

Exposição individual “Direito ao Afeto”, de Panmela Castro
Exposição
- Nome: Exposição individual “Direito ao Afeto”, de Panmela Castro
- Abertura: 27 de abril 2025
- Visitação: até 02 de agosto 2025
Local
- Local: Pavilhão Victor Brecheret, Parque da Catacumba
- Evento Online: Não
- Endereço: Av. Epitácio Pessoa, 3000, Lagoa
PANMELA CASTRO CONVIDA O PÚBLICO A PENSAR O AFETO COMO DIREITO EM NOVA EXPOSIÇÃO NA LAGOA
No Parque da Catacumba, artista apresenta obras inéditas, pinturas ao vivo e uma convocação política: o cuidado como reparação simbólica e práticas de construção de um futuro sustentável.
A partir de 27 de abril de 2025, a artista e ativista Panmela Castro ocupa o Pavilhão Victor Brecheret no Parque da Catacumba, na Lagoa, com a exposição “Direito ao Afeto”, com curadoria de Keyna Eleison. A mostra propõe um gesto coletivo e transformador: flores que chegam à galeria, enviadas pelo público, são transformadas em pintura ao vivo pela artista — um ritual de escuta, cuidado e presença.
Inspirada em um manifesto elaborado por Panmela, a exposição parte da seguinte premissa: “O afeto não é privilégio — é um direito fundamental.” A frase sintetiza um percurso iniciado anos antes com a série “Mulheres Negras Não Recebem Flores”, nascida após a viralização do texto da escritora Gabriela Moura, que denunciava a exclusão afetiva de mulheres negras.
Ao pintar flores que lhe são ofertadas, Panmela subverte esse gesto antes negado, transformando-o em obra. As pinturas, realizadas ao longo da exposição, fazem parte de uma ação contínua e aberta ao público, que pode participar ativamente do processo. Em alguns sábados e domingos, a artista estará presente no espaço, realizando pinturas ao vivo, em diálogo com visitantes. Flores podem ser enviadas diretamente à galeria da exposição.
Além das pinturas em tempo real, a programação inclui rodas de conversa sobre afeto, solidão e representatividade, e sessões de modelo vivo botânico na qual visitantes serão convidados a compartilhar o processo de observação e pintura das flores ao lado da artista — uma proposta poética para pensar a beleza, o efêmero e o pertencimento.
“Sou uma mulher negra, e por muito tempo fui ensinada a não esperar cuidado. Essa exposição é uma forma de dizer que merecemos afeto, sim. E que merecemos recebê-lo em vida, em público, em gesto. Flores são só o começo”, afirma a artista.
Direito ao Afeto também se conecta a discussões contemporâneas sobre os ODS
(Objetivos de Desenvolvimento Sustentáveis) e justiça climática. Segundo dados da ONU, mulheres negras e indígenas são as mais afetadas pelas crises ambientais. Ao posicionar o afeto como direito, Panmela propõe que cuidar de pessoas e cuidar do planeta são práticas interligadas — inseparáveis em qualquer projeto de futuro.
Instalada em um parque ecológico com vista para a Lagoa Rodrigo de Freitas, a exposição propõe um percurso sensível em meio à natureza, convidando o público a desacelerar e refletir sobre o que significa ser visto, celebrado e cuidado.
SOBRE PANMELA CASTRO
Rio de Janeiro, 1981
Vive e trabalha entre Rio de Janeiro e São Paulo.
Panmela Castro é uma artista visual cuja prática é impulsionada pelas relações de afeto e alteridade, investigando a necessidade de pertencimento como eixo central de sua pesquisa. Sua produção se estrutura a partir do conceito de "deriva afetiva", no qual o acaso não apenas permeia sua obra, mas se torna o sujeito dos acontecimentos que a constituem. Dessa forma, sua prática se inicia na performance, compreendida como um processo relacional que se desdobra em pintura, escultura, instalação, vídeo e fotografia. Mais do que registros, esses meios funcionam como extensões da performance, capturando e ressignificando os vestígios dos encontros que fundamentam sua investigação artística.
Formada em Pintura pela Escola de Belas Artes da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ - 2007), e mestre em Processos Artísticos Contemporâneos pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ - 2011), é pós-graduada em Direitos Humanos, Responsabilidade e Cidadania Global pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC RS - 2023).
Suas obras integram coleções internacionais como Stedelijk Museum e Institute of Contemporary Art Miami (ICA), bem como as principais coleções brasileiras, como a do Instituto Inhotim , Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand (MASP), Pinacoteca do Estado de São Paulo, Museu Nacional de Belas Artes (MNBA), Museu de Arte do Rio (MAR), Museu de Arte Contemporânea da Bahia (MAC BA) e Museu de Arte Contemporânea do Rio Grande do Sul (MAC RS), entre outras. Atualmente, participa da exposição de longa duração do acervo da Pinacoteca do Estado de São Paulo.
Entre suas exposições recentes, destacam-se "Pretagonismos no acervo do Museu Nacional de Belas Artes" (MNBA - 2025), Bienal das Amazônias "Bubuia: Águas como Fonte de Imaginações e Desejos" (2024), "Terra Abre Caminhos" no Sesc Pompeia (2024), "Arte na Moda: MASP Renner" (2024); "Funk" no Museu de Arte do Rio (MAR - 2023-25), "Histórias Brasileiras" no Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand (MASP - 2022), a 13ª Bienal do Mercosul "Trauma, Sonho e Fuga" (2023), "Quilombo: Vida, Problemas e Aspirações do Negro" no Instituto Inhotim (2022-23), além das exposições itinerantes "Encruzilhada da Arte Brasileira", apresentada nos Centros Culturais Banco do Brasil do Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte e Salvador (2024 - 2025), "Dos Brasis: Arte e Pensamento Negro" no Sesc Belenzinho e Sesc Quitandinha (2024 - 2025), "Um Defeito de Cor" no Museu de Arte do Rio, Museu Nacional da Cultura Afro-Brasileira e Sesc Pinheiros (2023 - 2025), "Enciclopédia Negra" na Pinacoteca do Estado de São Paulo, no Museu de Arte do Rio, Escola de Artes Católica do Porto e Galeria da Fundação Amélia de Melo em Lisboa (2021 - 2025), entre outras.
Entre suas exposições individuais mais recentes estão "Do Jardim, um Oceano" na Galeria Francisco Fino, Lisboa (2024), e "Ostentar é Estar Viva" na Galeria Luisa Strina (2021). Em 2024, realizou a exposição "Ideias Radicais Sobre o Amor" no Museu de Arte do Rio, eleita a melhor exposição do ano pela SP-Arte. Em 2025, sua famosa série de Retratos Relatos, que já itinerou por seis instituições pelo Brasil, viaja para Paris no ano do Brasil na França a convite do Governo Brasileiro. Participou de residências artísticas no Goethe-Institut, El Espacio 23 e Black Rock Senegal, que resultou na participação da exposição coletiva "Encounters" no Blaise Senghor Cultural Center (2024), em Dakar e na individual "Deriva Afetiva Dakar" no Instituto Inclusartiz no Rio de Janeiro (2023).
Figura central da quarta onda feminista no Brasil, conforme destacado por Heloisa Buarque de Holanda em seu livro "Explosão Feminista", Panmela Castro é fundadora da Rede NAMI, organização sem fins lucrativos dedicada à promoção dos direitos das mulheres e ao combate à violência de gênero. Suas iniciativas já impactaram mais de 200 mil pessoas no Brasil e ajudaram a transformar a percepção da mulher vítima de violência doméstica na sociedade brasileira. Por sua atuação em arte e direitos humanos, recebeu títulos e prêmios como Young Global Leader pelo Fórum Econômico Mundial, DVF Awards e foi reconhecida pela revista Newsweek como uma das 150 mulheres que estão mudando o mundo.
Exclusão afetiva de mulheres negras é tema de conversa na exposição da artista Panmela Castro, no Parque da Catacumba, no dia 7 de junho
Com o objetivo de refletir sobre a exclusão afetiva vivida por mulheres negras em diferentes esferas da vida, será realizada no dia 7 de junho, às 11h, a conversa "Mulher Negra, Afetividade e Solidão", com a artista e ativista Panmela Castro e a educadora e comunicadora Pâmela Carvalho, com mediação da coordenadora de comunicação da Rede NAMI Maybel Sulamita. A conversa, gratuita e aberta ao público, será realizada na exposição "Direito ao Afeto", de Panmela Castro, em cartaz até o dia 2 de agosto de 2025, no Pavilhão Victor Brecheret, no Parque da Catacumba, na Lagoa Rodrigo de Freitas, Rio de Janeiro.
Com curadoria de Keyna Eleison, a exposição transforma flores enviadas pelo público em pinturas feitas pela artista Panmela Castro, em um ritual de escuta, cuidado e presença. Inspirada em um manifesto elaborado pela artista, a mostra parte da premissa de que "o afeto não é privilégio – é um direito fundamental." A frase sintetiza um percurso iniciado anos antes com a série "Mulheres Negras Não Recebem Flores", nascida após a viralização do texto da escritora Gabriela Moura, que denunciava a exclusão afetiva de mulheres negras. "Sou uma mulher negra, e por muito tempo fui ensinada a não esperar cuidado. Essa exposição é uma forma de dizer que merecemos afeto, sim. E que merecemos recebê-lo em vida, em público, em gesto. Flores são só o começo", afirma a artista
Desta forma, integrando o programa educativo da exposição, a conversa ampliará as discussões sobre o tema, debatendo as estruturas que negam às mulheres negras o direito de viver o afeto como um princípio fundamental. O debate não se limita aos relacionamentos amorosos, mas abrange também as relações familiares, profissionais, comunitárias e institucionais. "Assim como bell hooks nos lembra, o amor não é apenas uma emoção, mas uma prática política. O programa educativo de Direito ao Afeto propõe exatamente isso: transformar o afeto em espaço de reflexão, ação e escuta coletiva.", diz Panmela Castro.
"Falar da solidão da mulher negra numa exposição sobre afeto como direito é não só urgente, mas também revolucionário. A gente vive num país onde o afeto ainda é distribuído de forma desigual, como se fosse privilégio de alguns e não direito de todes. E quando falamos de mulheres negras, estamos falando de corpos que historicamente foram ensinados a servir, mas quase nunca a serem cuidados, amados, desejados ou priorizados. A solidão da mulher negra não é só estar sem companhia – é estar à margem do imaginário do amor, é ser invisível aos olhos do afeto.", ressalta Pâmela Carvalho.
Ainda como parte da mostra, no dia 12 de julho de 2025, às 13h, será realizada a Oficina de Modelo Vivo Botânico, que convida o público a desenhar e pintar flores e plantas do Parque da Catacumba, ao lado da artista Panmela Castro, que também estará presente na exposição em alguns finais de semana realizando pinturas ao vivo.
Com realização do Arte Clube Jacarandá, Lagoa Aventuras e Panmela Castro Cultura e Arte, a exposição está instalada em um parque ecológico e convida o público a desacelerar e refletir sobre o que significa ser visto, celebrado e cuidado. A mostra também se conecta a discussões contemporâneas sobre os ODS (Objetivos de Desenvolvimento Sustentáveis) e justiça climática. Segundo dados da ONU, mulheres negras e indígenas são as mais afetadas pelas crises ambientais.
SOBRE AS PARTICIPANTES DA CONVERSA
Panmela Castro é uma ativista e artista visual que tem como força motriz o afeto, as relações de alteridade e o senso de pertencimento. Sua prática abrange estudos de performance e se desdobra em diversas mídias, como pintura, escultura, instalação, vídeo e fotografia, unificada pela ideia como elemento comum em sua produção. Suas obras estão presentes nos principais acervos do Brasil e também em coleções internacionais. Com mestrado em Processos Artísticos Contemporâneos pela UERJ e pós-graduação no curso de Direitos Humanos, Responsabilidade e Cidadania Global pela PUCRS, Panmela é reconhecida internacionalmente por seu ativismo no combate à violência doméstica em sua instituição de direitos humanos intitulada Rede NAMI. A artista foi homenageada em inúmeros prêmios e listas incluindo o título de "Young Global Leader" do World Economic Fórum (2013), "150 Women That Are Shaking The World"da revista norte americana Newsweek Magazine (2012), DVF Awards (2012), Medalha da Ordem ao Mérito Cultural Carioca (2022), Prêmio Marielle Franco (2022), além de ter Hillary Clinton inaugurando uma galeria de artes e ativismo com seu nome na embaixada internacional de Mulheres da Vital Voices em Washington DC.
Pâmela Carvalho é educadora, historiadora, gestora cultural, pesquisadora ativista das relações raciais e de gênero e dos direitos de populações de favelas. É mestre em educação pela UFRJ. É coordenadora do Centro AfroCarioca de Cinema, responsável pelo Encontro de Cinema Negro Zózimo Bulbul. É Conselheira (Suplente) Estadual de Políticas Culturais do Rio de Janeiro e moradora do Parque União, no Conjunto de Favelas da Maré, Rio de Janeiro.
Maybel Sulamita é historiadora, curadora e pesquisadora. Possui doutorado em História pela Universidade Federal Fluminense (UFF), mestrado em História pela UNIRIO e especialização em Relações Étnico-Raciais pelo CEFET/RJ. Suas pesquisas estão voltadas para gênero, arte contemporânea, direitos humanos, trajetórias negras e cultura afro-diaspórica.
SOBRE O ARTE CLUBE JACARANDÁ
O Arte Clube Jacarandá foi fundado em 2014 por um grupo de artistas visuais amigos, que decidiu criar uma plataforma onde se pudesse discutir arte, fazer exposições, criar espaços de reflexão e editar publicações. Rapidamente a ideia ganhou corpo, com um evento na ArtRio daquele ano, e dali em diante foi realizada uma série de exposições, em diversos locais, e a publicação de oito edições da revista "Jacaranda", com a participação de artistas, curadores e pesquisadores. O Arte Clube Jacarandá inicialmente ficou sediado em um palacete em Santa Teresa. Em 2016, se instalou na Villa Aymoré, um conjunto histórico de casas, tombado, no bairro do Catete. Desde 2023 tem espaço expositivo permanente no Pavilhão Victor Brecheret, no Parque da Catacumba, na Lagoa Rodrigo de Freitas, Rio de Janeiro. Para 2025, está prevista a construção de uma nova sede, também no Parque, com projeto de Zanini de Zanine e Pedro Coimbra.
SOBRE O PARQUE DA CATACUMBA
O Parque da Catacumba passou a ser administrado integralmente pela Lagoa Aventuras em 2023, mas desde 2008 a empresa atua no local com atividades de turismo e aventura. O Parque é um amplo espaço bucólico com alamedas e praças que abrigam esculturas, mirantes, parquinho infantil, banheiros, bebedouro, bicicletário e fraldário. Um dos principais atrativos é a sua trilha para os Mirantes do Sacopã e Urubu. A história do local remonta ao início do século 20, com a Chácara da Catacumba pertencente à Baronesa da Lagoa Rodrigo de Freitas, que teria deixado em testamento suas terras para seus ex-escravizados, que passaram a ocupá-lo após sua morte. Em 1964, Carlos Lacerda, governador do então Estado da Guanabara, iniciou um processo de desmanche das favelas, removendo seus habitantes para "conjuntos habitacionais" distantes. Em 1970, na gestão de Negrão Lima, a favela foi removida e o local batizado de "Parque Carlos Lacerda", em homenagem ao seu antecessor. A inauguração foi em 1979, pelo prefeito do Rio, Marcos Tamoyo. Depois da remoção da favela, o morro passou por um processo de reflorestamento, por um programa de contenção de encostas, ganhou diversas esculturas e um pavilhão para exposições artísticas. Na década de 1980, o Parque da Catacumba abrigou shows musicais e exposições gratuitos, ao ar livre, tornando-se um ponto importante de arte e cultura.
Serviço
Conversa "Mulher Negra, Afetividade e Solidão"
Dia 7 de junho de 2025, às 11h
Entrada gratuita
Panmela Castro - “Direito ao Afeto”
Curadoria: Keyna Eleison
Abertura: 27 de abril de 2025, das 14h às 16h
Período expositivo: até 2 de agosto de 2025
Local: Pavilhão Victor Brecheret, Parque da Catacumba – Av. Epitácio Pessoa, 3000,
Lagoa, Rio de Janeiro – RJ, 22471-003
Realização: Jacarandá Art Club, Lagoa Aventuras, Panmela Castro Cultura e Arte
Parceria: Rede NAMI
Visitação: De terça a sexta-feira: às 11h e às 15h (mediante agendamento prévio com o espaço) | Aos sábados e domingos: das 10h às 16h (sem necessidade de agendamento) Classificação: Livre Entrada Gratuita.