Exposição individual “Raiar o Breu”, de Sonia Wysard

Sonia Wysard apresenta “Raiar o Breu”, na Casa de Cultura Laura Alvim

Em “Raiar o Breu”, Sonia Wysard apresenta obras em que luz e escuridade se entrelaçam, revelando camadas que surgem e se retraem na superfície pictórica. Ao explorar transparências, velamentos e sobreposições, a artista cria campos de profundidade que convidam o olhar a percorrer o intervalo entre o que aparece e o que permanece em suspensão.

A artista visual Sonia Wysard abre sua nova exposição individual, “Raiar o Breu”, com curadoria de Shannon Botelho, no próximo dia 18 de novembro, das 18h às 21h, na Casa de Cultura Laura Alvim, em Ipanema. A mostra reúne cerca de 30 obras entre pinturas, monotipias e livro de artista, com escalas variadas, entre elas uma pintura de cinco metros de altura por um e sessenta de largura, e a série inédita ‘Ossos da Terra’, produzida em 2025.

A ambiguidade entre sombra e claridade, presença e ausência, bem como o jogo entre transparência e apagamento, atravessam as séries apresentadas. Nessas obras, a artista tensiona o campo da pintura ao explorar camadas que se revelam e se retraem, construindo profundidades que parecem surgir de dentro da própria superfície. Assim, o olhar é conduzido a perceber o que se mostra e o que se insinua, num movimento contínuo entre o visível e o que permanece em suspenso.

Na entrada da exposição, o visitante se depara com a série inédita ‘Ossos da Terra’, três pinturas em tinta acrílica sobre tela, produzidas neste ano, medindo 210 x 120 cm (cada), assim como os desenhos “estudos”, que serviram de base para estes trabalhos, e quatro pinturas em aquarela. Na sala ao lado estarão duas pinturas em grande formato: Paisagem Noturna (2008) e Leblon às Escuras (2010). No mesmo espaço estarão as monotipias da série Neblina. “Nos trabalhos da série Neblina, o gesto é contido, como um sopro que deposita véus sobre a superfície tátil da pintura. A imagem se dissolve em brumas, como se quisesse manter-se próxima do instante primeiro em que a ideia acolhe o acaso”, descreve o curador Shannon Botelho.

Três pinturas de períodos diferentes, onde o vermelho predomina, são apresentadas nas séries ‘Drowned’ e ‘Limite Visível’. Nas três pinturas da série ‘Paisagens Insuspeitas’, “a materialidade torna-se rastro suspenso entre o visível e o que se desfaz diante dos nossos olhos. São paisagens inventadas, habitadas por fantasmas de cor e sopros de matéria.” Neste mesmo espaço estarão seis trabalhos emoldurados em caixas de acrílico e o Livro de Artista ‘Lendo Imagens’, de 2022, com capas em pintura acrílica sobre tela de algodão, miolo em pinturas e monotipias sobre papel Canson 160g e papel vegetal 90g. O livro é encadernado artesanalmente.

Por fim, suspenso como em flutuação e medindo cinco metros de altura por um metro e sessenta centímetros de largura, está a obra ‘Sombras’, que apresenta “superfícies onde o contraste não é apenas efeito visual, mas experiência física do tempo.”

“Raiar o Breu é esse limiar: o ponto em que a luz e a sombra deixam de ser opostas e passam a coexistir. Sonia Wysard pinta a própria transição — o espaço onde o escuro brilha, onde o invisível pulsa, onde o dia ainda é noite”, finaliza o curador no texto que acompanha a exposição.

A mostra fica em cartaz até o dia 07 de janeiro de 2026, com visitação gratuita de terça a domingo, das 13h às 19h, na Casa de Cultura Laura Alvim, espaço vinculado à Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa/FUNARJ, localizado na Av. Vieira Souto, 176, Ipanema. A classificação etária é livre.

Sonia Wysard

Artista natural de São Paulo, Sonia Wysard transfere-se para o Rio de Janeiro em 1958, gradua-se em 1981 em Ciências Biológicas pela Universidade Gama Filho e leciona por 25 anos em escolas públicas. Em 2002, já aposentada, gradua-se também em Design de Interiores, pela Universidade Estácio de Sá. Em 2007, inicia sua formação artística na Escola de Artes Visuais do Parque Lage. Faz sua primeira individual em 2013 e participa de várias exposições coletivas desde então.

A natureza e o espaço, interesses presentes em seu percurso de vida, confluem então no seu fazer artístico em madura idade, onde a percepção virtual-real e a escolha pela questão abstrata através da pintura, gravura e monotipia, criam a imersão necessária para sua pesquisa e assim também para a fruição do espectador.

Sonia busca desafiar o limite do visível, sugerindo profundidades com luzes e sombras que emergem de dentro da própria pintura. Claro e escuro se relacionam dentro de um jogo que em cada trabalho, seja por sobreposição, transparência ou contraste, cria uma multiplicidade de espaços na superfície bidimensional. Mesmo com um mínimo de gestos ou elementos, e beirando o esvanecer-se nas escolhas monocromáticas de suas séries, a produção de Sonia Wysard mantém-se extremamente corajosa e continua na busca de seus limites mais sutis e tênues.

Nos últimos anos sua pesquisa plástica abstrata vem nos levando a habitar seus mundos inventados, onde a artista nos sugere paisagens que remetem a reinos da natureza ou a atmosferas insólitas.

Serviço

Raiar o Breu

Exposição individual de Sonia Wysard

Curadoria: Shannon Botelho

Abertura: 18 de novembro de 2025, das 18h às 21h

Período de visitação: 19 de novembro de 2025 a 07 de janeiro de 2026

Local: Casa de Cultura Laura Alvim

Endereço: Av. Vieira Souto, 176 – Ipanema, Rio de Janeiro

Horário: Terça a domingo, das 13h às 19h

Entrada gratuita