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Exposição "Travessia" de Alexandre da Cunha
Exposição

Exposição "Travessia" de Alexandre da Cunha

Exposição

  • Nome: Exposição "Travessia" de Alexandre da Cunha
  • Abertura: 02 de abril 2024
  • Visitação: até 04 de maio 2024
  • Galeria: Galeria Luisa Strina

Local

  • Local: Galeria Luisa Strina
  • Evento Online: Não
  • Endereço: R. Padre João Manuel, 755 - Cerqueira César, São Paulo - SP

LUISA STRINA APRESENTA TRAVESSIA, INDIVIDUAL DO ARTISTA ALEXANDRE DA CUNHA 

Obras inéditas expandem o envolvimento do artista com objetos encontrados e incorporam novos aspectos sobre a transformação da narrativa dos materiais urbanos 

Luisa Strina tem o prazer de apresentar, de 2 de abril a 4 de maio de 2024, Travessia, exposição individual de Alexandre da Cunha na galeria. Ao reunir quatro novas esculturas e duas peças de parede, Travessia é o resultado de um novo momento na prática do artista, tensionando as capacidades de objetos funcionais entre as esferas pública e privada e marcando um atravessamento da dualidade cultural no trabalho do artista. O texto da mostra é assinado por Luisa Duarte

Alexandre da Cunha utiliza elementos cotidianos em suas esculturas, que normalmente não estão associados aos códigos de arte. Por meio de manipulações, cortes e junções de objetos distintos, suas obras criam novos símbolos e significados. A trajetória e a prática do artista, que vive e trabalha entre o Reino Unido e o Brasil, estão intrinsecamente relacionadas a uma dualidade de referências adotada em seu trabalho — em que a utilização dos objetos retirados do cotidiano reflete seu caráter e uso cultural. Entre a capital britânica e São Paulo, o ato de atravessar ganha um duplo sentido: o caminho entre dois continentes – dois contextos culturais, sociais e geográficos diferentes – e, com isso, o cruzamento de uma nova fronteira em sua prática. Travessia tornou-se, assim, um movimento contínuo de transformação pessoal e profissional para o artista. 

Ocupando a sala 1 da galeria, a mostra apresenta obras da série Mina (2024), com quatro fontes de água verticais criadas a partir da estrutura de orelhões empilhadas, esculturas que assemelham a totens e que contemplam por volta de dois metros e meio de altura. Com marcas comerciais retiradas de suas superfícies, tais estruturas conformam uma longa composição monocromática. Sua base também é feita de concreto comumente usado na construção civil ou em projetos de paisagismo. Tudo é banhado pela água, que reflete o próprio objeto e reproduz a sonoridade do líquido quando entra em contato com a superfície da escultura. 

Gosto de pensar nos orelhões como conchas acústicas, onde várias pessoas e histórias passaram — desde ligações para familiares no interior, às declarações de amor e às discussões. Ao contrário de uma cabine telefônica, onde você entra para conversar, o orelhão representa um espaço semi privado, onde a sua fala e seu corpo são parcialmente protegidos, porém permanecem expostos e vulneráveis", conta Da Cunha. Transformados, ainda que não reconheçamos os emblemáticos telefones públicos brasileiros na composição, o olhar preciso consegue observar a permanência dos grafismos, rachaduras e, especialmente, das marcas do tempo e do uso. Assim, os trabalhos de Alexandre da Cunha, que invariavelmente costumam apontar setas para diversos efeitos e reflexões, constituem – nas palavras do próprio artista – uma “arqueologia para o futuro”, feitos de vestígios de uma vida cotidiana que assumem outros formatos e funções. 

Mina, que, de certo modo, retoma uma discussão formal entre base e escultura recorrente nas colunas de Constantin Brancusi (1876–1957), traz, ainda, um debate sobre as relações entre público e privado, uma vez que as fontes de água, evocativas do espaço público de uma praça, são trazidas para dentro do espaço da galeria. A abertura da sala expositiva para o jardim amplia a arena para o tensionamento entre esses dois ambientes. Este é, ainda, um trabalho que desenvolve a pesquisa do artista com elemento cinético — neste objeto, possivelmente tido como ‘morto’ e obsoleto, a água se torna fonte de vida, em uma celebração alegórica das travessias do mundo. 

O título da mostra, Travessia, faz referência à obra homônima, uma escultura elaborada a partir de um autorretrato fotográfico do artista. Em torno da imagem de seu busto, há um colar feito de cabo de aço e diversas bóias de pesca, dispostas em ordem crescente de tamanho. Dois ilhoses perfuram a fotografia, atravessando o colar por trás da peça. A imagem de um contexto informal de Da Cunha contrasta com o simbolismo ritualístico do colar e do próprio busto na história da arte, enquanto as boias também dialogam com a temática da água. 

O artista reflete sobre um paralelo que tenta celebrar todas as vulnerabilidades, entre o novo e o velho, a vida e a morte. “O ato de expor a minha imagem carrega um elemento de fragilidade em si, que também conversa com a vulnerabilidade do próprio objeto — muitas vezes quebrado, rachado ou esquecido”, acrescenta. Apesar de existir uma certa camuflagem dos objetos utilizados e das reflexões profundas — formais e conceituais — estimuladas pelos trabalhos, nada é capaz de ocultar o seu senso de humor espirituoso. 

SOBRE ALEXANDRE DA CUNHA 

Vive e trabalha entre São Paulo, SP, e Londres, Reino Unido 

Dentre suas principais exposições individuais recentes estão: Quebrada, auroras, São Paulo (2023); Broken, Thomas Dane Gallery, Londres, Reino Unido (2023); Duplex, Brighton CCA, Reino Unido (2021); Arena, Thomas Dane Gallery, Nápoles, Itália (2020); Mornings, Office Baroque, Bruxelas, Bélgica (2017); Boom, Pivô, São Paulo (2017); Plaza Project, Museum of Contemporary Art, Chicago, EUA (2015); Contratempo, Sommer & Kohl, Berlin, Alemanha (2013); Alexandre da Cunha, Le Grand Café – Centre d’Art Contemporain,

Saint Nazaire, França (2012); Dublê, Centro Cultural São Paulo, São Paulo (2011); Laissez Faire, Camden Arts Centre, Londres, Reino Unido (2009); entre outras. 

Desde o início de sua trajetória, vem integrando diversas mostras coletivas de relevo, como: Summer Exhibition, Royal Academy of Arts, Londres, Reino Unido (2022); A máquina do mundo: arte e indústria no Brasil 1901-2021, Pinacoteca de São Paulo (2021); MECARÕ. Amazonia in the Petitgas Collection, Montpellier Contemporain, França (2020); Visão Geral, Instituto Inhotim [Galeria da Mata], Brumadinho, MG (2019); Contemporary Sculpture Fulmer III, Buckinghamshire, Reino Unido (2019); Squares in Motion, Museum Ritter, Waldenbuch, Alemanha (2018); Everyday Poetics, Seattle Art Museum, EUA (2017); Histórias da Sexualidade, MASP, São Paulo (2017); Soft Power, The Institute of Contemporary Art, Boston, EUA (2016); Brazil, Beleza?! Contemporary Brazilian Sculpture, Museum Beelden aan Zee, Haia, Holanda (2016); Camera of Wonders, Centro de la Imágen, Cidade do México, México (2015); Cruzamentos – Contemporary Art in Brazil, Wexner Center for the Arts, Columbus, EUA (2014); When Attitudes Became Form Become Attitudes, Museum of Contemporary Art Detroit, EUA (2013); 30ª Bienal de São Paulo: A iminência das poéticas (2012); Myhtologies, Cité des Arts, Paris, França (2011); 2ª Trienal de San Juan, Porto Rico (2009); 4ª Bienal de Jafre, Girona, Espanha (2009); entre outras. 

Possui trabalhos nas coleções Tate Modern, Inglaterra; Museu de Arte da Pampulha, Belo Horizonte, Brasil; Instituto Inhotim, Brumadinho, Brasil; Coleção Cisneros, Miami, EUA; Coleção Zabludowicz, Inglaterra; Pinacoteca do Estado de São Paulo, Brasil; FAMA, Itu, Brasil.


SERVIÇO
Exposição "Travessia" de Alexandre da Cunha
Galeria Luisa Strina
Abertura: 2 de abril, terça, das 19h às 21h
Visitação: 3 de abril a 4 de maio de 2024
Segunda a Sexta: 10h—19h

Sábado: 10—17h
R. Padre João Manuel, 755
Cerqueira César, São Paulo - SP
@galerialuisastrina




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