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Exposição "Para que serve a pintura" de Paulo Pasta
Exposição

Exposição "Para que serve a pintura" de Paulo Pasta

Exposição

  • Nome: Exposição "Para que serve a pintura" de Paulo Pasta
  • Abertura: 02 de março 2024
  • Visitação: até 19 de maio 2024

Local

  • Local: Fundação Iberê
  • Evento Online: Não
  • Endereço: Av. Padre Cacique, 2000 Porto Alegre RS

Paulo Pasta inaugura a individual Para que serve uma pintura na Fundação Iberê, em Porto Alegre, no dia 2 de março.

Um catálogo com texto do crítico Lorenzo Mammi acompanha a mostra.

A exposição apresenta 40 obras, a maioria delas inéditas, entre telas de grandes e pequenas dimensões de formatos variados sobre tela e papel-um conjunto que demonstra o profundo domínio e apreço de Pasta à sua prática.

Conforme escreve Mammi, "uma tela de TV ou de computador nunca será uma coisa, e tampouco as imagens que aparecen nela. Nunca elas poderão ser outra coisa daquilo que são. Um quadro sim, e se coloca (especialmente no caso de Pasta) exatamente nesse intervalo em que a coisa se torna imagem (o pigmento se torna cor; a tela, figura) e vice-versa. Uma espécie de pausa, uma síncope, em que nos desprendemos do mundo e testamos nossa liberdade em relação a ele".

O artista também assina a curadoria de Eclipses, mostra que reúne obras de Iberê Camargo com enfoque na percepção da cor e luminosidade, com inauguração na mesma ocasião. "A melhor metáfora, para mim, sobre as cores de Iberê, é a do eclipse. Para além do aspecto noturno de seus trabalhos, a luz construída por ele parece não iluminar, não aquecer, mais ou menos como a sugestão de um sol que foi fechado", escreve Pasta.

No dia da abertura das exposições, Paulo Pasta e Lorenzo Mammi recebem o público para uma conversa sobre pintura às 15h, no auditório da Fundação Iberê.


O prédio na frente foi pintado: cinza escuro na área das janelas, creme perto da quina, rosa na base das sacadas, as venezianas de um creme mais amarelado, já parcialmente esvaecido. É, ao mesmo tempo, um edifício e uma imagem. Normalmente, porém, não olhamos a imagem, vemos apenas o edifício. Não pensamos nas cores, senão porque distinguem os objetos. Mas em qualquer momento, se tiver tempo e paciência, posso abstrair da concretude do objeto e olhar para ele como se fosse uma pintura. Perceber, por exemplo, que seus elementos se separam pelo contorno e se relacionam pela cor. Que suas cores têm uma história e uma valência afetiva e, por isso, talvez, colorimos as coisas – não tanto por distingui-las, quanto para nos apropriarmos delas. Que, finalmente, certa combinação de forma e cores é o que torna esse prédio um indivíduo.


Uma tela de TV ou de computador nunca será uma coisa, e tampouco as imagens que aparecem nela. Nunca elas poderão ser outra coisa daquilo que são. Um quadro sim, e se coloca (especialmente no caso de Pasta) exatamente nesse intervalo em que a coisa se torna imagem (o pigmento se torna cor; a tela, figura) e vice-versa. Uma espécie de pausa, uma síncope, em que nos desprendemos do mundo e testamos nossa liberdade em relação a ele.


Toda percepção tende, irresistivelmente, a se cristalizar em figuras ou esquemas. Mas há um momento imediatamente anterior a essa cristalização que não é uma coisa nem outra. Como o próprio Pasta diz, há o momento em que ela é “ruído de alguma coisa”. Não necessariamente de algo do passado, mas de certa espessura do presente, que faz com que o contexto seja, por um instante, suspendido e a percepção se mostre, por assim dizer, no estado puro. É o rasgo de luz embaixo da porta com que Proust inicia sua Busca do tempo perdido.


Para que serve uma pintura? Talvez apenas para tornar o mundo um pouco mais complicado. Pintar é como gerar o outro de si, outra personalidade e outro lugar. Toda pintura é um mundo, já dizia Baudelaire, repetindo Delacroix – um mundo relacionado ao nosso, podemos acrescentar, mas não o mesmo mundo.

- Lorenzo Mammì


SERVIÇO
Paulo Pasta – Para que serve uma pintura
Fundação Iberê
Av. Padre Cacique, 2000
Porto Alegre - RS
02.mar — 19.maio.24

Quinta-feira a domingo, das 14h às 18h (última entrada)
Adquira seu ingresso pelo Sympla ou na recepção da instituição


IMAGEM
Paulo Pasta. Anunciação amarela, 2015. Col. Andrea e José Olympio Pereira. Foto © Everton Ballardin

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