Desobjetos CX-04 - o martelo de pregar água

Os "DESOBJETOS" são destituídos de utilidade, neles há uma costura de materiais perdidos,  pedras brutas, e materiais encontrados nas caçambas de São Paulo. Neste trabalho, um quartzo bruto, encontra arames de ferro e de cobre saídos de circuitos de TVs analógicas jogadas nas caçambas, um fragmento de uma página de livro, tudo isso pendurado dentro de uma caixa de acrílico com fundo espelhado. A fragilidade, o fugidío, o passageiro, estão expressos nestas obras. O nome "Desobjetos" emprestei de um poema de Manoel de Barros. Segue o poema. OS DESOBJETOS (Do acervo de Bernardo) Prego que farfalha Uma púa de mandioca O fazedor de amanhecer O martelo de pregar água Guindaste de levantar vento O ferro de engomar gelo O parafuso de veludo Alarme para o silêncio Presilha de prender silêncio Formiga frondosa com olhar de árvore Alicate cremoso Peneira de carregar água Besouro de olhar ajoelhado A água viciada em mar Rolete para mover o sol Manoel de Barros do livro: Escritos em Verbal de Ave 2011