Livia Fontana
1979
Artista visual nasceu e trabalha em
Curitiba, Brasil.
LOADING
Mais que definir significados, o
trabalho acaba no olhar do espectador, abrindo para interpretações
particulares de acordo com a coordenação e fixação do tempo. São apropriações
de imagens e acontecimentos da internet focados na sociedade copy-paste. O
princípio básico do que se propõe a arte de Livia Fontana, o indivíduo e os
acontecimentos cotidianos tornam-se alimentos para a sua arte e suas obras
provocam ações em seu entorno. Deglute-se o que está ao redor e depois de
trabalhado o alimento é devolvido à sociedade, muitas vezes hiperbólico,
noutras fragmentado.
PINTURA
Por vezes escapistas, as imagens
criadas pela artista Livia Fontana partem de suas vivências e conhecimento
sobre história da arte. Alguns trabalhos abordam o convívio social - indivíduo
como parte do emaranhado berço brasileiro e suas particularidades culturais - e
a intimidade familiar. Outros buscam a simplicidade estética através da
paisagem, na passagem de cor, na busca pela calma interior e o belo.
Formada em Publicidade e Propaganda em 2002 pela
Universidade Positivo em Curitiba, Livia cursou extensão em Design Gráfico, Fotografia
e técnicas de impressão na Central Saint Martins College of Art and Design, em
Londres em 2003/04. Depois de trabalhos com direção de arte de filme, Livia
Fontana decide dedicar-se às artes visuais através de pinturas, fotografias e
apropriações.
Em Curitiba expôs no Museu Alfredo
Andersen pinturas sobre fotografias na individual Ninhos em 2014. Participou da
exposição coletiva Origami Curvo, na Bienal de Curitiba em 2016. Participou
da Feira Art Rio 2017. Duas obras da série de apropriações Loading foram
adquiridas em 2018 pelo acervo do Museu Oscar Niemeyer. Em 2019 participa da
exposição coletiva “Com título, sem título” com curadoria de Aguinaldo Farias,
no MON.
Em 2015 funda a Boiler Galeria em
Curitiba, representando artistas contemporâneos brasileiros. Desenvolveu a
curadoria de diversas exposições nos 5 anos da Boiler. A galeria participou
de feiras como a SP Arte, Arte Rio, BerlinerListe em Berlim e Pinta Miami. Em
2019, Livia descontinua o trabalho de galerista para dedicar-se apenas à
produção artística particular.
Em 2021 ocupa a sala Torre no Espaço
Cultural BRDE com a exposição de fotografias Mãe Mar. Em 2022 participa do
catálogo de 20 anos do MON e da instalação coletiva Terzzo Paradiso de
Michelangelo Pistoletto. Em 2023 tem duas obras Loading expostas no Mon em uma
coletiva chamada “Patronos”.
Atualmente dedica-se principalmente à
prática e pesquisa poética da pintura e seus desdobramentos.
Texto por Amélia Correa para exposição
Mãe Mar, no Espaço Cultural BRDE
Texto Crítico:
Coletora de imagens: resgate, transformação e sublimação
Amélia
Siegel Corrêa
Num mundo com excesso de imagens, qual é o sentido
de criar mais uma? Essa questão, que orienta a pesquisa de Lívia Fontana,
fornece um caminho para refletir sobre Mãe Mar, em que a
artista realiza uma reflexão sobre apropriação, autoria e o sentido das imagens
no mundo contemporâneo.
O aceleramento do ritmo da vida e a efemeridade das
imagens se materializam nos Loadings, que mostram também a beleza
dos processos e a potência do entrelugar. A iminência do que não virá, a
escalada do fugaz. Mas há também outra camada: aquela das memórias afetivas da
recente maternidade da artista, vivenciada pouco tempo depois de perder a mãe.
Imensidão de sentimentos, mar de ironias. Ironias também estampadas nos olhos
saltados das Beatas Bordando, resgatadas da caixa de
fotografias da família e que se agregam à arquitetura da casa como um site
specific. São as guardadoras da moral que escrutinam a vida alheia. Nesse
plano, as diferenças se diluem. A vida vigiada em rede, o imperativo de
representar, a necessidade de conexão. Lívia recupera o que vemos sem enxergar.
Mãe Mar evoca o infinito emaranhado da vida, num movimento pendular entre o
passado e o presente em busca de um entendimento de si, despertado pela morte e
pelo nascimento. Em tempos de pandemia e de um cotidiano tão árido, o escapismo
contemplativo evocado pelos Loadings traz uma centelha de paz,
um suspiro, um descanso. E faz lembrar que é a falta e a imperfeição que nos
tornam humanos.
Clipping
Link Exposição Mãe mar, BRDE - https://olharcomum.wordpress.com/2021/08/11/mae-mar-exposicao-individual-de-livia-fontana/
https://www.brde.com.br/palacete/exposicao/mae-mar/
https://www.youtube.com/watch?v=lXw2i0kQTkY&t=344s
_Jornal GloboNews – matéria sobre art
Rio 2017
_Programa Um Artista, Canal Arte 1,
2019
_Revista TopView - Capa e matéria de
capa inspirados no trabalho Loading, 2019
_Oficina Ministrada no Mon Por que a
arte é tão importante para nós?, 2021
_Revista Casa Sul – matéria sobre
pesquisa poética por Daniela Carazzai, 2021
_Catálogo 20 anos do Mon – Loadings do
acervo do museu
Por: Galeria Zilda Fraletti