Exposição individual "ecologia social", de Minerva Cuevas
Exposição
- Nome: Exposição individual "ecologia social", de Minerva Cuevas
- Abertura: 05 de dezembro 2025
- Visitação: até 12 de abril 2026
Local
- Local: MASP — Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand
- Evento Online: Não
- Endereço: Avenida Paulista, 1578, Bela Vista – São Paulo, SP
MASP apresenta mostra da mexicana Minerva Cuevas sobre ecologia social
A exposição multidisciplinar, com instalação, escultura, pintura, cartazes e vídeo, encerra ciclo de Histórias da ecologia e aponta a crise ambiental como questão social
O MASP – Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand apresenta Minerva Cuevas: ecologia social, exposição que reúne o trabalho da artista conceitual mexicana Minerva Cuevas (Cidade do México, 1975) e aborda as conexões entre questões ambientais e estruturas sociais. Com 42 obras, é a maior mostra individual da artista no Brasil.
Utilizando diversos suportes e mídias, como instalação, murais, pintura e vídeo, Cuevas investiga criticamente os mecanismos do capitalismo e seus impactos no meio ambiente. Para a obra Understorm (2022), Cuevas mergulha uma pintura garimpada em chapopote (piche), que escorre pelas bordas dessa e de outras telas antigas. A manipulação evoca derramamentos de petróleo decorrentes de plataformas e navios da indústria petroquímica. O material, conhecido como piche no Brasil, é um derivado do petróleo, mas também remete a costumes de comunidades pré-hispânicas que o empregavam em diversos contextos, desde a impermeabilização de cerâmicas até a prática ritual.
Com curadoria de André Mesquita, curador, MASP, e assistência de Daniela Rodrigues, supervisora de mediação e programas públicos, MASP, a mostra encerra o ciclo de 2025 dedicado às Histórias da ecologia. A exposição explora as dimensões sociais, econômicas e políticas da ecologia, questionando como as dinâmicas de poder moldam as relações entre humanos e não humanos.
"A exposição evidencia que a ecologia é, fundamentalmente, uma questão social, porque não superaremos a crise ecológica vivendo numa sociedade hierárquica. É preciso abrir uma discussão coletiva sobre nossos hábitos, costumes e valores. A arte é capaz de abrir e conduzir esse debate essencial para a ecologia", afirma Mesquita.
O trabalho de Cuevas também apresenta o aspecto simbólico do cacau, contrastando seu uso ritual com a produção de chocolate em larga escala. Em Feast [Banquete] (2015), Cuevas utiliza o chocolate para nos levar a uma reflexão sobre as origens e mitologias mesoamericanas do cacau, bem como sobre os processos coloniais incorporados a seu comércio global. A artista investigou os usos do cacau como moeda na era pré-hispânica e seu cultivo no México contemporâneo, em uma região igualmente marcada pela produção de petróleo. Seu trabalho evidencia os conflitos históricos e interesses comerciais que cercam essas atividades, mostrando como pressões econômicas moldam o território e impactam a vida das populações locais. To Rebel [Rebelar-se] (2015) subverte a embalagem de um chocolate, produto transformado em um emblema do consumo global. O conjunto de obras revela como o elemento natural atravessa tempos e contextos, assumindo significados que variam do espiritual ao mercantil.
Suas obras também subvertem logotipos, campanhas publicitárias e símbolos de grandes empresas para questionar temas como consumo, valor e propriedade. Ao apropriar-se de códigos publicitários e da linguagem das marcas, Cuevas transforma símbolos do consumo em instrumentos de crítica. Obras como Égalité [Igualdade] (2001) expõem as contradições de um sistema que converte recursos essenciais, como a água, em produtos de luxo. Nesta obra, garrafas de água com embalagem modificada são distribuídas gratuitamente aos visitantes, subvertendo a lógica do mercado ao contestar a atribuição de valor monetário a um elemento natural vital para todas as formas de vida.
Na mesma data da abertura, são inauguradas também as exposições André Tanikɨ Yanomami: ser imagem e Sala de vídeo: Maya Watanabe.
SOBRE A ARTISTA
Minerva Cuevas (Cidade do México, 1975) é uma artista conceitual mexicana que desenvolve projetos que dialogam com a antropologia, a história e as ciências naturais. Sua obra abrange diversos suportes e mídias, como instalação, muralismo, pintura, vídeo e performance. Fundadora da Mejor Vida Corp. (1998), corporação sem fins lucrativos, a artista se destacou internacionalmente com exposições individuais, como The River (Cc Foundation, 2024), Game Over (Museo Jumex, 2022) e SCOOP (Whitechapel Gallery, 2010).
Minerva Cuevas: ecologia social integra a programação anual do MASP dedicada às Histórias da ecologia. A programação do ano também inclui mostras de Claude Monet, Frans Krajcberg, Abel Rodríguez, Hulda Guzmán, Clarissa Tossin e Mulheres Atingidas por Barragens.
ACESSIBILIDADE
Todas as exposições temporárias do MASP possuem recursos de acessibilidade, com entrada gratuita para pessoas com deficiência e seu acompanhante. São oferecidas visitas em Libras ou descritivas, mediante solicitação pelo e-mail acessibilidade@masp.org.br, além de textos e legendas em fonte ampliada e conteúdos audiovisuais com audiodescrição, legendagem e interpretação em Libras. Todos os materiais estão disponíveis no site e canal do YouTube do museu e podem ser utilizados por pessoas com ou sem deficiência, públicos escolares, professores, pessoas não alfabetizadas e interessadas, em visitas espontâneas ou acompanhadas pela equipe MASP.
CATÁLOGO
Será publicado um catálogo bilíngue, em inglês e português, reunindo imagens e textos sobre a exposição. O livro tem organização editorial de André Mesquita com a assistência de Daniela Rodrigues. O catálogo apresenta ensaios de Mesquita, Julieta Gonzalez e T. J. Demos.
LOJA MASP
Em diálogo com a exposição, a Loja MASP apresenta produtos especiais de Minerva Cuevas: ecologia social, que incluem bolsas, ímãs e postais.
REALIZAÇÃO
Minerva Cuevas: ecologia social é realizada por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura.
SERVIÇO
Minerva Cuevas: ecologia social
Curadoria: André Mesquita, curador, MASP, com assistência de Daniela Rodrigues, supervisora de mediação e programas públicos, MASP
5.12.25 — 12.4.2026
Edifício Lina Bo Bardi
2º subsolo
MASP — Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand
Avenida Paulista, 1578 – Bela Vista, São Paulo, SP 01310-200
Telefone: (11) 3149-5959
Horários: terças grátis, das 10h às 20h (entrada até as 19h); quarta e quinta das 10h às 18h (entrada até as 17h); sexta das 10h às 21h (entrada gratuita das 18h às 20h30); sábado e domingo, das 10h às 18h (entrada até as 17h); fechado às segundas.
Agendamento on-line obrigatório pelo link masp.org.br/ingressos
Ingressos: R$ 75 (entrada); R$ 37 (meia-entrada)