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Exposição "Outras Simetrias", de Juliana Cerqueira Leite
Exposição

Exposição "Outras Simetrias", de Juliana Cerqueira Leite

Exposição

  • Nome: Exposição "Outras Simetrias", de Juliana Cerqueira Leite
  • Abertura: 07 de novembro 2024
  • Visitação: até 21 de dezembro 2024

Local

  • Local: Casa Triângulo
  • Evento Online: Não
  • Endereço: R. Estados Unidos, 1324 – Jardins

Casa Triângulo abre exposição com trabalhos da escultora brasileira radicada em Nova York Juliana Cerqueira Leite


Outras Simetrias apresenta trabalhos da produção recente da artista, que utiliza a escultura para explorar o corpo humano.



A Casa Triângulo inaugura, no dia 7 de novembro, a exposição inédita Outras Simetrias, com trabalhos da produção recente da escultora brasileira radicada em Nova York Juliana Cerqueira Leite. Neles, Juliana utiliza a escultura para explorar o corpo humano, criando esculturas e desenhos que desafiam percepções tradicionais, integrando o corpo em novos contextos e questionando sua estabilidade. A artista promove a instabilidade através de recortes e justaposições, sugerindo novas presenças e espaços. Seus desenhos revelam aspectos latentes, emergindo do gesto artístico e da aparição.


A partir de seu corpo, Juliana criou dois moldes com atadura gessada e espelhados, refletindo a mesma pose. Ambos são cortados verticalmente ao meio, segundo o eixo sagital, onde o próprio corpo se espelha, e depois fundidos perpendicularmente. A artista se lança e relança em um trabalho que, para gerar corpos que criam outros espelhamentos, rompe lógicas preexistentes. 


Subvertendo a dimensão da escultura clássica, elabora combinações que revelam as esculturas como poemas que geram assimetrias em torno do espaço. Da presença enigmática de corpos e da linguagem, surgem obras que lembram carcaças, casulos, figuras que, em constante mutação, vivem entre o humano e o animal, como imagens que se deslocam em sonhos, no céu ou na alucinação poética. O resultado apresenta impressões abstratas e formas em dissolução, injetando uma dimensão delirante, plural e nômade na representação artística, desafiando os conceitos tradicionais de forma e corpo. 


Segundo Bianca Coutinho Dias, que assina texto crítico sobre a obra de Juliana, esse trabalho permite explorar várias conexões com outros artistas ou conceitos filosóficos que exploraram essa relação com o corpo, como Eva Hesse, cujas obras tridimensionais antropomórficas incorporavam uma "operação complexa" que unia gestos contraditórios e abrigava a dúvida, desafiando limites estabelecidos; as ideias de Donna Haraway sobre as novas tecnologias do corpo, sugerindo que a obra de Juliana tateia o organismo híbrido humano-máquina, confundindo fronteiras entre orgânico e inorgânico, ou Lygia Clark, que em sua obra "Caminhando" também questionou radicalmente as coordenadas rígidas do espaço; ou os exercícios filosóficos de Jean-Luc Nancy ecoando as reflexões sobre o corpo como intruso que revelam a instabilidade do corpo e a noção de que "o eu é um outro”.


Por fim, Bianca Dias faz referência ao livro "Escute as feras" de Nastassja Martin, que relata um encontro violento com um urso na Sibéria.  A antropóloga sobreviveu, e em seu corpo, incorporou algo do urso. Esta experiência é comparada ao trabalho de Juliana, ambos propondo um espelhamento que desafia concepções dualistas e abre-se à alteridade radical. O texto conclui sugerindo que a obra de Juliana, assim como a experiência de Martin, apresenta um exercício vertiginoso de ressonâncias e outras simetrias.


Sobre a artista

Juliana Cerqueira Leite nasceu em 1981 e vive em Nova York. É conhecida por criar obras em grande escala onde explora a presença física do corpo humano, e respeitada por empurrar os limites da escultura.


Formou no programa de pós-graduação em escultura da Slade School of Fine Art (UCL) em 2006, Londres, como a primeira ganhadora do Prêmio Kenneth Armitage de Escultura. Ela é representada em Madrid e Barcelona pela Prats Nogueras Blanchard; em Londres pela T.J. Boulting; em São Paulo pela Casa Triângulo e em Nova York pela PROXYCO. Tem obras em reputadas coleções públicas, entre as quais a Pinault Collection, em Paris, FR, a Saatchi Art Collection, em Londres, UK, e na Olivier Berggruen Collection, em Zurich, CH.


Cerqueira Leite recebeu a Bolsa da Fundação Pollock-Krasner em 2019 em apoio à sua exposição individual Orogenesi no Museu Arqueológico Nacional de Nápoles, Itália. Em 2016, ela recebeu o Prêmio Furla Art por sua contribuição à 5ª Bienal de Arte Jovem de Moscou.


Ela expôs seu trabalho em mostras coletivas em locais como o Sculpture Center (Nova York), o KW Institute (Berlim), o Pavilhão Antártico da Bienal de Veneza de 2017 (Itália), o Museu Brasileiro de Escultura e Ecologia (MuBE, São Paulo) e o Hordaland Kunstsenter para a Bergen Assembly de 2019 (Noruega).


Exposições individuais recentes incluem Instituto Tomie Ohtake (São Paulo), Nogueras Blanchard (Madri), Alma Zevi (Veneza), Galeria Casa Triângulo (São Paulo) e Proxyco Gallery (Nova York). Seu trabalho foi revisado em publicações como Artforum e Frieze Magazines, The Brooklyn Rail e MIT Drama Review. 


Cerqueira Leite é crítica visitante do programa de pós-graduação em escultura da Yale School of Art Graduate Sculpture program.


Sobre a Casa Triângulo

A Casa Triângulo, fundada em 1988, por Ricardo Trevisan, consolidou-se como uma das mais importantes galerias de arte contemporânea do Brasil.

 

O programa da galeria é reconhecido por apresentar mostras antológicas de seus artistas estabelecidos, além de revelar e consolidar a carreira de vários artistas jovens e/ou emergentes. Constantemente os apoiamos em apresentar exposições de escala institucional, reafirmando a galeria como um local livre e experimental, conquistando uma posição notória na cena artística internacional.

 

Em março de 2016, a Casa Triângulo inaugurou uma nova sede nos Jardins, em São Paulo. O edifício da galeria, com aproximadamente 500 m2, projetado pelo Metro Arquitetos Associados, tem forte presença urbana. O salão principal se estende para o exterior da galeria em direção à calçada, criando uma praça junto ao ambiente externo, permitindo o uso dos agradáveis espaços ao ar livre para exposições ou eventos.

 

A arquitetura tem traços retos, como uma grande caixa suspensa, de planos translúcidos embaixo e opacos em cima, dando a impressão de flutuar. O desenho e os materiais contemporâneos estão alinhados à personalidade da galeria, em uma sintonia perfeita entre estrutura e conteúdo, arquitetura e arte.

 

Ricardo Trevisan e Rodrigo Editore comemoram, em 2023, os 35 anos de atividade da Casa Triângulo.



SERVIÇO:

Outras Simetrias, de Juliana Cerqueira Leite

Abertura: dia 7 de novembro, de 18h às 21h

Período expositivo: de 7 de novembro a 21 de dezembro

Horários: de terça a sexta das 10h às 19h e sábado das 10h às 17h

Local: Casa Triângulo

R. Estados Unidos, 1324 – Jardins

Entrada gratuita


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