Exposição individual "Ferida Aberta", de Raphael Oboé
Exposição

Exposição individual "Ferida Aberta", de Raphael Oboé

Exposição

  • Nome: Exposição individual "Ferida Aberta", de Raphael Oboé
  • Abertura: 24 de maio 2025
  • Visitação: até 21 de junho 2025
  • Galeria: Galeria Lume

Local

  • Local: Galeria Lume
  • Evento Online: Não
  • Endereço: Rua Gumercindo Saraiva, 54 - Jardim Europa

Raphael Oboé realiza sua primeira exposição individual em São Paulo como parte do projeto Alumiar, na Galeria Lume


Raphael Oboé transforma o barro em paisagem viva, criando cerâmicas que evocam memória, rito e a ancestralidade dos territórios ameríndios



Em sua primeira exposição individual, o artista autodidata Raphael Oboé apresenta obras que evocam uma relação ancestral entre corpo, barro e território. "Ferida Aberta" reúne peças moldadas a partir de argilas selvagens, chamote e areia coletadas nos arredores da Serra do Japi, região onde o artista vive e desenvolve sua prática. Mais do que matéria, para Oboé o solo é memória viva — um arquivo silencioso que pulsa através do gesto e do tempo.


Cada etapa do processo é parte de um rito: a argila é lavada e transformada com paciência; a superfície, polida com cristais rolados até alcançar o brilho sutil da bruñida; a queima é feita em um forno a lenha construído por ele, no qual o fogo, em semi-redução, imprime marcas únicas nas peças. São obras que resultam de um diálogo íntimo com os elementos e revelam respeito pela natureza e seus ritmos.


Sua cerâmica não busca o objeto funcional, mas a travessia simbólica: entre a ancestralidade dos povos originários das Américas e as urgências do presente. Oboé ressoa tradições pré-colombianas não como citação, mas como presença viva, em continuidade. Através de sua escuta sensível — tanto à terra quanto aos sons que atravessam o Caribe e a cordilheira andina — constrói uma obra que é ao mesmo tempo som, corpo e silêncio.


Em "Ferida aberta", cada peça carrega a marca de uma caminhada. São formas que se fazem paisagem, canto e território. A cerâmica de Raphael Oboé emerge como escrita que se dá com o corpo, como canção gravada no barro — e nos convida a escutar o tempo entranhado na terra.


O projeto Alumiar, criado pela Galeria Lume, tem o intuito de dar luz a pesquisa de artistas em início de carreira que ainda não possuem representação e tampouco fizeram uma exposição individual na cidade de São Paulo.



Sobre o artista


Raphael Oboé


Raphael Oboé (1995) é natural de Jundiaí, interior de São Paulo. Seu interesse pela arte vem desde a infância, e aos 15 anos começou a desenvolver sua expressão artística por meio da pichação e do grafite. Mais tarde, o contato com tradições artísticas de povos originários sul-americanos transformou sua produção, tanto na arte de rua, onde o artista desenvolveu uma extensa trajetória, quanto na cerâmica, sua principal mídia de trabalho atualmente. Através da cerâmica, Oboé entrelaça elementos de sua história pessoal, resgatando memórias familiares e explorando processos de miscigenação e apagamento identitário, fazendo referência de modo empírico e intuitivo às tradições ancestrais na arte dos povos da América Latina.


O trabalho e pesquisa de Oboé ganharam mais amplitude em 2019, quando o artista sofreu um grave acidente automobilístico que o deixou acamado por dois anos. Durante esse período, dedicou-se ao estudo intensivo de técnicas cerâmicas, minerais e culturas relacionadas, promovendo uma pesquisa aprofundada nesse campo enquanto lidava com diversas cirurgias e desafios psicológicos decorrentes da debilidade temporária. Utilizando sua experiência como ferramenta de transformação pessoal, o corpo de trabalho do artista é um processo de ressignificação da dor e do trauma.


Oboé já realizou três exposições individuais, além de participar de mostras coletivas como “O meio é a massagem” na Galeria Simões de Assis e “Pedra Viva Serra da Capivara: o Legado de Niède Guidon” no Museu Brasileiro da Escultura.


 

Sobre a Galeria Lume 


A Galeria Lume foi fundada em 2011 com a proposta de fomentar o desenvolvimento de processos criativos contemporâneos ao lado de seus artistas e curadores convidados. Dirigida por Paulo Kassab Jr. e Victoria Zuffo, a Lume se dedica a romper fronteiras entre diferentes disciplinas e linguagens, através de um modelo único e audacioso que reforça o papel de São Paulo como um hub cultural e cidade em franca efervescência criativa.


A galeria representa um seleto grupo de artistas estabelecidos e emergentes, dedicada à introdução da arte em todas as suas mídias, voltados para a audiência nacional e internacional, através de um programa de exposições plural e associado a ideias que inspiram e impulsionam a discussão do espírito de época. Foca-se também no diálogo entre a produção de seus artistas e instituições, museus e coleções de relevância. 


A presença ativa e orgânica da galeria no circuito resulta na difusão de suas propostas entre as mais importantes feiras de arte da atualidade, além de integrar e acompanhar também feiras alternativas. A galeria aposta na produção de publicações de seus artistas e realização de material para pesquisa e registro. Da mesma forma, a Lume se disponibiliza como espaço de reflexão e discussão. Recebe palestras, performances, seminários e apresentações artísticas de natureza diversa. 



Serviço


"Ferida Aberta"

de Raphael Oboé


Local: Galeria Lume – sala expositiva II

Endereço: Rua Gumercindo Saraiva, 54 - Jardim Europa, São Paulo - SP


Abertura: 24 de maio, sábado, das 11h às 17h

Período expositivo: 24 de maio de 2025 a 21 de junho de 2025

Horário de visitação: Segunda a sexta, das 10h às 19h; sábados, das 11h às 15h


Entrada gratuita 


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