Sala de Vídeo: Vídeo nas Aldeias
Exposição

Sala de Vídeo: Vídeo nas Aldeias

Exposição

  • Nome: Sala de Vídeo: Vídeo nas Aldeias
  • Abertura: 13 de junho 2025
  • Visitação: até 10 de agosto 2025

Local

  • Local: MASP — Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand
  • Evento Online: Não
  • Endereço: Avenida Paulista, 1578 – Bela Vista

MASP exibe principais obras do projeto Vídeo nas Aldeias


"Nenhuma árvore quer morrer, a floresta também tem espírito", diz uma voz Mbya-Guarani no filme Bicicletas de Nhanderú, um dos destaques da mostra que reúne diferentes visões indígenas sobre natureza, memória e espiritualidade



O MASP – Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand apresenta, de 13 de junho a 10 de agosto, a Sala de Vídeo: Vídeo nas Aldeias. Parte da programação do museu dedicada ao tema Histórias da ecologia, a exposição retrata a diversidade dos povos indígenas em seus modos de ver, habitar e se relacionar com o mundo e com o meio ambiente. A mostra reúne os filmes Amne Adji Papere Mba – Carta Kisêdjê para o RIO+20 (2012), de Kamikia Kisêdjê; Bicicletas de Nhanderú (2011), de Ariel Duarte Ortega Kuaray Poty e Patrícia Ferreira Pará Yxapy; e Yaõkwa – Imagem e Memória (2020), de Vincent e Rita Carelli. 


Os filmes foram realizados a partir de processos coletivos e oficinas promovidas pelo projeto Vídeo nas Aldeias, idealizado em 1986 pelo antropólogo e documentarista franco-brasileiro Vincent Carelli (Paris, França, 1953). O projeto surgiu com a iniciativa de registrar comunidades indígenas e exibir essas imagens para os próprios povos filmados. Com o tempo, consolidou-se como um programa de formação de cineastas indígenas no Brasil, oferecendo oficinas, apoio técnico e doação de equipamentos audiovisuais. 


Com curadoria de Isabela Ferreira Loures, assistente curatorial, MASP, a mostra aborda uma concepção de ecologia baseada em cosmologias indígenas, na qual o meio ambiente não é visto como recurso ou paisagem, mas como campo de relações que compreende a espiritualidade e a própria existência. "Esses filmes revelam uma maneira diferente de se relacionar com o mundo e de existir no mundo. Uma forma de compreender o meio ambiente como algo expandido, que vai além da ideia de preservação pela preservação. O meio ambiente, para essas comunidades, é o próprio meio de vida", diz a curadora. 


Na mostra, os filmes são exibidos em sequência, em projeções contínuas. Amne Adji Papere Mba – Carta Kisêdjê para o RIO+20 (2012), de Kamikia Kisêdjê, é um vídeo manifesto das mulheres Kisêdjê contra o desmatamento das florestas e a poluição dos rios decorrentes da construção da usina de Belo Monte, no Xingu. O filme foi produzido pela cineasta e pelo Coletivo Kisêdjê de Cinema como uma mensagem do seu povo para a RIO+20. Nesse contexto, as mulheres tomaram a frente dos depoimentos, expressando com contundência sua apreensão diante da devastação da Amazônia e do futuro de seus netos.


Bicicletas de Nhanderú (2011), de Ariel Duarte Ortega Kuaray Poty e Patrícia Ferreira Pará Yxapy, cineastas Guarani Mbya, oferece uma imersão na espiritualidade presente no cotidiano dos Mbya-Guarani da aldeia Koenju, evidenciando uma relação simbiótica do povo com a floresta.


Yaõkwa – Imagem e Memória (2020), de Vincent e Rita Carelli, acompanha o retorno à comunidade Enawenê Nawê, no Mato Grosso, para devolver imagens filmadas ao longo de quinze anos pelo Vídeo nas Aldeias. Esses registros documentam o Yaõkwa, o ritual mais longo da comunidade, em que os mestres de cerimônia entoam, por sete meses, diversos cantos para manter o equilíbrio entre o mundo terreno e o espiritual. Quinze anos depois, os Enawenê Nawê reverenciam essas imagens, reencontrando parentes falecidos, costumes esquecidos e cantos rituais preciosos.


Sala de Vídeo: Vídeo nas Aldeias integra a programação anual do MASP dedicada às Histórias da ecologia. A programação do ano também inclui mostras audiovisuais de Emilija Škarnulytè, Inuk Silis Høegh, Janaina Wagner, Maya Watanabe e Tania Ximena.



SOBRE O VÍDEO NAS ALDEIAS 


O Vídeo nas Aldeias é um projeto audiovisual criado em 1986 com o propósito de fortalecer o cinema indígena brasileiro. Idealizado por Vincent Carelli, o Vídeo nas Aldeias se dedicou, inicialmente, a registrar a cultura de diferentes povos indígenas brasileiros, apresentando as filmagens para as próprias comunidades. A partir de 1997, o projeto expandiu suas atividades para incluir oficinas audiovisuais realizadas junto a esses povos e passou a distribuir equipamentos de filmagem para que os participantes tivessem autonomia na representação de sua própria cultura. Desde então, a formação de cineastas indígenas e o suporte técnico para a produção de filmes se tornaram pilares da atuação do projeto. 



SERVIÇO


SALA DE VÍDEO: VÍDEO NAS ALDEIAS 

Curadoria: Isabela Ferreira Loures, assistente curatorial, MASP


2º subsolo, Edifício Lina Bo Bardi

Visitação: 13.6.2025 a 10.8.2025


MASP — Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand

Avenida Paulista, 1578 – Bela Vista, São Paulo, SP 01310-200 

Telefone: (11) 3149-5959

Horários: terças grátis, das 10h às 22h (entrada até as 21h); quarta e quinta das 10h às 18h (entrada até as 17h); sexta das 10h às 22h (entrada gratuita das 18h às 21h); sábado das 10h às 22h (entrada até as 21h); domingo, das 10h às 18h (entrada até as 17h); fechado às segundas. 

Agendamento on-line obrigatório pelo link masp.org.br/ingressos

Ingressos: R$ 75 (entrada); R$ 37 (meia-entrada)

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