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Exposição "Moquém_Surarî: arte indígena contemporânea"
Exposição

Exposição "Moquém_Surarî: arte indígena contemporânea"

Exposição

  • Nome: Exposição "Moquém_Surarî: arte indígena contemporânea"
  • Abertura: 04 de setembro 2021
  • Visitação: até 28 de novembro 2021

Local

  • Local: MAM São Paulo - Parque Ibirapuera (av. Pedro Álvares Cabral, s/nº - Portões 1 e 3)
  • Evento Online: Não

Moquém_Surarî: arte indígena contemporânea


Contam os mais velhos do povo Makuxi que, nos tempos antigos, Surarî’ foi abandonado no mato por um caçador. Ao sentir saudades dele, Surarî’ virou gente e decidiu subir aos céus atrás de seu dono. Para isso, pediu ajuda a um pequeno gavião que o levou nas costas. Quando chegou lá, Surarî’ se transformou novamente, ganhando corpo de estrela. Tornou-se responsável por trazer as chuvas e lembrar que, depois do tempo da seca, haverá ainda um outro tempo possível, o das águas.

Surarî’ é a palavra na língua makuxi que designa o moquém, jirau usado para desidratar e defumar carne. A técnica de moquear, uma forma de conservar o alimento e facilitar o seu transporte dos locais de caça e pesca até as aldeias, é boa para pensar o trânsito de provimentos e de saberes que atravessam não só diferentes espaços, mas também diferentes mundos. São trânsitos como estes que constituem os movimentos da arte indígena contemporânea. A chuva provocada por Surarî’ é uma maneira de conceber os fazeres dos artistas indígenas como veículo entre distintas temporalidades e um modo de produzir e atualizar relações.

Moquém_Surarî: arte indígena contemporânea apresenta trabalhos de 34 artistas indígenas que corporificam transformações, traduções visuais de suas cosmologias e narrativas, presentificando a profundidade temporal que fundamenta suas práticas. As obras atestam que o tempo da arte indígena contemporânea não é refém do passado. A ancestralidade é mobilizada no agora, reconfigurando posições enunciativas e relações de poder para produzir outras formas de encontro entre mundos não fundamentadas nos extrativismos coloniais.

Texto em Guarani

Nhanerentarã mboe tuja kue’i Makuxi omombe’u, ymã guare, Surari ́manje hejaa ráka’e ka’aguyre peteĩ ika’aguy va’egui. Há’e oexa nga’u vyma hera reré vy, Surari ́onhembo jera nhande ramivy ojeupi yvare oja rakygue. Há’e ramia guã ma, oikontevẽ raka’e guyraũ re vy há’e ogueraa raka’e okupere. Há’epy ovaẽ ramo, Surari ́ onhembojera jevy, há’e ojeapo ovyvyma Jaxy tatá rami. ojeapó opyta oky reruarã há’e ndaexarai,ary piru,há’egui oiko ju va’erã ary ,yy.

Surarî há’e Makuxi ayvu py omoẽ nonde moquém, monhimbe’i omo mbirú aguã xo’ó. Ojapo kuaa nhimbe’i marã tembi’u ivaipa he ‘y aguã há’e okueraa porã ve aguã oikoagui ogueraa xo’ó pira ro’ó tekoapy, kova’ema ĩporã nhemongueta marupipá nhemoĩ porã ta arandu jeyvaxa oiny ramo mamo mamoguipá jeupity há’e Joagui he’ỹ yvyrupa -marupipá jereraa ta nhande kuery ojapo mba’emo ãy guigua nhande kuery gui. Okyma ojejorá Surari’guima vy oexauka marupipá nhetyrô heravy vyma nhande kuery Imbavyky heravy ma mba’eyru aygui guara rami jereraa heravyma opyta ha ́e virami oin

Moquém Surari`: nhande mbavyky ma aygui gua peteĩ rã oĩ mba’eapó 34 imbavyky va’e nhande kuery omo in nhembojerá, jaexa vy ryve jaikuaa heravya guã jexaka gueroayvu, há’e omboete nhembojaru pygua he’y ãy guigua teim jeapo riae, nhembavykyma ije araguyjere hare nhande kuery ãy guigua onhemboty uká ymãre’ȳ ymã guare ma mombyta ãy varã, omoim heravyma ombojekó peteĩ hendapy mba’e kuaa omombe’u peteĩ rupi aguã vyma nhevain tĩ koo yvy javeré nonhe moingoi onhembojeká yvy mboae guigua kuery gui.

Jaider Esbell curador
Paula Berbert assistente de curadoria
Pedro de Niemeyer Cesarino consultor

 

A exposição é uma correalização entre MAM e Fundação Bienal de São Paulo e integra a rede de parcerias da 34ª Bienal.

 

Sobre o curador

Nascido na região hoje demarcada como a Terra Indígena Raposa Serra do Sol, Jaider Esbell está entre as figuras centrais do movimento de consolidação da arte indígena contemporânea no Brasil e atua de forma múltipla e interdisciplinar, desempenhando funções de artista, curador, escritor, educador, ativista, promotor e catalisador cultural.

Programação

Além da exposição na sede do MAM, a mostra contará com uma série de depoimentos inéditos em vídeo de sete artistas de Roraima, que serão divulgados ao longo do período expositivo nos canais digitais do museu, como também ampla programação educativa, que contará com oficinas e lives com os artistas sobre assuntos como arte e xamanismo, povos indígenas e a história da arte no Brasil e a força das mulheres indígenas nas artes.

Catálogo

Próximo do encerramento da exposição, será lançado um catálogo que reúne textos críticos e ensaios de artistas.

Lista completa de artistas

Ailton Krenak | Amazoner Arawak | Antonio Brasil Marubo | Arissana Pataxó | Armando Mariano Marubo | Bartô | Bernaldina José Pedro | Bu’ú Kennedy | Carlos Papá | Carmézia Emiliano | Charles Gabriel | Daiara Tukano | Dalzira Xakriabá | Davi Kopenawa | Denilson Baniwa | Diogo Lima | Elisclésio Makuxi | Fanor Xirixana | Gustavo Caboco | Isael Maxakali | Isaiais Miliano | Jaider Esbell | Joseca Yanomami | Luiz Matheus | MAHKU | Mario Flores Taurepang | Nei Leite Xakriabá | Paulino Joaquim Marubo | Rita Sales Huni Kuin | Rivaldo Tapyrapé | Sueli Maxakali | Vernon Foster | Yaka Huni Kuin | Yermollay Caripoune

 

Serviço

Moquém_Surarî: arte indígena contemporânea
Local: Museu de Arte Moderna de São Paulo
Curadoria: Jaider Esbell
Assistência de curadoria: Paula Berbert
Consultoria: Pedro Cesarino
Período expositivo: 4 de setembro a 28 de novembro
Endereço: Parque Ibirapuera (av. Pedro Álvares Cabral, s/nº – Portões 1 e 3)
Horários: terça a domingo, das 10h às 18h (com a última entrada às 17h30)
Telefone: (11) 5085-1300
Ingresso: Entrada gratuita, com contribuição sugerida. Agendamento prévio necessário.

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