Exposição "PRESENTE", de Fábia Schnoor
Exposição

Exposição "PRESENTE", de Fábia Schnoor

Exposição

  • Nome: Exposição "PRESENTE", de Fábia Schnoor
  • Abertura: 17 de setembro 2024
  • Visitação: até 24 de novembro 2024

Local

  • Local: Capelinha | Escola de Artes Visuais do Parque Lage
  • Evento Online: Não
  • Endereço: Rua Jardim Botânico, 414 Rio de Janeiro

 

“Presente”, de Fábia Schnoor

Sob a curadoria de Adriana Nakamuta, individual reúne cerca de 20 obras que dialogam com as temáticas da memória, do tempo e do gesto

Exposição ocupa a Capelinha a partir do dia 17 de setembro, com trabalhos produzidos nos últimos cinco anos



A Escola de Artes Visuais (EAV) do Parque Lage inaugura, em 17 de setembro, às 19h, na Capelinha, a exposição Presente, de Fábia Schnoor, artista visual carioca, pesquisadora independente e professora da instituição. A curadoria de Adriana Nakamuta reuniu trabalhos dos últimos cinco anos em diálogo com obras concebidas dentro do espaço expositivo.


“Não por acaso, a estrutura arquitetônica preservada da Capelinha foi o local escolhido para receber esse conjunto plástico-visual que conecta elementos como tempo, memória, espaço, gente, história, matéria e técnica. Se a Capelinha é um bem cultural cuja preservação se justifica pela importância de sua existência enquanto bem portador de referência histórico-cultural, as obras de Fábia Schnoor, por sua vez, nos conectam com o tempo presente do ser-existir, cujo passado é uma invenção e o futuro um projeto”, analisa Adriana.


Formada na EAV Parque Lage, onde há cerca de cinco anos passou a integrar o corpo docente, Fabia Schnoor se interessa pelos estudos da memória, do tempo, do corpo e do gesto. De forma transdisciplinar, pesquisa as possibilidades de registro da vida e do tempo, criando conexões poéticas que ressignificam o passado. De acordo com a curadora, o curso “Arqueologia do Cotidiano”, que a artista orienta na EAV atualmente, tem relação direta com a discussão proposta pela exposição que ora se apresenta.


“Do mesmo modo que o cérebro humano dispõe de sistemas para memorizar os mais diversos conteúdos, há outro sistema análogo para esquecer informações consideradas menos importantes. O mesmo acontece na construção da história: dentre o que foi designado para registro e estudo, estão tantos outros fatos e versões perdidos no tempo”, reflete a artista. “De que forma esse esquecimento está implícito no que resiste? Que possibilidades de reconstrução se apresentam a partir das reminiscências? Quais as presentes relações possíveis com o tempo passado e como elas podem estar a serviço do futuro?”, questiona Fábia.


Seu processo criativo, pautado por diferentes campos do saber, se vale de materiais e meios muito diversos, como a escultura, a colagem, o desenho, a pintura, instalação, fotografia e vídeo. São as propriedades de cada material que orientam suas escolhas na construção do trabalho. A lida diária e o fazer artístico com a matéria revelam os gestos de seu corpo no tempo. “Tenho interesse especial pelo acaso, pelo erro (ou a falta de controle) e os caminhos que resultam de ambos”, afirma Schnoor.


Cerca de 20 obras ocupam a Capelinha, espaço ao lado das Cavalariças, aos pés da Floresta Tijuca. Os “Vibradores para ouvir e falar”, 2019, são esculturas em cerâmica de alta temperatura criadas para dois ou mais corpos se comunicarem – como um órgão externo ou os auscultadores médicos – através da voz, da escuta e de outros sons.


Da produção recente da artista, a seleção curatorial inclui também os pequenos vulcões em pintura, cuja materialidade plástica dá forma e suporte ao trabalho, e as escritas costuradas à mão em lã de ovelha, algodão cru e linha. A série “Frases de permanência” foi desenvolvida durante a pandemia. 


O estudo do capítulo “A escrita das coisas”, do livro As palavras e as coisas, do filósofo francês Michel Foucault, foi o disparador de trabalhos como o “Objeto de desenhar - fuet fuet”, um set de lápis grafite e linha de nylon que revela a intenção de Fábia de desenhar seus gestos cotidianos. O exercício se desdobrou nas obras “Desenhos para fazer clara em neve” e “Desenhos de tocar sino”.


Completam a exposição as escritas em nanquim sobre papel de encapar livros, que a artista usa desde 2013 em seus trabalhos. São pequenas pistas que guardam acesso a seus estudos teóricos, práticas cotidianas e pedagógicas, e, de acordo com a própria, “às estratégias de manutenção da vida, de ativação de sentido e memória. São traços que restam de todo o tempo que passou, anunciando o que está por vir no corpo de quem está presente”, diz ela.


Em junho de 2015, o crítico de arte Paulo Sergio Duarte escreveu: “Os desenhos de Fábia Schnoor são a demonstração da potência que passa ao ato... O uso do nanquim sobre papel é outro elemento da tradição que os desenhos de Fábia trazem para o presente numa linguagem atual. E o suporte aqui não é neutro… é protagonista, junto com a tinta, e participa ativamente na constituição dos trabalhos. Tanto naqueles desenhos em que o papel, cuja textura na sua massa é constituída de fios têxteis, vai absorver e trabalhar a tinta expandindo-a na superfície além do gesto da artista... Estamos diante da potência do desenho em toda sua força contemporânea”.


Mais sobre Fábia Schnoor


Fábia Schnoor nasceu em 1976, no Rio de Janeiro, onde vive e trabalha. É artista visual, pesquisadora independente, professora da EAV e de Arte Educação na Escolinha de Arte do Brasil.


Em 2009, participa como ouvinte do curso História e Tempo: História e Cultura da Memória com a professora Margarida de Souza Neves na PUC-RJ. De 2009 a 2012, participa do curso Análise e Inserção da Produção Contemporânea com, Iole de Freitas, em 2012, é selecionada para o programa Projeto Pesquisa com Gloria Ferreira e Luiz Ernesto, ambos na Escola de Artes Visuais do Parque Lage. Em 2012, é assistente do artista Antony Gormley na montagem do trabalho Amazonian Field/ CCBB-RJ. 


Participou de exposições coletivas no Brasil e no exterior, dentre elas: Residual Benefits, phICA, Instituto de Arte Contemporânea de Phoenix - Arizona, EUA 2012; Abre Alas, A Gentil Carioca, RJ, 2013; Noite Azul Elétrico, Mendes Wood/SP, 2013; A Imagem em Questão, EAV, 2013; Ressonâncias, Künstlerhaus Bethanien, Berlim, 2013. Em 2014 é indicada ao Prêmio Pipa e, em 2015, faz a exposição individual LUGAR, no Centro Cultural Cândido Mendes/RJ, a convite de Paulo Sergio Duarte. Em 2016 faz a individual topografia do instante, com curadoria de Keyna Eleison, no Centro Cultural da Justiça Federal/RJ. Em 2017 participa da coletiva A Escola em Transe, com curadoria de Lisette Lagnado e Ulisses Carrilho, na EAV. Em 2018 integra a coletiva Flutuantes, no Paço Imperial-RJ e a individual Post-It Drawings, na Galeria 55SP/SP. Fábia participa, ainda em 2018, da Bienal Internacional de Arte SIART - “LOS ORÍGENES DE LA NOCHE”, na Bolivia, com curadoria de Keyna Eleison. Em 2022, Sublime Ordinário, curadoria de Arthur Lescher, e MÃE, curadoria Julia Morelli, ambas no Espaço Cama/SP. 


Fábia criou a metodologia que aplica no seu laboratório de pesquisa “Entre Ontem e Amanhã”, que celebra sua décima edição em 2024, na Escola de Artes Visuais do Parque Lage. É integrante do projeto Curators Tour Echangeur22 e fez parte da comissão brasileira de seleção para residência Echangeur22, no sul da França, em 2023. Ainda no ano passado, realiza a mentoria dos artistas selecionados para o programa de residência Arte do Amanhã, no Museu do Amanhã. Na EAV, orienta os laboratórios de pesquisa “Entre Ontem e Amanhã”, “Respirar Comer e Dormir”, e “Arqueologia do Cotidiano”, na Escola de Artes Visuais do Parque Lage.


Sobre a EAV Parque Lage


A Escola de Artes Visuais foi criada em 1975, pelo artista Rubens Gerchman, para substituir o Instituto de Belas Artes (IBA). Seu surgimento acontece em plena Guerra Fria na América Latina, durante o período de forte censura e repressão militar no Brasil. A EAV afirma-se historicamente por seu caráter de vanguarda, como marco da não conformidade às fronteiras e categorias, e propõe regularmente perguntas à sociedade por meio da valorização do pensamento artístico.


Alguns exemplos marcantes da história do Parque Lage são a utilização do palacete como sede do governo da cidade de Alecrim em Terra em Transe, dirigido por Glauber Rocha em 1967; e a exposição “Como Vai Você, Geração 80?”, que reuniu 123 jovens artistas de diferentes tendências na mostra que celebrou a liberdade e o fim do regime militar. O palacete em estilo eclético foi também palco de “Sonhos de uma noite de verão”, clássico shakespeariano, e serviu como locação para Macunaíma, de Joaquim Pedro de Andrade.


A EAV está voltada prioritariamente para o campo das artes visuais contemporâneas, com ênfase em seus aspectos interdisciplinares e transversais. Abrange outros campos de expressão artística (música, dança, cinema, teatro), em suas relações com a visualidade. As atividades da EAV contemplam tanto as práticas artísticas como seus fundamentos conceituais.


A EAV Parque Lage configura-se como centro educacional aberto de formação de artistas e profissionais do campo da arte contemporânea. Como referência nacional, busca criar mecanismos internos e linhas de atuação externa que permitam um diálogo produtivo com a cidade e com os circuitos de arte nacional e internacional. A instituição integra a Secretaria de Cultura e Economia Criativa do estado do Rio de Janeiro.


Serviço:

PRESENTE, de Fábia Schnoor

Curadoria: Adriana Nakamuta

Inauguração: terça-feira, 17 de setembro de 2024, às 19h

Encerramento: 24 de novembro de 2024

Local: Capelinha | Escola de Artes Visuais do Parque Lage

Endereço: Rua Jardim Botânico, 414

Rio de Janeiro | RJ

Tel: (21) 2216-8505

Visitação: de quinta a terça, das 10h às 17h (a exposição não abre às quartas)

Gratuito | aberto ao público | classificação livre


Website: http://eavparquelage.rj.gov.br/ 

Instagram: @parquelage


Imprensa: 

Mônica Villela Companhia de Imprensa 

(21) 97339-9898 | monica@monicavillela.com.br


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