Galerias Representantes
Claudia Nên
Artista plástica natural de Itabaiana (Sergipe). Iniciou seu trabalho artístico com o desenho, logo depois transitou entre a técnica da xilogravura e da escultura. Como resultado desse diálogo surgiu a escultura em argila que traz fortes elementos da xilogravura, seja na representação do imaginário popular ou de temas da contemporaneidade.
Em muitos de seus trabalhos é possível perceber um movimento dialético que nos conecta a duas temporalidades, muitas vezes percebidas como distantes e distintas, o imaginário cultural e popular brasileiro e os conflitos próprios da sociedade contemporânea. O primeiro é percebido sobretudo nas técnicas empregadas, o segundo na forma-conteúdo.
Desse movimento, que confronta a tradição com o tempo presente e um futuro inexistente, emerge um ser humano solitário que longe da alegria – geralmente associados as festas, aos ritos e as tradições populares nordestina – demonstra uma angústia própria da solidão, do individualismo, da impossibilidade contemporânea da experiência e do existir enquanto comunidade.
Em sua produção, o tradicional conjunto nordestino perde o tom celebratório e sua unidade. Os tocadores, com os olhos e bocas arqueados negativamente, se conectam nos seus individualismos e introspecção. Seus rígidos marinheiros, com olhares atemporais, tentam equilibrar suas solidões, pequenez e minúsculos barcos em um presente absoluto. A mítica hidra grega, assume a forma antropomórfica e parece materializar a dilaceração e fragmentação identitária do homem contemporâneo. Seus pares, alienados do presente que os conecta e para o qual o novo e o velho parece não atuar como referência ou elo de ligação, olham em direções opostas.
Outro tema presente em sua produção, a ideia do duplo, assume a forma de uma impossibilidade. O sujeito (e seu duplo) não consegue efetivar o processo de duplicação e individualização do eu. Do mesmo modo, suas tentativas de materializar ações colaborativas resultam em arranjos formais desconfortáveis como a evidenciar a impossibilidade do existir coletivamente.
É possível pensar a produção de Claudia Nên, desde uma perspectiva do indivíduo, com uma explicitação da problemática condição do homem pós contemporâneo e o seu destino. Seus fracassos, frustrações e impossibilidades. Suas indagações, por não apresentarem saídas, nos insere no mesmo impasse e dilaceração em que se encontra: a solidão de um presente absoluto.
FORMAÇÃO
- Especialização em Artes Visuais - Cultura e Criação. Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial - SENAC- SE. 2011 - 1012.
- Licenciatura em Artes Plásticas. Universidade Federal da Paraíba - UFPB/PB. 2005 - 2009.
EXPOSIÇÕES INDIVIDUAIS
2018
- TRANSIÇÃO, no KARTHAZ Ateliê Cultural, em João Pessoa/PB
2016
- ENCAIXES no Escritório de Arte Ypsilone, Novembro / 2016. São Paulo-SP
2015
- "SEM PRETENSÃO", no Café da Gente - Museu da Gente Sergipana, Aracaju/SE.
EXPOSIÇÕES COLETIVAS
2018
- Exposição Confluências -FIM DE LINHA, na galeria do SESC - Aracaju-SE
- Galeria de arte CASA DE PASSARINHO, na Aruana - Aracaju-SE
2017
- Exposição "entre a Cruz e as Rosas” no Museu de Arte Sacra de Laranjeiras-SE.
- Exposição 30 anos da Bienal Naïfs do Brasil, no SESC belenzinho / São Paulo.
- Exposição em Homenagem aos 50 anos do Conselho Estadual de Cultura de Sergipe, realizada pela secretaria de Estado da Cultura, no Corredor Cultural Wellington dos Santos.
2016
- Selecionada pelos Imãos Campana para a revista Vogue, Agosto/2016.
- Corredor cultural SECULT - (Secretaria de Estado da Cultura) Agosto, Aracaju/SE
2015
- Selecionada para o 23º Salão de Artes Plásticas de Mococa/SP.
- Selecionada para a exposição no Centro Cultural Justiça Federal - CCJF, Rio de Janeiro/RJ.
- Exposição no Espaço Cultural "Djenal Queiroz" - Assembléia Legislativa de Sergipe.
- Exposição "SEM PRETENSÃO", no Café da Gente - Museu da Gente Sergipana, Aracaju/SE.
2014
- Convidada para a Exposição Xilogravura - A Arte que vem da Madeira, na pinacoteca da Fundação Cristovão Varella, Murié/MG.
- Selecionada e premiada 12ª edição da Bienal Naïfs do Brasil, no SESC-Piracicaba/SP.
2013
- "30 Anos de Gravura no Brasil" no SESC-Pompéia, São Paulo/SP.
- XVII CONGRESSO DA SAB - (Sociedade Brasileira de Arqueologia) “Arqueologia sem Fronteiras”, Aracaju/SE.
2012
- Selecionada para a 2ª Edição do Projeto “CAJU NA RUA”, Aracaju/SE.
- Selecionada para a 3ª Mostra PRÊMIO OBJETO BRASILEIRO, Casa Museu Objeto Brasileiro, São Paulo/SP
2010
- "Junto de Oito" no Espaço Cultural Sociedade Semear. Galeria Jenner Augusto, Aracaju/SE.
2007
- INTEGRAÇÃO 275 realizada no NAC (Núcleo de Arte Contemporânea) em comemoração aos 30 anos do NAC, Paraíba/PB.
- II Arte Postal no SESC/Paraíba/PB.
- TRT (Tribunal Regional do Trabalho). Paraíba/PB.
2006
- "Galeria de Rua", mostra coletiva do projeto Festival de Arte da Cidade de João Pessoa, criada pela ASSOCIART/PB.
- "VISÕES", realizada na reitoria da Universidade Federal da Paraíba - UFPB.
2005
- FASC (Festival de Arte de São Cristóvão), com a exposição ENTREOLHAR, Artes plásticas e fotografias, São Cristóvão, Aracaju/SE.
- Selecionada para o XII SNAP, Salão dos novos artistas plásticos, realizado no ESPAÇO CULTURAL DO SESC, em João Pessoa/PB, 2ª Colocação na categoria Pintura.
- “Agentes de Abril” no Espaço Cultural Deputado Djenal Queiroz, Palácio do Governador João Alves Filho, Aracaju/SE.
- A MULHER e o [objeto], Galeria J.Inácio. Aracaju/SE.
2004
- CULTART (Centro de Cultura e Arte) da Universidade Federal de Sergipe.
- Participou da intervenção "INTIMA ARTE" com o artista plástico Fabio Sampaio no restaurante Teimonde. Aracaju-SE.
2003
- Participou de uma exposição juntamente com o xilogravador André Gustavo, no projeto chamado "Quintas da Assaim" no MELODIA BAR. Aracaju-SE.
2002
- Selecionada e premiada na XIII Salão dos Novos. Galeria Álvaro Santos. Aracaju-SE.
PRÊMIOS E PARTICIPAÇÕES EM SALÕES
- Selecionada pelos Imãos Campana para a revista Vogue, Agosto/2016.
- 23º Salão de Artes Plásticas de Mococa/SP 2015 (Selecionada).
- II Edição do esculturas monumentais do Rio de Janeiro/RJ 2015. (Selecionada).
- Bienal de Arte Naifs do Brasil, Piracicaba/SP 2014. (Prêmio incentivo).
- 3º Mostra PRÊMIO OBJETO BRASILEIRO, Casa Museu Objeto Brasileiro, São Paulo/SP 2012. (Selecionada).
- XII SNAP- Salão dos Novos Artistas Plásticos. Espaço Cultural do SESC/PB (2ª colocada) 2005.
- XIII Salão dos Novos. Galeria Álvaro Santos. Aracaju/SE (Menção honrosa) 2003.
Atualmente é representado pelo escritório de arte Rosana Boaventura.