Exposição individual “Alto Barroco", de André Griffo
Exposição

Exposição individual “Alto Barroco", de André Griffo

Exposição

  • Nome: Exposição individual “Alto Barroco", de André Griffo
  • Abertura: 14 de junho 2025
  • Visitação: até 10 de agosto 2025

Local

  • Local: Centro Cultural do Patrimônio Paço Imperial
  • Evento Online: Não
  • Endereço: Praça XV de Novembro, 48 – Centro

André Griffo apresenta um panorama de sua trajetória no Paço Imperial

 

Artista realiza sua primeira exposição individual em uma instituição no Rio de Janeiro, reunindo seus 14 anos de produção  

 


O Paço Imperial inaugura, no dia 14 de junho de 2025, a grande exposição “Alto Barroco”, com um panorama dos quatorze anos de trajetória do artista André Griffo. Com curadoria de Juliana Gontijo, serão apresentadas mais de 50 obras, entre pinturas e instalações, sendo muitas inéditas, que ocuparão o pátio principal, três salões do primeiro pavimento e dois salões do segundo pavimento do Paço Imperial. Esta é a primeira exposição individual do artista em uma instituição no Rio de Janeiro, após ter participado de diversas coletivas, além de individuais no Centro Cultural São Paulo e no Palácio das Artes, em Belo Horizonte.  

 

“A ideia é mostrar um panorama do que o artista vem fazendo, mas não apresentar de modo cronológico, principalmente porque muitas de suas séries, além de atravessarem vários anos, também terminam tendo algum tipo de comunicação, de relação entre elas”, conta a curadora Juliana Gontijo, que acompanha há mais de 10 anos o trabalho do artista.

 

Desta forma, a exposição estará dividida por temas, relacionando obras produzidas em diferentes épocas da trajetória do artista, apresentando trabalhos importantes como “Back to Olympia” (2017), “Sala dos provedores” (2018), “O Vendedor de miniaturas” (2021) e “Instruções para administração de fazendas 2” (2018), além de duas pinturas produzidas especialmente para a exposição e outras pertencentes a coleções particulares nunca antes expostas ao público. “Griffo é muito conhecido pelas pinturas em grandes dimensões. Por isso, a ideia foi também trazer outros suportes, técnicas e materialidades com os quais ele trabalha — que talvez sejam menos conhecidas ou menos referenciadas. Não se trata de uma exposição de pintura tradicional”, afirma a curadora.

 

Formado em Arquitetura e Urbanismo, Griffo iniciou sua produção no campo das artes visuais criando composições em que máquinas e estruturas mecânicas dividiam espaço com fragmentos de corpos — sobretudo de bois e porcos — em cenas densas, impregnadas de signos de violência e morte. A partir de 2014, o artista desloca seu foco para uma investigação pictórica em que a arquitetura, representada com precisão técnica, assume papel central, com pouca ou nenhuma presença humana. Nas obras mais recentes, Griffo revisita obras fundamentais da história da arte, apropriando-se de seus repertórios visuais para tencionar episódios históricos em que religião, poder e violência se entrelaçam. 

 

A pintura de André Griffo articula crítica e reverência, numa linguagem barroca que reivindica o excesso como estratégia discursiva. Através de suas pinturas, o artista faz uma contundente crítica social, abordando questões de poder, religião, questões raciais, política, etc. “O tema central do meu trabalho é a religião e como ela vem sendo usada como uma ferramenta de controle desde o Brasil colonial até a união das milícias com algumas igrejas evangélicas para dominar áreas na cidade”, conta o artista. “O trabalho do Griffo traz camadas bastante complexas, nas quais emergem relações entre religião, poder e patriarcado, além da questão da colonialidade. O interessante é como tudo isso se cruza com a história da arte, questionando qual é o papel da produção artística — e da própria arte — nesse contexto”, ressalta a curadora.

 

Para criar as obras, Griffo faz um profundo trabalho de pesquisa, indo aos locais retratados, vendo pessoalmente as pinturas que usa como referência, estudando os personagens. Sobre o título da exposição, “Alto Barroco”, a curadora explica: “Vem de uma constatação do excesso, do lugar e função do ornamento, pensando o Barroco na contemporaneidade. O barroco é o excesso, a saturação, mas também a confusão dos limites; é simultaneamente a dominação e a resistência. A gente joga com essa ambiguidade”.

 


PERCURSO DA EXPOSIÇÃO


Logo ao entrar no Paço Imperial, no pátio, o público encontrará a grande instalação “Predileção por alegorias – andaimes” (2015), que tem 7,5 metros de altura e 4,5 metros de comprimento. Composta por andaimes de ferro utilizados na construção civil, as estruturas possuem arcos de ogiva (ornamento gótico). “A ideia foi fazer um contraponto da arquitetura moderna com a arquitetura gótica. Naquele momento eu ainda não falava de religião, mas estava com um interesse especial nos arcos ogivais, então inseri esses elementos em andaimes, que são objetos estritamente funcionais. A obra trata de dois momentos da arquitetura, comparando forma e função: o gótico, com arcos que são símbolos da difusão do cristianismo, e o modernismo, com seu purismo funcional”, conta Griffo, que ressalta ter sido essa a primeira obra em que inseriu elementos religiosos, sem saber, naquele momento, que este se tornaria o principal tema de sua prática artística nos anos seguintes.

 

Na primeira sala, estarão as pinturas “Um altar consagrado” e “Base para crucificação”, que fazem parte da nova fase abstrata do artista. Neste mesmo espaço estarão “Barroco Vazio” (2014) e “Back to Olympia” (2017), na qual, pela primeira vez, o artista tece uma crítica social através da pintura, prática que continuará em outras obras. Partindo da tela “Olympia” (1863), de Manet, André Griffo dá destaque à figura da serviçal negra, que não estava em evidência na pintura original. “A primeira sala traz uma experiência de vazio, que não é um vazio propriamente dito, mas que carrega uma densidade muito grande de elementos: um excesso de matéria, de camadas. Colocamos obras mais recentes ao lado de outras do início, promovendo um encontro temporal que, de alguma maneira, se articula por meio da ideia do vazio e do excesso — algo que tem a ver com o Barroco.”

 

Nas salas seguintes as obras serão montadas como uma composição, com a ideia de camadas, criando uma perspectiva, com obras no centro da sala e pendendo do teto, com temas que têm relação com a religiosidade e com a história da pintura. Neste espaço estarão obras da série “A supressão do santo pelo ornamento” (2018), feitas em madeira, que serão penduradas a partir do teto, dando a ideia de estarem flutuando na sala. nesses trabalhos falo sobre a importância dos ornamentos no contexto religioso, que vai além da função decorativa. Ele é capaz não apenas de apresentar e definir o valor do símbolo que ele ornamenta mas também em conduzir por si só a narrativa de celebração, adoração e sublime mesmo que a imagem do santo não esteja mais presente, afirma o artista. Neste espaço também estará a grande obra “O poder e a glória do pecado” (2019), que mede 2,90X2,90m, além do retrato do Papa Inocêncio X. “Velázquez foi o primeiro a pintar o Papa Inocêncio X e depois tiveram inúmeros outros artistas, então pintei a minha versão dele”, diz Griffo.  Ainda nesta sala haverá obras como “The 80´s” (2024), “Olhos distantes se camuflam na paisagem” (2021) e “Percorrer tempos e ver as mesmas coisas” (2017), “que dão lugar a uma reflexão mais voltada à subjetividade”, diz a curadora.

 

No segundo andar, estarão obras do início da trajetória de Griffo, que tem a ver com as máquinas e os corpos, além de alguns estudos em que aparece o interesse pelo arco gótico e a relação com a arquitetura. “O vendedor de miniaturas” (2020) estará neste espaço. “É um trabalho no qual eu falo sobre questões mais contemporâneas, sobre o uso da religião como ferramenta de poder, que é a união de algumas igrejas neopentecostais com milicianos, políticos e pastores evangélicos que dominam áreas do Rio de Janeiro. Eu me interesso por esse percurso do cristianismo até chegar nessas questões de hoje em dia”, diz o artista. Também neste andar estará a instalação “A materialização do canto da Mãe da Lua” (2022), inspirado no canto do pássaro Mãe da Lua e na lenda que diz que quando ele canta é sinal de mau agouro. “Essa obra fala muito sobre a constituição de uma família brasileira, da relação entre o regime patriarcal e o regime religioso”, afirma o artista. O som do canto do pássaro vindo da instalação irá ressoar por todo o ambiente onde estarão trabalhos como “O Massacre dos inocentes” (2023), que traz uma sobreposição de várias épocas, com personagens dos dias atuais em cenários de antigamente. Haverá, ainda, a série dos Ranieris, baseada na pintura do artista italiano Sassetta, além de uma série de trabalhos com folhas de ouro, também baseado no trabalho do artista, que pintou um retrato de Santo Antônio agredido por demônios, cujas figuras dos demônios foram restauradas com folhas de ouro, subvertendo seu uso. A partir disso, Griffo criou uma série de trabalhos em que usa folhas e ouro no que seriam os demônios contemporâneos.

 


SOBRE O ARTISTA


André Griffo (Barra Mansa, 1979. Vive e trabalha no Rio de Janeiro). Entre suas principais exposições individuais destacam-se: Exploded View (Galeria Nara Roesler, Nova York, 2023); Voarei com as asas que os urubus me deram (Galeria Nara Roesler, São Paulo, 2022); Objetos sobre arquitetura gasta (Centro Cultural São Paulo, 2017); Intervenções pendentes em estruturas mistas (Palácio das Artes, Belo Horizonte, 2015). Também apresentou obras em coletivas como: - From the Ashes, London, UK, 2024; Contratempo, Museu Eva Klabin, Rio de Janeiro, Brasil, 2024. Parada 7 Arte em Resistência (Centro Cultural da Justiça Federal RJ, 2022); Casa Carioca (Museu de Arte do Rio, Rio de Janeiro, 2020/21); Sobre os ombros de gigantes, Galeria Nara Roesler, NY, EUA, 2021; 21ª Bienal de Arte Contemporânea Sesc_Videobrasil (Sesc 24 de Maio, São Paulo, 2019); Ao amor do público (Museu de Arte do Rio, Rio de Janeiro, 2015); Aparições (Caixa Cultural, Rio de Janeiro, 2015); e Instabilidade estável (Paço das Artes, São Paulo, 2014). possui obras em importantes coleções públicas e privadas, tais como: Denver Art Museum; Kistefos Museum (Noruega); Museu de Arte do Rio (Rio de Janeiro); Museu da Fotografia (Fortaleza, CE); Instituto Itaú Cultural (São Paulo) e Instituto PIPA (Rio de Janeiro).



SOBRE A CURADORA


Juliana Gontijo (Rio de Janeiro, 1980) é curadora, pesquisadora e professora adjunta na Universidade do Estado do Rio de Janeiro. É doutora em História e Teoria das Artes pela Universidad de Buenos Aires, com formação em Estudos Cinematográficos (Université Sorbonne Nouvelle) e em História da Arte e Arqueologia (Université Le Mirail). É autora do livro Distopias Tecnológicas (Ed. Circuito, 2014), vencedor da Bolsa de Estímulo à Produção Crítica da Funarte. Atuou como curadora da 9ª Bolsa Pampulha, integrou o comitê curatorial da 21ª Bienal Sesc_Videobrasil e realizou curadorias em instituições como Centro Cultural Banco do Brasil, Casa do Povo, Centro Cultural São Paulo, Paço das Artes, Centro Cultural Parque de España (Argentina). Entre seus projetos recentes, destacam-se Baile Circular (MUNTREF, Buenos Aires, 2024), Manto em Movimento (Casa do Povo e MAC USP, São Paulo, 2023), Kwá yepé turusú yuriri assojaba tupinambá (Galeria Fayga Ostrower, Brasília, e Casa da Lenha, Porto Seguro, 2021) e Cildo Meireles: Cerca de Lejos (Centro Nacional de Arte Contemporáneo Cerrillos, Santiago, Chile, 2019).

 


Serviço


André Griffo – Alto Barroco

Abertura: 14 de junho de 2025, das 15h às 19h

Exposição: até 10 de agosto de 2025

Centro Cultural do Patrimônio Paço Imperial [Térreo, 1° e 2° pavimentos]

Praça XV de Novembro, 48 – Centro – Rio de Janeiro – RJ

Terça a domingo e feriados, das 12h às 18h.

Entrada gratuita

Curadoria: Juliana Gontijo

Patrocínio: Itaú Unibanco através da Lei Rouanet

Apoio: Galeria Nara Roesler

Produção: Tisara Arte Produções

 

 

Informações para a imprensa: Midiarte Comunicação

                                              Beatriz Caillaux

                                              beatriz@midiarte.net  

  (21) 98175.9771

  www.midiarte.net 

 


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