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Exposição: "Mário, Cravo, Parga e Pedra", "Fim da Cidade”, "12" ,e "Everything Tends To Ascend (Part II)"
Exposição

Exposição: "Mário, Cravo, Parga e Pedra", "Fim da Cidade”, "12" ,e "Everything Tends To Ascend (Part II)"

Exposição

  • Nome: Exposição: "Mário, Cravo, Parga e Pedra", "Fim da Cidade”, "12" ,e "Everything Tends To Ascend (Part II)"
  • Abertura: 14 de setembro 2024
  • Visitação: até 25 de janeiro 2025

Local

  • Local: NONADA ZN - @nonada_nada
  • Evento Online: Não
  • Endereço: Rua Conde de Agrolongo, 677, Penha, RJ

Nonada ZN Apresenta Quatro Exposições Simultâneas de Escultura, Fotografia, Instalação Site-Specific e Vídeo

 

Mário Cravo Júnior, Raylton Parga, Erick Peres, Manu Costa Lima e a coletiva “Everything Tends To Ascend (Part II)” investigam temas como materialidade, memória, transcendência e espaço urbano

 

 

No próximo sábado, 14 de setembro, a Nonada ZN recebe para o vernissage de quatro exposições que, embora distintas em suas abordagens, apresentam diálogos e interseções que enriquecem o olhar sobre a produção artística contemporânea. A galeria, localizada na Penha, Rio de Janeiro, trará ao público obras de Mário Cravo Júnior, Raylton Parga, Erick Peres, Manu Costa Lima e os artistas da exposição coletiva “Everything Tends To Ascend (Part II)”, que ocupará o mezanino da galeria. As exposições abrangem uma ampla diversidade de mídias e expressões artísticas, desde esculturas e relevos, passando por fotografias e instalações site-specific, até investigações conceituais que unem vídeo e performance.

 

"Mário, Cravo, Parga e Pedra" oferece uma oportunidade rara de ver reunidos dois artistas de diferentes gerações em um diálogo sobre a exploração da materialidade na escultura e em outras linguagens. Mário Cravo Júnior (1923-2018), um dos principais nomes da escultura moderna brasileira, apresenta trabalhos produzidos a partir dos anos 1980. Conhecido por suas esculturas monumentais em madeira e metal, Cravo desenvolveu uma abordagem única que dialoga profundamente com a cultura popular baiana e suas raízes afro-brasileiras. Através de temas como identidade e ancestralidade, suas obras refletem uma busca por representações simbólicas que conectam o homem à natureza e à cultura local. Raylton Parga, por sua vez, traz uma produção contemporânea que, embora dialogando com o legado de Cravo Júnior, expande as possibilidades de experimentação com diferentes materiais. Parga, nascido em Brasília em 1995, é um artista em ascensão, com uma abordagem investigativa que mescla pintura, fotografia, cianotipia e esculturas tridimensionais. Utilizando materiais como papel, plástico e objetos encontrados, sua obra questiona os limites entre o efêmero e o permanente, e como esses elementos podem ser reconfigurados na arte contemporânea. O texto crítico de João Victor Guimarães sublinha os contrastes e afinidades entre esses dois artistas, destacando a importância da materialidade como ponto central de suas pesquisas. 

 

Na Sala 2, a exposição “Erick Peres - Fim da Cidade” apresenta uma série de trabalhos do artista Erick Peres, que retorna ao seu bairro de origem em Porto Alegre para revisitar as memórias e cicatrizes deixadas por uma enchente que devastou a região. Peres, conhecido por seu trabalho com fotografia e vídeo, utiliza esses meios para explorar a ideia de arquivo e representação. A exposição aborda a relação entre o pessoal e o coletivo, entre o passado e o presente, refletindo sobre a fragilidade dos espaços urbanos e a resiliência de suas comunidades. O texto crítico de Duan Kissonde mergulha na trajetória do artista, conectando suas experiências pessoais com questões mais amplas de urbanização e transformação geográfica. A sala se transforma em um espaço onde as marcas da destruição são visíveis, mas também onde a memória ressurge como um elemento de resistência.

 

A instalação “12”, de Manu Costa Lima, é uma obra site-specific que transforma o galpão da Nonada ZN por meio da manipulação da luz. Manu, que já realizou trabalhos em diálogo com espaços urbanos e arquitetônicos, utiliza luzes pontuais que percorrem todo o terreno e parte do espaço, convergindo no ponto central. A obra cria um percurso sensorial para o público, que é convidado a caminhar pelos arredores do galpão e a explorar o ambiente a partir de uma nova perspectiva. A relação entre interior e exterior é central em sua investigação, propondo um diálogo entre o espaço construído e o entorno urbano, além de revelar a beleza oculta que existe no cotidiano. A instalação, realizada em parceria com a galeria Quadra, é um convite à contemplação e à redescoberta da arquitetura e do espaço físico.

 

A coletiva “Everything Tends To Ascend (Part II)” ocupa o mezanino da Nonada ZN e dá continuidade a um projeto iniciado em Turim, Itália, na Societe Interludio. Sob curadoria de Francesco João, a mostra é inspirada na obra “Rock My Religion” (1982-1984) de Dan Graham, renomado artista conceitual americano. O vídeo de Graham, que mistura performances punk com xilogravuras dos Shakers, explora como diferentes culturas utilizam a arte para alcançar a transcendência espiritual e cultural. Essa interseção entre religião, música e arte é o ponto de partida para os artistas participantes – Bruno Moutinho, Francesco João, Luisa Brandelli e Virginia Ariu –, que expandem essa discussão através de suas próprias linguagens. A exposição propõe uma reflexão sobre como a arte pode ser um veículo para a transcendência e a transformação, tanto individual quanto coletiva. Bruno Moutinho, por exemplo, explora a relação entre som e imagem, criando instalações que evocam a espiritualidade presente na música. Francesco João, além de curador, apresenta trabalhos que investigam a estética da repetição e da performance ritualística, enquanto Luisa Brandelli e Virginia Ariu utilizam o vídeo e a fotografia para expandir os conceitos de memória e representação cultural. Juntas, as obras trazem uma abordagem contemporânea para temas históricos e espirituais, questionando a função da arte como meio de transformação.

 

As quatro exposições simultâneas, que ocupam diferentes espaços dentro da Nonada ZN, propõem uma rica diversidade de diálogos entre a materialidade, a memória, a espacialidade e a transcendência. Cada mostra, com suas particularidades e investigações próprias, contribui para uma visão abrangente da produção artística contemporânea. “Mário, Cravo, Parga e Pedra” explora o legado e a inovação na escultura; “Fim da Cidade” reflete sobre a urbanização e a resiliência comunitária; “12” transforma o espaço por meio da luz e da arquitetura; e “Everything Tends To Ascend (Part II)” oferece uma abordagem conceitual sobre as conexões entre arte, religião e música. Juntas, essas exposições proporcionam ao público uma experiência imersiva e plural, que se desdobra em múltiplas camadas de interpretação e sensibilidade.

 


SERVIÇO

Exposição: "Mário, Cravo, Parga e Pedra"

Artistas: Mário Cravo Júnior e Raylton Parga

Texto: João Victor Guimarães


Exposição: "Fim da Cidade” | Sala 2

Artista: Erick Peres

Texto: Duan Kissonde


Exposição: "12" | Galpão

Artista: Manu Costa Lima


Exposição: Everything Tends To Ascend (Part II) || Mezanino

Artistas: Bruno Moutinho, Francesco João, Luisa Brandelli e Virginia Ariu

Curador: Francesco João


Abertura: 14 de setembro – sábado – das 14h às 18h

Período: de 14 de Setembro de 2024 a 25 de janeiro de 2025

Local: NONADA ZN - @nonada_nada

Endereço: Rua Conde de Agrolongo, 677, Penha, RJ

Dias e Horários de funcionamento: quinta e sexta, das 12h às 17h || sábado, das 11h às 15h

 

 

a galeria

 

NONADA, um neologismo que remete ao não lugar e a não existência. Como o próprio significado de NONADA diz, ela surge com o intuito de suprir lacunas momentâneas, ou permanentes, com um novo conceito. A galeria, inclusiva e não sectária, enquanto agente promotor de encontros e descobertas com anseio pela experimentação, ilustra possibilidades de distanciar-se de rótulos enquanto amplia diálogos. “NONADA é um híbrido que pesquisa, acolhe, expõe e dialoga. Deixa de ser nada e passa a ser essência por acreditar que o mundo precisa de arte... e arte por si só já é lugar”, definem João Paulo, Ludwig, Luiz e Paulo. A NONADA mostra-se necessária após a constatação, por seus gestores, da imensa quantidade de trabalhos de boa qualidade de artistas estranhos aos circuitos formais e que trabalham com os temas atuais, sem receio nem temor em abordar tópicos políticos, identitários, de gênero ou qualquer outro assunto que esteja na agenda do dia; que seja importante no hoje. “Queremos apresentar de forma plural novos talentos, visões e força criativa”. O processo de maturação da NONADA foi orgânico e plural pois “abrangeu desde nossa experiência como também indicações de artistas, curadores, e de buscas aonde fosse possível achar o que aguardava para ser descoberto”, diz Paulo Azeco. Ludwig Danielian acrescenta: “não queremos levantar bandeiras, rótulos, e sim valorizar a boa arte, que independe de estereótipos. Queremos ter esta proposta de galeria em Copacabana, bairro popular, e na Penha, no subúrbio, na periferia do circuito de arte, para que se leve excelentes trabalhos a todos”.

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