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Exposição "O Pernambuco Cósmico de Suanê"
Exposição

Exposição "O Pernambuco Cósmico de Suanê"

Exposição

  • Nome: Exposição "O Pernambuco Cósmico de Suanê"
  • Abertura: 20 de abril 2024
  • Visitação: até 21 de julho 2024

Local

  • Local: MAC USP
  • Evento Online: Não
  • Endereço: Av. Pedro Álvares Cabral, 1301, Ibirapuera, São Paulo - SP

Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo recebe exposição inédita de artista plástica pernambucana

A exposição O Pernambuco Cósmico de Suanê traz uma seleção de obras que evidenciam sua ligação à cultura nordestina, em especial a pernambucana, através de símbolos, formas e cores, que a permitiram construir uma trajetória artística multifacetada.

 A partir das 11h do sábado, 20 de abril, o terceiro andar do Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo - MAC USP – vai receber a exposição gratuita O Pernambuco Cósmico de Suanê. A mostra conta com curadoria do pesquisador Tálisson Melo e reúne 62 obras da artista plástica pernambucana Lúcia de Barros Carvalho (1922-2020). Inédita, a exposição faz uma retrospectiva na produção artística de Suanê, de 1946 a 2019, e conta com financiamento do Programas Unidades de Fomento à Cultura (PROAC-SP), da Secretaria da Cultura, Economia e Indústrias Criativas do Estado de São Paulo.

Nascida em um engenho da região de Palmares do estado pernambucano, Lúcia passou sua infância e adolescência na vila Águas Belas, localizada no centro do território do povo indígena Fulni-ô. Ao conviver de perto com a cultura e tradições desta comunidade, Lúcia recebeu o nome Suanê, adotado por ela desde então. “Suanê foi uma artista que se recusava a perder suas raízes. Seus costumes, as celebrações populares, a passagem dos cangaceiros por sua região, a convivência com os Fulni-ô, o catolicismo e todos os aspectos culturais que a formaram, são características fortes e presentes em todas as suas obras. Sem dúvidas, esse é o seu grande diferencial”, afirma o curador.

Conhecida por trazer em seu trabalho o regionalismo e as raízes pernambucanas que moldaram seu estilo único, na exposição o público poderá conferir obras importantes da artista, que evidenciam a incorporação de elementos de várias proposições estéticas, em diferentes momentos de sua carreira. Entre as obras, destacam-se a Santa com anjos (1946), sua primeira pintura que remete à Nossa Senhora da Conceição, padroeira de Águas Belas; Enterro na Rede (1946) e Interior de Fazenda (1946), ambas pertencentes ao acervo do MAC USP; Barraca com romãs (1963), principal pintura de sua fase de síntese da figuração; e Tsakhakat-xua em duas cores (1988), que marca a presença de suas memórias com os Fulni-ô quando sua obra se abre definitivamente a uma espacialidade cósmica.

Apesar do pouco interesse de Suanê em mostrar seu trabalho em grandes exposições e integrar o circuito artístico de sua época, sua obra percorreu importantes espaços no país, como a I Bienal Internacional de São Paulo, no início da década de 50, e no mundo como a XXXII Bienal de Veneza e salões internacionais em Paris, Tóquio e Santiago, no Chile. Além disso, suas peças estiveram ao lado de grandes artistas como Di Cavalcanti, Tarsila do Amaral, Graciano e Nóbrega e Alfredo Volpi, com quem teve forte ligação e influência.

 

Do popular ao contemporâneo
Ao lado de sua família, Suanê chega a São Paulo em 1940. Iniciou sua produção artística cinco anos mais tarde, incentivada por seu marido Nelson Nóbrega, a tornar visível tudo o que cantava e contava, instigada também por rezas, lendas e suas memórias de infância. Em poucos meses, ela já havia produzido cerca de 35 quadros que foram expostos pela primeira vez em abril de 1946, na Galeria Itá, no centro de São Paulo. A repercussão de suas primeiras obras foi significativa, sendo comentada por críticos destacados da época, embora tomada pelo calor de uma discussão mais ampla que a definia como “arte popular” e “regional”.

 

As pinturas produzidas durante as décadas de 1980 e 1990, chamadas de “cósmicas” pela própria artista, mostram a capacidade e desejo de Suanê em se reinventar constantemente. Entre linhas, formas e cores, ela desbravou em suas pinturas outra espacialidade e levou o Pernambuco e seus símbolos, como as famosas bandeirinhas de festas de São João à escala universal. O trabalho e a trajetória de Suanê também instigam a reflexão sobre os limites da história da arte entre os séculos XIX e XXI.

 

A curadoria propõe mostrar como, nas obras de Suanê, a presença de formas como as bandeirinhas estão conectadas às figurações da festa, do culto ao divino, da artesania, o imaginário, a memória, a identidade. “Mesmo em se tratando de um contexto também caracterizado pela fome, seca e desigualdade históricas, sua arte explorava temas relacionados à identidade, memória, natureza e sociedade, refletindo suas próprias experiências e observações do mundo ao seu redor”, afirma o curador.

 

SOBRE TÁLISSON MELO
Curador, pesquisador e professor de história da arte e sociologia cultural. Pós-doutorando no Instituto de Estudos Brasileiros da USP. Doutor em Sociologia e Antropologia pela UFRJ, com estágio de pesquisa na Yale University, EUA. Mestre em Artes, Cultura e Linguagens pela UFJF, onde também se graduou bacharel interdisciplinar em Artes e Design, com concentração em História da Arte pela Universidad de Salamanca, Espanha.

 

SOBRE O MAC USP
O Museu de Arte Contemporânea foi criado em 1963 quando a Universidade de São Paulo recebeu o acervo do antigo MAM de São Paulo, formado pelas coleções do casal de mecenas Yolanda Penteado e Ciccillo Matarazzo, pelas coleções de obras adquiridas ou recebidas em doação durante a vigência do antigo MAM e pelos prêmios das Bienais de São Paulo, até 1961. De posse desse rico acervo composto, entre outras, por obras de Amedeo Modigliani, Pablo Picasso, Joan Miró, Alexander Calder, Wassily Kandinsky, Tarsila do Amaral, Anita Malfatti, Emiliano Di Cavalcanti, Alfredo Volpi, Lygia Clark e uma estupenda coleção de arte italiana do começo do século XX, o novo museu passa a atender aos principais objetivos da Universidade: busca do conhecimento e sua disseminação pela sociedade. Instalado em um complexo arquitetônico criado nos anos 1950 pelo arquiteto Oscar Niemeyer e equipe, o MAC USP possui um acervo de cerca de 10 mil obras, entre pinturas, gravuras, tridimensionais, fotografias, arte conceitual, objetos e instalações. É considerado um centro de referência de arte moderna e contemporânea, brasileira e internacional, mantendo à disposição de estudantes, especialistas e do público em geral uma biblioteca e um importante arquivo documental.

 

Saiba mais em www.mac.usp.br/mac/index.asp

 

SERVIÇO
Exposição: O Pernambuco Cósmico de Suanê
Curadoria: Tálisson Melo
A partir de 20 de abril (Sábado) a 21 de julho (Domingo)
Em MAC USP
Av. Pedro Álvares Cabral, 1301
Ibirapuera | São Paulo - SP
De Terça-Feira a Domingo, das 10h às 21h.
Instagram: @projetosuane
Gratuito



IMAGENS
Domingo de Ramos em Águas Belas, 1950, têmpera sobre tela
Barraca com Romãs, 1963, têmpera sobre tela
Noite de São João, 2017, óleo sobre madeira
Passagem, 1988, têmpera sobre tela
Fundo de Qintal, sd, óleo sobre tela
Luar em Umburana (PE), sd, óleo sobre madeira
















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