Exposição “Rock and Roll - Bosco Sodi e os objetos de interesse”
Exposição

Exposição “Rock and Roll - Bosco Sodi e os objetos de interesse”

Exposição

  • Nome: Exposição “Rock and Roll - Bosco Sodi e os objetos de interesse”
  • Abertura: 20 de março 2024
  • Visitação: até 19 de maio 2024

Local

  • Local: Casa das Rosas
  • Evento Online: Não
  • Endereço: Av. Paulista, 37, Bela Vista, São Paulo - SP

BOSCO SODI NO BRASIL: MUSEU CASA DAS ROSAS APRESENTA PRIMEIRA EXPOSIÇÃO INTERNACIONAL APÓS A REABERTURA

Com curadoria de Marcello Dantas, esta é a primeira mostra do artista num museu brasileiro

O artista mexicano Bosco Sodi apresenta sua primeira exposição individual “Rock and Roll - Bosco Sodi e os objetos de interesse”, na Casa das Rosas, museu da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado de São Paulo, e gerenciado pela Organização Social Poiesis. A mostra tem início no dia 20 de março e a entrada é gratuita. Conhecido mundialmente pela pesquisa com materiais de origem natural e práticas que resgatam sua ancestralidade, Bosco Sodi reúne cerca de 20 obras, entre pinturas, esculturas e instalações, como “Harmless deception” [engano inofensivo], “The stars are alive” [as estrelas estão vivas], “All we gotta do is surrender” [tudo o que podemos fazer é nos render], que questionam a história das Américas e todo o passado colonial dos continentes.


Os países pertencentes às Américas do Norte, Sul e Central desenvolveram-se à medida que os determinados contextos (geográfico, social, político e econômico) permitiram, mas tiveram em comum um norteador: o sistema colonial europeu. O processo de colonização dessas regiões deixou marcas profundas na sociedade, que reverberam até os dias atuais, como padrões econômicos e políticos que perpetuam a desigualdade social e a discriminação contra os povos originários e de origem africana. Dessa forma, para a exposição “Rock and Roll - Bosco Sodi e os objetos de interesse” o artista utiliza elementos fundamentais para representar os objetos de interesse da exploração e dos conflitos que moldaram a colonização do Novo Mundo: terra, café, açúcar, madeira, ouro, tabaco, sangue e sal.


Promover este debate tendo como plano de fundo a história da Casa das Rosas, ícone arquitetônico de uma época, e a história da avenida Paulista, símbolo de riqueza e da economia cafeeira, é uma forma de reconhecer nosso passado e resgatar as camadas de significado histórico, social e econômico. Justamente pensadas para a ocasião, as obras promovem um diálogo contundente, ou até controverso, com a arquitetura neoclássica da antiga residência, da mesma forma quando realizou a mostra “What goes around, comes around”, na Fondazione dell’Albero d’Oro, em ocasião da Bienal de Veneza, em 2022. A arquitetura sempre representou um elemento importante para Bosco Sodi, que geralmente desafia a estética que envolve os locais onde trabalha. Em Oaxaca, litoral mexicano, o artista mantém a Casa Wabi, um espaço filantrópico projetado pelo arquiteto japonês Tadao Ando, que incorpora a filosofia japonesa wabi-sabi e prima pela simplicidade e o contato com a natureza. Esse local é berço para a maioria de suas produções e o inspira a explorar os materiais de origem natural.


A argila é o elemento catalisador da mostra, utilizada em quase todas as obras de “Rock and Roll - Bosco Sodi e os objetos de interesse”. Em uma das principais instalações, o artista utilizou o material para produzir dezenas de pequenas esferas, nas quais, não à toa, fincou ramos de rosas. Esses pequenos “bulbos esmaltados de rosas” formam uma grande instalação que ocupa todo o espaço de uma das principais salas do segundo pavimento. Também ocupando uma outra sala, uma grande instalação reúne mais de trinta esferas de argila agrupadas, que remetem à resistência e à sobrevivência das culturas e dos conhecimentos ancestrais. Elas foram todas produzidas à mão e propositalmente assumem a imperfeição do gesto e dos processos de secagem e queima que sofrem. A exposição ainda reúne um conjunto de pinturas em sacas de café brasileiro, a exemplo de uma das séries mais icônicas de Bosco Sodi, onde ele utiliza sacas de armazenamento de pimenta, iguaria tradicional no México. Essas pinturas chamam a atenção pelas tonalidades de verde vivo, mesma cor usada para as pinturas texturizadas de materiais orgânicos. Na mostra, o artista propõe um contraste estético com outras duas obras a partir de rochas naturais. Enquanto uma apresenta as pedras revestidas com ouro, remetendo-se aos objetos preciosos de desejo, outras foram pintadas em vermelho vivo cor de sangue. Uma complementando a outra dentro da história da colonização brasileira.


Bosco Sodi cria um contraponto do processo ao subverter o questionamento sobre os instrumentos de colonização atuais, daí o conceito do Rock como mais um objeto de interesse na exposição. A metodologia do artista espelha a autenticidade e a energia do que produz sob a dualidade libertadora e colonizadora do rock and roll, capturando o espírito do tempo com uma presença e objetividade que desafiam convenções. Todas as obras são intituladas com trechos de canções de rock americanas. O rock hoje exerce um papel fortíssimo como arma de colonização e controle. O curador Marcello Dantas explica que “o artista propõe ao visitante uma busca por evidências incrustadas na nossa memória coletiva de como as mentes vão sendo colonizadas, desafia a ver além da superfície, a sentir a textura complexa da história e a reconhecer o poder da arte como uma ferramenta para questionar, conectar e curar.”


Sobre Bosco Sodi
1970, Cidade do México, México. Vive e trabalha entre Nova York e Cidade do México.


A pesquisa de Bosco Sodi prima pela simplicidade de materiais de origem natural, como pigmentos, serragem, fibras, madeira, terra, etc. A combinação desses elementos com a gestualidade da sua produção, proporcionam um caráter excepcional a cada obra, que segundo o artista “torna-se impossível de ser replicada”, além de atribuir uma conexão especial entre ele e a sua prática de criação, que transcende o conceitual. Atualmente, e cada vez mais, sua produção utiliza técnicas antigas, que além de estabelecer uma relação direta com o discurso etnobotânico, resgata sua ancestralidade nativo-latinoamericana. Bosco Sodi também associa essas técnicas a processos tradicionais e contemporâneos, dialogando com os movimentos Land Art e o “Informalismo”.


Sobre Marcello Dantas

Marcello Dantas é um premiado curador interdisciplinar com ampla atividade no Brasil e no exterior. Trabalha na fronteira entre a arte e a tecnologia, produzindo exposições, museus e múltiplos projetos que buscam proporcionar experiências de imersão por meio dos sentidos e da percepção. Foi curador do DesertXAlUla 2024, e nos últimos anos também esteve por trás da concepção de diversos museus, como o Museu da Língua Portuguesa e a Japan House, em São Paulo; Museu da Natureza, na Serra da Capivara, Piauí; Museu da Cidade de Manaus; Museu da Gente Sergipana, em Aracaju; Museu do Caribe e o Museu do Carnaval, em Barranquilla, Colômbia. Realizou exposições individuais de alguns dos mais importantes e influentes nomes da arte contemporânea como Ai Weiwei, Anish Kapoor, Bill Viola, Christian Boltanski, Jenny Holzer, Laurie Anderson, Michelangelo Pistoletto, Studio Drift, Rebecca Horn e Tunga. Foi também diretor artístico do Pavilhão do Brasil na Expo Shanghai 2010, do Pavilhão do Brasil na Rio+20, da Estação Pelé, em Berlim, na Copa do Mundo de 2006. Foi curador da Bienal do Mercosul, realizada em 2022, em Porto Alegre, e é atualmente curador do SFER IK Museo em Tulum, no México. Formado pela New York University, Marcello Dantas é membro do conselho de várias instituições internacionais, mentor de artes visuais do Art Institute of Chicago e foi agraciado, em 2018, com a Ordem do Mérito Cultural do Ministério da Cultura brasileiro.

Sobre a POIESIS

A Poiesis - Organização Social de Cultura desenvolve e gere programas e projetos, além de pesquisas e espaços culturais, museológicos e educacionais, voltados para a formação complementar de estudantes e do público em geral. A instituição trabalha com o propósito de propiciar espaços de acesso democrático ao conhecimento, de estímulo à criação artística e intelectual e de difusão da língua e da literatura.


Sobre a Casa das Rosas

A Casa das Rosas é um dos principais museus da Cidade de São Paulo e o seu acervo bibliográfico é composto por obras do poeta paulistano Haroldo de Campos, um dos criadores do movimento da poesia concreta na década de 1950. Localizado na Avenida Paulista, em São Paulo, o Museu foi construído em 1935 pelo escritório do arquiteto Ramos de Azevedo e possui características clássicas da arquitetura francesa, atraindo assim milhares de visitantes que buscam conhecer a Cultura Brasileira, bem como o próprio espaço. Sua programação, diversa e plural, é composta por exposições, cursos, palestras, saraus, oficinas, lançamentos de livros, performance, apresentações teatrais, entre outras. O Museu é gerido pela Poiesis, Organização Social de Cultura, em parceria com a Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado de São Paulo.


Sobre a Luciana Brito Galeria

Luciana Brito Galeria, fundada em 1997, é reconhecida por desempenhar um papel importante na consolidação do mercado de arte do Brasil. Desde o início, a galeria tem como principal interesse os intercâmbios culturais, promovendo a internacionalização da pesquisa artística brasileira e apresentando artistas de outros países ao público no Brasil. Em 2015, a galeria mudou-se para a antiga residência de Castor Delgado Perez (São Paulo), uma herança arquitetônica projetada em estilo modernista pelo arquiteto Rino Levi, com projeto paisagístico conjuntamente assinado por Burle Marx. Esta mudança para um espaço tão significativo não apenas reforçou a presença da galeria, mas também fortaleceu seu compromisso com a arte e a cultura brasileiras, além de proporcionar um ambiente único e inspirador para as exposições e outros projetos artísticos.


SERVIÇO
“Rock and Roll - Bosco Sodi e os objetos de interesse”
Curadoria: Marcello Dantas
Abertura: 20 de março de 2024
Visitação: até 19 de maio de 2024
Local: Casa das Rosas - Av. Paulista, 37, Bela Vista, São Paulo- SP
Próximo ao metrô Brigadeiro
Acessibilidade: rampa, pisos podotáteis, banheiros adaptados e recursos de acessibilidade no espaço expositivo.
Tel.: (11) 3285-6986
Website: www.casadasrosas.org.br
Horários: terça a domingo (inclusive feriados), 10h às 17:30h (com permanência até 18h)
Entrada gratuita

IMAGENS
©Edouard Fraipont



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