Exposições “Pernambuco”, de J. Borges, e “Empurrar o Céu, Criar Morada”, de Nita Monteiro
Exposição

Exposições “Pernambuco”, de J. Borges, e “Empurrar o Céu, Criar Morada”, de Nita Monteiro

Exposição

  • Nome: Exposições “Pernambuco”, de J. Borges, e “Empurrar o Céu, Criar Morada”, de Nita Monteiro
  • Abertura: 30 de abril 2025
  • Visitação: até 28 de junho 2025

Local

  • Local: Desapê - Descoleção de Arte Livros de Arte
  • Evento Online: Não
  • Endereço: Travessa Dona Paula, 07 – Higienópolis

Desapê recebe mostras de J. Borges e Nita Monteiro, em parceria com a pernambucana CHRISTAL GALERIA


O universo popular permeia as duas exposições



A Desapê - Descoleção de Arte Livros de Arte apresenta as mostras “Pernambuco” por J. Borges (1935-2024) e “Empurrar o Céu, Criar Morada” de Nita Monteiro na Travessa Dona Paula, em Higienópolis, em São Paulo. O evento marca a parceria com a pernambucana CHRISTAL GALERIA.


A partir de 30 de abril de 2025 (quarta-feira), das 12h às 19h, abre a exposição de J. Borges (1935-2024), que revela a série completa, com 16 matrizes e tiragem limitada de 30 edições de cada, que foi encomendada com exclusividade pela Christal Galeria para a solo do artista. Em 2024, as xilogravuras foram adquiridas pelo Museu Reina Sofia, em Madri, na Espanha, para compor o acervo que carrega grandes nomes da arte.


A partir de 08 de maio de 2025 (quinta-feira), das 17 às 20h, abre a exposição “Empurrar o Céu, Criar Morada” de Nita Monteiro, com curadoria de Ana Carla Soler. Em 13 obras inéditas, que datam de 2024-2025, a artista apresenta obras têxteis e desenhos que elaboram narrativas que reúnem aspectos da autoficção e reafirmam a memória. Algumas delas foram finalizadas durante sua residência artística da Oak Spring Garden Foundation, na Virgínia, nos EUA.


"(...) O conjunto de obras de Nita Monteiro é um testemunho da potência da arte na criação de outros mundos. Reconfigurando padrões, símbolos, formas e texturas, ela busca compreender melhor o espírito humano em um ecossistema incerto, efêmero e em constante transformação", afirma Ana Carla Soler no texto crítico da mostra.



Sobre o artista


Foi através das histórias contadas na hora de dormir pelo pai, o agricultor Joaquim Francisco Borges, que José Francisco Borges, o mestre J. Borges (1935-2024), enveredou pelo mundo da sonora e ritmada poesia de cordel. Nasceu no Sítio Piroca, zona rural de Bezerros, município do Agreste Central, no dia 20 de dezembro de 1935. Seguiu a mesma sina dos meninos vindos de famílias pobres, trocando as brincadeiras da infância pelo trabalho. Aos oito anos de idade já estava na lavoura e, aos dez, vendia na feira da cidade colheres de pau que ele mesmo produziu. Só frequentou a escola por dez meses, aos 12 anos, e na adolescência agarrou todas as chances dadas pela vida: foi passador de jogo de bicho, pedreiro, carpinteiro, pintor de parede, oleiro, trabalhador da palha da cana de açúcar e vendedor. Encontrou seu caminho aos 21 anos e através dele se tornou artista consagrado, com obra premiada e admirada em todo o mundo.


A secular literatura de cordel - que revela em textos poéticos, impressos em folhetos, histórias reais e fantásticas - foi o contraponto na vida do pequeno José Francisco e de seus irmãos, nos anos de 1940. Com a grande seca de 1952, que trouxe graves repercussões sociais e econômicas para o Nordeste, J. Borges, então com 17 anos, migra com a família para a Zona da Mata, vivendo durante 15 anos entre os municípios de Escada e Ribeirão. É nessa época, mais precisamente em 1956, que ele, depois de passar por muitas ocupações profissionais, decidiu ser vendedor de cordéis (folheteiro), divulgando a literatura popular pelas feiras e praças públicas do interior de Pernambuco e dos estados vizinhos.


Em 1964, estimulado pelo poeta e amigo Olegário Fernandes, escreveu o primeiro folheto, O Encontro de Dois Vaqueiros no Sertão de Petrolina, com capa ilustrada pelo mestre cordelista e xilogravurista Dila (José Soares da Silva), patrimônio vivo da cultura pernambucana. O folheto, que narra a disputa dos vaqueiros pelo prêmio (a filha do coronel), teve cinco mil exemplares vendidos em apenas dois meses. O desempenho estimulou o artista a produzir, no ano seguinte, o segundo cordel, O Verdadeiro aviso de Frei Damião sobre os Castigos que vêm, com o qual se iniciou na técnica da xilogravura. Com pouco dinheiro disponível, J.Borges criou o desenho da capa, que trazia a fachada da igreja matriz de Bezerros, numa tentativa de reproduzir a igreja de Juazeiro (CE) onde Frei Damião pregava.


Sua xilogravura ganha projeção a partir dos anos 1970, quando os artistas plásticos José Maria de Souza (1935- 1985) e Ivan Marquetti (1941-2004), em visita a Bezerros - para onde tinha voltado em 1967 - encomendam as primeiras gravuras em grande formato, tendo como temática o folclore nordestino. Por intermédio deles, o trabalho elaborado com maestria no interior do Estado é apresentado a Ariano Suassuna (1927-2014), que se tornou seu amigo.


Em madeiras como a imburana e o louro canela, usadas no entalhe cuidadoso das matrizes que dão origem às gravuras, mestre J. Borges plasma, reinventa e dá nossos significados ao imaginário nordestino. Um universo densamente povoado por figuras encantadas, seres alados, animais, anjos, demônios, o povo e sua resiliência, cangaceiros, vaqueiros, cantadores, entre outros tantos heróis populares talhados sob o sol do Sertão.


Ao longo de mais de 50 anos de uma fecunda trajetória artística, J.Borges produziu 314 folhetos de cordel e um número incalculável de xilogravuras já expostas em diversos museus - como o Louvre (França), o de Arte Popular do Novo México (Santa Fé, EUA), o de Arte Moderna de Nova York (EUA) e a biblioteca do Congresso norte-americano (Washington, EUA), considerada a maior do mundo e que tem em seu acervo uma coleção do pernambucano. Desde os anos 1990, divide seu tempo entre Bezerros e o resto do mundo. Já ministrou oficinas e apresentou a cultura popular nordestina em mais de vinte países, entre eles, Estados Unidos, México, Cuba, França, Alemanha, Suíça, Portugal, Itália, Espanha, Holanda, Bélgica, Argentina e Venezuela.


Comparado a Pablo Picasso pelo jornal New York Times (2006), que também o considerou “gênio da cultura popular”, J. Borges ilustrou livros de importantes nomes como o do uruguaio Eduardo Galeano (1940-2015), As palavras andantes; José Saramago (1922-2010), O Lagarto; Miguel de Cervantes, em edição comemorativa aos 400 anos D.Quixote (2005), e do livro Contos Maravilhosos Infantis e Domésticos (2012, Editora Cosac Naify), que marcou o bicentenário da primeira edição dos contos dos irmãos Grimm. O pernambucano foi, ainda, o único artista brasileiro convidado a participar do Calendário da Organização das Nações Unidas (2002), apresentando a gravura “A vida na floresta”.


Recebeu importantes prêmios, como a medalha de honra ao mérito da Fundação Joaquim Nabuco (1990); o Prêmio de Gravura Manuel Mendive, na 5ª Bienal Internacional Salvador Valero (Venezuela, 1995); a Comenda Ordem do Mérito Cultural (1999, Ministério da Cultura); o Prêmio Arte na Escola Cidadã (2000, Instituto Arte na Escola e Unesco), entre outros.


Artista popular autodidata, poeta, xilogravador, patrimônio vivo de Pernambuco e pai de 18 filhos, J.Borges tem especial atenção às oficinas que realiza para jovens e crianças em seu Memorial, que também abriga o Museu da Xilogravura, ateliê e loja.



Sobre a artista


Nita Monteiro nasceu em Volta Redonda (RJ) em 1990 e criada em Angra dos Reis (RJ), atualmente vive e trabalha em São Paulo, Brasil. Sua prática artística se dedica à investigação dos materiais que habitam o espaço doméstico, afetivo e cotidiano. Os fragmentos de objetos presentes em suas obras são tratados não como simples objetos, mas como resquícios de consciência, testemunhos da vida familiar e guardiões de memórias e histórias.


A partir desses materiais e outros elementos têxteis, a artista ressignifica, recompõe e cria novas narrativas como uma forma de ficcionalização da vida, entrelaçando histórias ouvidas e vividas, ciência e mito, passado e presente. Ora, são criadas realidades fantásticas, ora, ficções biográficas, sempre buscando estabelecer uma ponte entre passado e presente, permitindo que narrativas possam ser reimaginadas.


Formada em Arquitetura e Urbanismo pela USP. Abriu sua primeira exposição individual intitulada “Seja Bem-vindo. Se vier por bem, pode entrar”, no MARP (Museu de Arte de Ribeirão Preto”. Recebeu o Prêmio Aquisição no 49o SARP e o prêmio honorífico no 18o Salão Ubatuba de Artes Visuais. Participou da Contextile - Bienal de Arte Têxtil Contemporânea em Portugal e de exposições em instituições como o Museu da Inconfidência, Museu de Arte Moderna da Bahia, Museu Victor Meirelles, Centro Cultural Banco do Nordeste, entre outras. Realizou residências artísticas no Instituto de Arte Contemporânea de Ouro Preto, na Casero e na Córtex Frontal, em Portugal. Em 2025, integrará o programa de residências da Oak Spring Garden Foundation nos Estados Unidos.



Sobre o espaço


A Desapê é um projeto de galeria itinerante, descoleção de obras de arte e livros de artista, pesquisa, mostras e feiras de arte. Criado por Rita M M Barbosa.



Sobre a Galeria


Em 2025 a Christal Galeria estabeleceu como parâmetros e contornos para sua programação anual apresentar em exposições, em mostras itinerantes e em ocupações em outros equipamentos culturais a produção de artistas que dialogam com as transformações atuais do mundo contemporâneo guiados por 4 eixos, sendo eles sustentabilidade e meio ambiente; globalização e hibridismo cultural; engajamento político e social e diversidade e inclusão.


Esse amplo espectro irá nortear as ações que a Christal Galeria impulsionará indo de encontro com seu propósito fundamental de atuar para a promoção das Artes no contexto regional e nacional, valorizando expressões culturais variadas para alcançar um público diverso, pautada pelos princípios de responsabilidade social em relação à comunidade artística e do entorno de seu território de atuação.



Serviço


exposição “Pernambuco” por J. Borges

abertura: 30 de abril de 2025 (quarta-feira), das 12h às 18h

visitação: até 28 de junho de 2025

quarta a sábado, das 12h às 18h

entrada gratuita


exposição “Empurrar o Céu, Criar Morada” de Nita Monteiro

curadoria: Ana Carla Soler

abertura: 08 de maio de 2025 (quinta-feira), das 17h às 20h

visitação: até 28 de junho de 2025

quarta a sábado, das 12h às 18h

entrada gratuita


local: Desapê - Descoleção de Arte Livros de Arte

Travessa Dona Paula, 07

Higienópolis, São Paulo, SP, Brazil - 01239-050

tel: (+55) 11 991553014

email: contatodesape@gmail.com

sites: https://desape.com 

https://www.christalgaleria.com.br/ 

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