Artsoul

Conheça nossas peças de design

Exposição “Pamuri Pati – Mundo de transformação” de Daiara Tukano
Exposição

Exposição “Pamuri Pati – Mundo de transformação” de Daiara Tukano

Exposição

  • Nome: Exposição “Pamuri Pati – Mundo de transformação” de Daiara Tukano
  • Abertura: 10 de maio 2024
  • Visitação: até 28 de agosto 2024

Local

  • Local: Museu de Arte do Rio
  • Evento Online: Não
  • Endereço: Praça Mauá, Centro, Rio de Janeiro-RJ

A artista Daiara Tukano realiza sua primeira mostra individual no Rio reunindo cerca de 70 obras.

A abertura da mostra “Pamuri Pati – Mundo de transformação” acontece dia 10 de Maio com entrada gratuita no Museu de Arte do Rio.

A beleza e a força do feminino ancestral causam impacto aos olhos de quem observa as pinturas que chegaram ao Museu de Arte do Rio. A primeira exposição individual da artista indígena Daiara Tukano, na cidade do Rio de Janeiro, será inaugurada no MAR, a partir do dia 10 de maio. A mostra “Pamuri Pati – Mundo de transformação” é realizada em parceria com a galeria Millan, de São Paulo, que representa a artista, e ficará em cartaz até o dia 25 de agosto. Por meio da mostra, Daiara Tukano fala sobre as transformações sociais que podem ser observadas pelas óticas do feminino e do próprio povo indígena. Para ela, isso se dá por uma retomada da “memória ancestral” com a qual a sociedade se reconecta. “Quero compartilhar um pouco da cultura do meu povo, mas também dessa vivência de luta”, afirma a artista.

O Museu de Arte do Rio é um equipamento da Prefeitura do Rio, de responsabilidade da Secretaria Municipal de Cultura, gerido pela Organização de Estados Ibero-Americanos (OEI). A mostra faz uma retrospectiva da carreira da artista, reunindo mais de 70 obras, entre elas pinturas, esculturas e instalações.

A expressão “Pamuri Pati” significa “mundo de transformação”, conceito arraigado na cultura indígena: “Para nós, os seres do mundo são seres em transformação. O mundo em transformação traz todas essas narrativas desde os petróglifos (representações gravadas pelo homem em pedra ou em rochas), que são as pinturas mais antigas em pedras e cachoeiras”, destaca Daiara.

Receber a exposição “Pamuri Pati – Mundo de transformação” é cumprir a missão do MAR de trazer a linguagem e as percepções dos artistas contemporâneos brasileiros. “Viabilizar o acesso à expressão de tanta força e diversidade dos povos indígenas, valorizando a língua, que está na base da conexão social de todos os povos, fortalece o MAR como um espaço aberto e plural, que promove a arte e a cultura”, afirma Leonardo Barchini, diretor da OEI no Brasil.

As obras
Daiara avalia que estamos vivendo um bom momento na arte indígena. “Em função das fortes mudanças climáticas é importante ouvir os povos que sabem se comunicar com a natureza. E a arte indígena cumpre esse papel”, enfatiza. Entre as obras vistas em “Pamuri Pati – Mundo de transformação” estão algumas que fizeram história ao compor Véxoa: Nós sabemos, a primeira exposição com temática indígena contemporânea na Pinacoteca do Estado de São Paulo, em 2020. Espelho da Vida, que esteve em Véxoa, foi exibida na 34ª Bienal de São Paulo, em 2021. A obra, inspirada no manto Tupinambá, que a artista viu por acaso em uma visita a um Museu de Bruxelas, foi costurada por Daiara com plumas artificiais tingidas. Ela acrescentou, ainda, um espelho convexo, em que a imagem refletida nos reflete bem menores do que somos.

A mostra Amõ Numiã, a primeira exposição individual de Daiara Tukano, na galeria Millan (SP), também está contemplada no conjunto de Pamuri Pati – Mundo de transformação. Dali, ela traz as figuras femininas das grandes mulheres que marcam o trabalho dela. São telas que retratam a feminilidade e a força das mulheres, em que a artista lança mão com frequência das formas geométricas e das cores.

Outro destaque da mostra é a obra Festa no Céu, composta por quatro pinturas suspensas que representam os pássaros sagrados gavião-real, urubu-rei, garça-real e arara-vermelha. Para os Tukano, as aves, chamadas de miriâ porâ mahsâ, fazem cerimônia para segurar o céu e impedir que o sol queime a terra fértil. No verso de cada pintura, um manto feito de penas entrelaçadas que remete à tradição dos grandes mantos plumários. A série Kahpi Hori leva ao MAR pinturas acrílicas sobre telas com desenhos em alusão aos traços indígenas e padrões geométricos com cores vibrantes e feixes de luz que dão uma sensação de efeitos 3D. O significado de “Hori” são miragens que se enxerga a partir do Kahpi (nome dado pelos Yepá Mahsâ ao cipó da ayahuasca).

A instalação Maloca, uma grande lona plástica pintada com petroglifos e erguida sobre estrutura de bambu ocupará a área central da sala expositiva no primeio andar do pavilhão de exposições do MAR. A peça simboliza os acampamentos indígenas no Rio Negro que nasceram junto com as cidades. A instalação será uma casa, onde as pessoas vão poder entrar e ouvir histórias”, adianta Daiara, que gravará esses relatos e deixará tocando dentro da estrutura de Maloca.

A artista
Daiara Hori Figueroa Sampaio nasceu em 1982, na cidade de São Paulo. Com nome tradicional Duhigô, ela pertence ao clã Erëmiri Hãusiro Parameri do povo Yepá Mahsã, mais conhecido como Tukano. O trabalho dessa artista, comunicadora, ativista dos direitos indígenas e pesquisadora em direitos humanos pesquisa as tradições e a espiritualidade dos Yepá Mahsã. Ela foi coordenadora da Rádio Yandê, primeira web-rádio indígena do Brasil, de 2015 a 2021. Ganhadora do Prêmio PIPA Online 2021 e do Prêmio Prince Claus, da organização holandesa Prince Claus Fund, em 2022, Daiara Tukano foi artista convidada no 30º Programa de Exposições do Centro Cultural São Paulo, SP, em 2020.

 Entre as exposições que Daiara participou estão Dear Earth (2023), na Hayward Gallery, em Londres (Inglaterra); Brasil Futuro: as formas da democracia (2023), no Museu Nacional da República; Histórias Brasileiras (2022), no Masp (SP); Kaa Body – Cosmovision of the rainforest (2021), na galeria Paradise Row, em Londres (Inglaterra); 34ª Bienal de São Paulo – Faz escuro mas eu canto (2021); Véxoa: Nós Sabemos (2020), na Pinacoteca do Estado de São Paulo; Lettre au Vieux Monde (2020), na Galeria Mottattom, em Genebra (Suíça). Em 2022, atuou como curadora da exposição temporária Nhe’é Porã, no Museu da Língua Portuguesa, em São Paulo, e que em 2024 chegou ao Museu de Arte do Rio, sobre as línguas indígenas no Brasil. Além disso, a artista tem obras em Véxoa: Nós sabemos, atualmente em cartaz na Galeria de Arte da Universidade Tufts (TUAG), em Massachussets (EUA).

SERVIÇO
Exposição “Pamuri Pati – Mundo de transformação” de Daiara Tukano
Museu de Arte do Rio
Abertura: 10.05.24 ás 18h
Exposição até 28.08.24
Praça Mauá, Centro, Rio de Janeiro-RJ
A bilheteria do museu funciona de terça-feira a domingo das 10h30 às 17h, sendo possível permanecer no Pavilhão de Exposições até às 18h.
O ingresso custa R$20,00 (inteira) e R$10,00 (meia). Clique aqui para conferir a política de gratuidade.


IMAGENS
DAIARA TUKANO, Kahtiri wi'i - casa da vida, 2023, Acrílica sobre tela, 180 x 290 cm, Foto: Ana Pigosso
DAIARA TUKANO, Hori, 2023, Acrílica sobre tela, 100 x 100 cm, Foto: Julia Thompson
DAIARA TUKANO, A dor, 2022, Acrílica sobre papel, 59.5 x 42 cm, Foto: Ana Pigosso
DAIARA TUKANO, U'awá Bu'sá - manto do Urubu Rei, 2021, Plumária tingida e costurada sobre tela, 160 x 300 cm, Foto: Ana Pigosso
DAIARA TUKANO, Mahá Só'agī - Arara Vermelha, 2021, Acrílica e pasta metálica sobre tela, 160 x 300 cm, Foto: Ana Pigosso






Newsletter

Artsoul Comunicação Digital LTDA | CNPJ: 29.752.781/0001-52

Escritório: Rua Quatá, 845 - Sala 2, Vila Olímpia, São Paulo, SP, 04546-044