Mostra coletiva "História(s) da arte brasileira | multiplicidade da coleção Moraes e Oliveira"
Exposição
- Nome: Mostra coletiva "História(s) da arte brasileira | multiplicidade da coleção Moraes e Oliveira"
- Abertura: 04 de fevereiro 2025
- Visitação: até 13 de abril 2025
Local
- Local: Galeria Vitrine
- Evento Online: Não
- Endereço: CAIXA Cultural Brasília SBS – Quadra 4 – Lotes 3/4
História(s) da arte brasileira |
multiplicidade da coleção Moraes e Oliveira
No dia 4 de fevereiro, a partir das 19h, a CAIXA Cultural Brasília inaugura a mostra "História(s) da arte brasileira | multiplicidade da coleção Moraes e Oliveira", com obras do acervo privado dos colecionadores Onice Moraes e José Rosildete de Oliveira construído ao longo de 30 anos de pesquisas e aproximações com artistas, curadores, pesquisadores e instituições.
Com curadoria de Renata Azambuja e curadoria adjunta de Emerson Dionísio, a mostra ocupa a Galeria Vitrine com obras de 72 artistas brasileiros contemporâneos que produzem desde os anos 1960 e abordam questões sociais e artísticas a partir de suportes e linguagens diversas e inovadoras. A mostra fica em cartaz até o dia 13 de abril, com visitação de terça a domingo, das 9h às 21h. A entrada é franca e livre para todos os públicos. A CAIXA Cultural Brasília fica no SBS Quadra 4, Lotes 3/4.
Esta é a primeira vez que o público poderá ver um recorte significativo e diversificado da coleção Moraes e Oliveira. Algumas obras do acervo dos colecionadores já haviam sido exibidas individualmente ou em pequenos agrupamentos em exposições retrospectivas de artistas ou em coletivas em instituições como o Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), o Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand (Masp), A Fundação Getúlio Vargas, o Museu Nacional da República, a CAIXA Cultural, o Centro Cultural TCU, a Galeria de Arte Antônio Sibasolly e a Galeria de Arte da Faculdade de Artes Visuais da Universidade de Goiás.
A história da Coleção Moraes e Oliveira se confunde com a história da Referência Galeria de Arte, fundada pelo casal em Brasília em 1995 como forma de aproximar-se de artistas e demais agentes da arte brasileira, compartilhar com o público o gosto pelo colecionismo de arte e disseminar a produção artística do Centro-Oeste. "O objetivo desta exposição é compartilhar com o público o prazer de conviver com algumas das obras de arte que fazem parte de nosso acervo. São trabalhos de artistas brasileiros que fazem parte da história da arte brasileira ao longo dos últimos 60 anos", afirmam os colecionadores.
Para a realização da mostra, os colecionadores convidaram os curadores Renata Azambuja e Emerson Dionísio Oliveira para conhecer, pesquisar e selecionar as peças para exposição. A exposição que entra em cartaz na CAIXA Cultural Brasília está organizada em cinco núcleos: Primeiras Aquisições (de 1995 a 2005); Percursos da Linha; Corpóreos; Vistas; e Fronteiriços (combinações de materiais, técnicas, palavras, entre outros). Alguns artistas participam em um ou mais núcleos.
O Núcleo Primeiras Aquisições (de 1995 a 2005) é formado por obras de Amilcar de Castro, Antônio Poteiro, Athos Bulcão, Bené Fonteles, Carlos Vergara, Claudio Tozzi, Elder Rocha Filho, Francisco Galeno, Iberê Camargo, Leda Watson, Luiz Áquila, Omar Franco, Ralph Gehre, Rubem Valentim, Rubens Gerchman, Selma Parreira, Shirley Paes Leme e Talles Lopes.
O Núcleo Percursos da Linha é formado por Almandrade, Ascânio MMM, Athos Bulcão, David Almeida, Eduardo Sued, Franz Krajcberg, Franz Weissmann, Helô Sanvoy, Iole de Freitas, José Roberto Bassul, Luciana Paiva, Manfredo de Souza Neto, Marcelo Solá, Nelson Félix, Paulo Whitaker, Raquel Nava, Ralph Gehre e Roberto Burle Marx.
O Núcleo Corpóreos é formado por obras de Adriana Vignoli, Alex Cerveny, Alfredo Ceschiatti, Alice Lara, Athos Bulcão, Azul, Christus Nóbrega, Dalton Paula, Elder Rocha Filho, Glauco Rodrigues, Glênio Bianchetti, Glenio Lima, Maciej Babinski, Marcelo Feijó, Miguel Simão, Pedro Ivo Verçosa, Siron Franco e Virgílio Neto.
O Núcleo Vistas é formado por obras de Camila Soato, David Almeida, Emmanuel Nassar, Fernando Madeira, Karina Dias, Leda Catunda, Luiz Gallina, Luiz Mauro, Pedro Gandra, Rodrigo Godá e Veridiana Leite.
O Núcleo Fronteiriços é formado por obras de Adriana Vignoli, Alex Cerveny, André Santangelo, Carlos Vergara, Christus Nóbrega, Clarice Gonçalves, Fernando Lucchesi, Gê Orthof, João Angelini, Luiz Hermano, Pitágoras, Raquel Nava, Ralph Gehre, Roberto Magalhães, Rodrigo Cruz, Shevan Lopes e Wagner Barja.
Segundo a curadora, a coleção de Onice e José Rosildete possui características únicas, resultantes de uma vivência peculiar dentro do ecossistema das artes. "Eles não são simples apreciadores. Trata-se de um acervo construído por galeristas atentos às mudanças e aos humores do mercado, bem como às oscilações de gosto e de estratégias curatoriais. O acervo de 900 peças tem a capacidade de revelar a densidade específica de cada contribuição autoral enfocada, bem como os contextos da produção artística em Brasília, no Centro-Oeste e nos principais centros culturais brasileiros. Não há, portanto, uma só maneira de vislumbrar uma coleção tão diversa como essa. Ela permite inúmeros percursos e possibilidades", afirma Renata Azambuja.
Pesquisador de coleções privadas e institucionais, Emerson Dionísio, curador adjunto da mostra, diz que a coleção Moraes e Oliveira tem quatro pontos fortes visíveis.: "Investe na produção do Distrito Federal: nesse tocante é heterogênea, pois possui os principais artistas da região, desde os artistas que ajudaram a construir Brasília até uma geração que se consolidou a partir dos anos 2000. Constrói uma ponte com a produção do eixo Rio-São Paulo, especialmente a pintura produzida após os anos 1980, considerando ao menos duas gerações distintas onde podemos destacar Carlos Vergara, Luiz Áquila, Rubens Gerchman, Claudio Tozzi, Roberto Magalhães, Paulo Whitaker, Nelson Félix, Alex Flemming, entre outros. Funciona como uma mostra da produção contemporânea goiana como Selma Parreira, Siron Franco, Cleber Gouvea, Marcelo Solá, Poteiro e Dalton Paula, apenas para citar alguns. E, por fim, é uma coleção que corre riscos com artistas jovens, cujas carreiras não estão estabilizadas. São apostas geralmente locais e chegam à coleção graças ao bom "olho" dos colecionadores. Essa última característica ajuda a recompor continuamente a coleção e afastá-la do modelo conservador das carreiras celebradas".
Por outra perspectiva, "a coleção nos ajuda a compreender os principais embates da pintura nas últimas cinco décadas, aqui no DF e no Brasil, os dilemas da figuração, a crise da representação, os diálogos com pintura urbana, os debates sociais, os caminhos percorridos pelas abstrações e arte conceitual. Podemos encontrar um panorama importante dessa linguagem, independentemente das excelentes esculturas, fotografias, instalações e gravuras presentes, a pintura é o ponto forte da coleção.
Sobre a Coleção Moraes e Oliveira
A Coleção Moraes e Oliveira começa a ser desenhada a partir do início dos anos 1990. Ela surge como um desejo do casal Onice e José Rosildete de aproximar-se cada vez mais da produção de artistas do Centro Oeste e dos demais estados brasileiros que fazem parte da construção da arte brasileira. Como forma de levar adiante seu projeto, o casal fundou a Referência Galeria de Arte em 1995. A partir de então, alguns objetivos foram delineados: ampliar a aproximação com os artistas e os demais agentes da arte e fomentar o gosto pelo colecionismo entre o público de Brasília. Ao longo de mais de três décadas a coleção criou corpo e adquiriu contornos variados até chegar ao formato que hoje abriga mais de 900 obras, abrangendo uma relevante produção artística desde os anos 1960.
A Coleção Moraes e Oliveira reflete acima de tudo o prazer por compartilhar com a família, os amigos e o público a paixão pela produção artística brasileira: singular, criativa, inquietante, contestadora, revolucionária e bela. O acervo abriga trabalhos de artistas que se destacaram por suas investigações de suportes, técnicas, materiais e linguagens diversas e por abordar questões sociais, políticas, históricas e estéticas do País a partir dos anos 1960. Em constante expansão e transformação, a Coleção do casal segue seu curso sem se desconectar daquilo que a constituiu desde o início desta jornada: a reunião organizada de obras que representem a produção de artistas do Centro Oeste e das demais regiões do País, representativos da formação histórica da arte brasileira.
Sobre os curadores
Renata Azambuja é historiadora da arte, curadora e arte-educadora. Licenciada em Artes Plásticas pela UnB, Mestre em Teoria e História da Arte Moderna e Contemporânea pelo City College/City University of New York e doutora em Teoria e História da Arte pela UnB, realizando uma pesquisa em torno dos modos de produção de conhecimento da curadoria, tendo a residência como foco. Recentemente criou os sites https://www.escritosdecuradoria.com/ e https://www.xn--artessrio-51a.com.br/ onde publica artigos, textos curatoriais e outros escritos de arte de sua autoria e de pesquisadores e curadores convidados. Participou como membro de diversas edições dos comitês de seleção do Prêmio Funarte e do Prêmio PIPA.
Emerson Dionisio Oliveira é historiador da arte. Doutor em História pela Universidade de Brasília (UnB), ex-diretor do Museu de Arte Contemporânea de Campinas -SP, atualmente é professor do Departamento de Artes Visuais na Universidade da UnB e editor da Revista "MODOS - História da arte". É autor dos livros "Museus de Fora" (2011), "Instituições da Arte" (2012); "Histórias da Arte em Exposições" (2016); "Histórias da Arte em Coleções" (2016); "Histórias da Arte em Museus" (2019) e, o mais recente, "Musealização da Arte" (2023).
Serviço
História(s) da arte brasileira | multiplicidade da coleção Moraes e Oliveira
Mostra coletiva
Com obras 70 dos artistas contemporâneos brasileiros
Curadoria | Renata Azambuja
Curadoria adjunta | Emerson Dionisio Oliveira
Abertura | 04/02 | 19h
Onde | Galeria Vitrine
CAIXA Cultural Brasília
SBS – Quadra 4 – Lotes 3/4 – Brasília – DF
Visitação | Até 13/04
De terça a domingo, das 9h às 21h
Classificação Indicativa | Livre
Acesso para pessoas com deficiência
Informações | (61) 3206-9448 e (61) 3206-9449
Entrada | Franca
Patrocínio | CAIXA e Governo Federal