Exposição Prêmio PIPA 2025 – Gabriel Haddad e Leonardo Bora
Exposição

Exposição Prêmio PIPA 2025 – Gabriel Haddad e Leonardo Bora

Exposição

  • Nome: Exposição Prêmio PIPA 2025 – Gabriel Haddad e Leonardo Bora
  • Abertura: 06 de setembro 2025
  • Visitação: até 16 de novembro 2025

Local

  • Local: Centro Cultural do Patrimônio Paço Imperial
  • Evento Online: Não
  • Endereço: Praça XV de Novembro, 48, Centro – Rio de Janeiro

Carnavalescos Gabriel Haddad e Leonardo Bora apresentam instalação inédita na exposição dos premiados do PIPA 2025, no Paço Imperial



Primeiros artistas do carnaval a vencerem o PIPA, um dos mais importantes prêmios da arte contemporânea brasileira, Gabriel Haddad e Leonardo Bora apresentarão a instalação inédita "Rebordar", na mostra que reúne os vencedores da 16ª edição do PIPA e que será inaugurada neste sábado, dia 6 de setembro, das 15h às 19h, no Paço Imperial. Além de Bora e Haddad, a mostra contará com obras dos demais vencedores do prêmio: Andréa Hygino, Darks Miranda e Flávia Ventura. Às 16h30 será realizada uma roda de conversa com os artistas premiados.


Composta por 12 quilômetros de fios de malha, cordas, cordões, cabos de luz e tubos de plástico, utilizados para "costurar" um globo de ferro ao manto carnavalesco, a instalação "Rebordar", de Bora e Haddad, também utiliza materiais como rendas, pastilhas, galões, franjas, espelhos, paetês, botões, fuxicos e placas de acetato, comumente utilizados no dia a dia dos ateliês que produzem o "maior espetáculo da Terra". Juntamente com a instalação, os artistas também apresentarão um conjunto de desenhos de projetos de fantasias e carros alegóricos dos desfiles de 2018 e 2022.


"Rebordar" sintetiza vivências, memórias e materialidades carnavalescas: "A nossa estreia na Marquês de Sapucaí ocorreu em 2018, na Série Ouro, quando desenvolvemos, para a Acadêmicos do Cubango, o enredo 'O Rei que Bordou o Mundo', uma celebração poética de Arthur Bispo do Rosario. O desfile era encerrado com uma interpretação carnavalizada do Manto da Apresentação, veste ritual e obra de arte que literalmente norteou todo o processo criativo, uma vez que o símbolo escolhido para o enredo foi a bússola-mandala que está bordada no Manto de Bispo. Por uma série de motivos, aquele desfile, materializado com poucos recursos, indicou os caminhos estéticos e narrativos dos enredos que viríamos a desenvolver nos anos seguintes, principalmente 'Fala Majeté, Sete Chaves de Exu!', para a Acadêmicos do Grande Rio, em 2022. A vitória do desfile que exaltou as potências de Exu, num carnaval atípico, realizado após o trauma da pandemia, foi um acontecimento festivo, artístico, político e religioso muito poderoso. Exu se alimentava e religava o globo terrestre, na Comissão de Frente, naquela que se tornou uma das imagens mais marcantes da história recente do carnaval. Para nós, artistas que abraçam as vivências e que se entendem como andarilhos, tudo já estava escrito no manto giratório de 2018, no final de um desfile que era aberto por uma Comissão de Frente que também vestia capas e coroas de Exu. O PIPA nos fez pensar nessas circularidades – por isso decidimos elaborar uma instalação que conecta esses dois momentos criativos", explica Haddad. 


"O manto de 2018 é uma peça que já despertava indagações sobre a natureza das construções carnavalescas no barracão da Cubango, local onde começou a ser confeccionado, às margens da Avenida Brasil. Gosto de pensar na palavra "amarração". As pessoas perguntavam se aquilo era uma escultura ou uma fantasia gigante e passavam horas nos ajudando a colar retalhos. Também escreviam os seus próprios nomes e anotavam pedidos diversos, ou seja, o manto passou a ser uma obra coletiva, um arquipélago de memórias, um grande ex-voto. No desfile, esse manto girava sem corpo, um manto-fantasma, a ausência e a presença do artista que celebrávamos. Ora, aquilo podia e pode ser muitas coisas. Agora, em 2025, conectamos os vestígios de 2018 a um globo de ferro que sintetiza a abertura do desfile que concebemos artisticamente para a Grande Rio, em 2022. A releitura do globo de Exu pode gerar múltiplas interpretações poéticas, o que nos reanima e dá novos significados às memórias que bordamos. É interessante pensar que o manto é uma espécie de palimpsesto, com palavras que se sobrepõem em diferentes tempos. Ele já recebeu materiais que sobraram do processo de feitura dos protótipos das fantasias que idealizamos para o desfile de 2026 da Unidos de Vila Isabel, ou seja, ele já é mensageiro do desfile futuro, habitado pelo amanhã. E esse jogo com as temporalidades, infinito e espiral, isso também é Exu!", destaca Bora.


Gabriel Haddad e Leonardo Bora, atualmente na Unidos de Vila Isabel, desenvolvem, para o carnaval de 2026, um enredo sobre o sambista e multiartista Heitor dos Prazeres, intitulado "Macumbembê, Samborembá: Sonhei que um Sambista Sonhou a África." A dupla se divide entre os afazeres diários do barracão, onde as fantasias do desfile vindouro começam a ser reproduzidas e as formas dos carros alegóricos já ganham contornos de ferro e madeira, e outros espaços criativos – palcos, museus, livrarias. Responsáveis pelos figurinos do espetáculo "Aquele Abraço", do Roxy Dinner Show, estão elaborando as peças para um ato novo, que irá celebrar a riqueza musical de Minas Gerais. A dupla também prepara duas instalações para a exposição "Manguezal", que irá ocorrer no CCBB Rio de Janeiro, com curadoria de Marcelo Campos e abertura prevista para outubro. Na passarela da literatura, Bora acabou de publicar, pela Editora UFRJ, o livro "Fragmento de Fantasias, Rasuras Ficcionais", um ensaio em que reflete, entre outras coisas, sobre os desfiles de 2018 e 2022, presentes na instalação "Rebordar". Em parceria com Vinícius Natal, a dupla finaliza um livro de arte sobre o desfile de 2022 e a transformação de Exu em enredo sambista.


Serviço:

Gabriel Haddad e Leonardo Bora – Exposição Prêmio PIPA 2025


Abertura: 6 de setembro de 2025, das 15h às 19h

Exposição: até 16 de novembro de 2025


Centro Cultural do Patrimônio Paço Imperial

Praça XV de Novembro, 48 – Centro – Rio de Janeiro – RJ


Terça a domingo e feriados, das 12h às 18h.

Entrada gratuita 


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