Exposição individual “Gnomonic Woods”, de Raphaël Zarka
Exposição

Exposição individual “Gnomonic Woods”, de Raphaël Zarka

Exposição

  • Nome: Exposição individual “Gnomonic Woods”, de Raphaël Zarka
  • Abertura: 14 de junho 2025
  • Visitação: até 02 de agosto 2025
  • Galeria: Luciana Brito Galeria

Local

  • Local: Luciana Brito Galeria
  • Evento Online: Não
  • Endereço: Av. Nove de Julho, 5162 - Jardim Europa

“Gnomonic Woods” de Raphaël Zarka na Luciana Brito Galeria



O artista francês Raphaël Zarka volta ao Brasil para apresentar Gnomonic Woods, sua segunda exposição na Luciana Brito Galeria. A mostra reúne obras que demonstram importantes aspectos da pesquisa do artista e alguns desdobramentos desde sua primeira mostra, em 2013, por meio de um conjunto de esculturas e xilogravuras, além de uma pintura de parede pensada exclusivamente para a ocasião da mostra.


Raphaël Zarka parte do experimentalismo teórico e científico para embasar sua pesquisa artística, que recai principalmente sobre a potencialidade escultórica das estruturas, como volumes e geometrias, bem como suas histórias e contextos, influenciado pela arquitetura, urbanidade, além das histórias da arte e da ciência. O artista apresenta um interesse especial pela geometria, linguagem comum a vários diferentes campos (como a arte, a ciência e o técnico), inclusive a objetos feitos pelo homem, em particular aqueles que foram esquecidos ou negligenciados.


Para isso, desde 2001, o artista tem se debruçado sobre toda a complexidade que envolve o rombicuboctaedro, um sólido geométrico tridimensional que pertence à família dos arquimedianos, ou seja, forma calculadamente simétrica composta por mais de um tipo de polígono regular. Essa investigação o levou a conhecer os famosos relógios de sol (estruturas de pedra usadas para medir o tempo, cujas configurações escultóricas e funcionais são altamente complexas), principalmente os escoceses dos séculos 17 e 18, cuja composição também apresenta esse tipo de estrutura rombicuboctaedra, combinadas a padronagens específicas, motivos e volumes geométricos e, obviamente, funcionalidade. Essas “esculturas gnomônicas” nunca foram consideradas de forma justa pelos historiadores e, como o próprio artista enfatiza, são “parte importante e esquecida (ou até desconhecida) da história da escultura e, mais precisamente, da abstração geométrica”. Esses relogios de sol atualmente representam o principal interesse da investigação de Raphael Zarka, autor inclusive de um catálogo raisonné com mais de cem registros de rombicuboctaedros.


Essa grande pesquisa norteia a série de trabalhos que dá nome à exposição, Gnomonic Woods (2025). Embora inspiradas no vocabulário esotérico que compõe os relógios de sol (círculos, semi-circulos, corações, triângulos, cruzes, trapézios etc), essas xilogravuras trazem a espontaneidade do momento da produção em estúdio e revelam os cerne da prática escultórica do artista, que traz os sistemas combinatórios agora aplicados à linguagem pictórica. Essa é a primeira vez que ele trabalha sem planejamento, seguindo um protocolo que permite o acaso tanto na sobreposição de cores, quanto na desconstrução dos elementos do relógio do sol, diversificando as formas.


Tecnicamente, a prática é similar à da xilografia, onde ele cobre com tinta os pedaços de madeira recortados em triângulos, círculos, quadrados etc, e aplica no papel. Uma vez pronta a composição, o artista fixa o papel em uma placa de madeira, elemento recorrente na sua prática e que também surge como uma maneira de experimentar sobreposições de formas e cores. Essas camadas de processo tornam cada trabalho único.


Também parte da exposição, para as esculturas da série Prismatiques (2013) o artista transforma módulos maciços de madeira Jatobá em peças em formato de cunha (madeira cortada em ângulo agudo utilizada para apertar ou ajustar objetos) assentadas em combinações distintas sobre base de concreto. Além de trabalhar a uniformidade e exatidão do corte da madeira, cada escultura exalta a randomicidade das fissuras naturais. A precisão do corte também foi aplicada na obra La Deduction de Wenzel (2013), mas utilizando a técnica da subtração. Aqui, o artista extrai formas geométricas de placas de madeira compensada para resgatar conceitos relacionados à história da pintura e estudos sobre perspectiva, como uma forma de se situar também como um observador e admirador da arte.


Já na parede principal da Sala Modernista da galeria, o artista apresenta uma pintura de parede projetada exclusivamente para a exposição. Pensada para representar a localização da cidade de São Paulo, a pintura traz linhas transversais que não apenas representam a latitude da cidade, como também fazem uma alusão aos ponteiros, que nos relógios de sol são chamados de gnomon, ou ponteiros de sombra. Na pintura, as tonalidades das cores pasteis remetem ao degradê das sombras, interrompidas por duas pinturas menores que retratam os relógios de sol, produzidas por machetaria, tinta e gesso. Os processos de criação envolvem um estudo profundo de outras gravuras ou objetos, projeção da versão 3D e finalizando com a renderização axonométrica. A machetaria, técnica artesanal que consiste em incrustar pequenas peças de madeira, remete à técnica utilizada pelo artista na combinação das peças de madeira da série Prismatiques.



Serviço


Abertura: 14 junho -10:00

Exposição: até 2 agosto -19:00


https://www.lucianabritogaleria.com.br/ 


Local: Luciana Brito Galeria

Av. Nove de Julho, 5162 - Jardim Europa

São Paulo, SP Brasil

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