espectador sempre em dúvida se é uma pintura, uma fotografia, uma imagem manipulada digitalmente... É o que mais gosto de provocar no espectador, de como foi chegar naquele resultado final".