Exposição “Djanira – 110 anos”
Exposição

Exposição “Djanira – 110 anos”

Exposição

  • Nome: Exposição “Djanira – 110 anos”
  • Abertura: 02 de junho 2025
  • Visitação: até 19 de julho 2025

Local

  • Local: Pinakotheke Cultural
  • Evento Online: Não
  • Endereço: Rua São Clemente 300, Botafogo

Pinakotheke Cultural e Instituto Pintora Djaniraapresentam a exposição


Djanira — 110 Anos


A artista que expressou em sua pintura o profundo amor pelo povo brasileiro e sua terra é celebrada nesta mostra, que percorre seus trinta e sete anos de trajetória com 50 obras – grande parte delas nunca mostradas ao público – em núcleos temáticos que marcaram sua produção: retratos; religiosidade, ritos, mitos e sonhos; paisagem; trabalho e cotidiano; registros do Brasil e os desenhos, inéditos,“Aventuras de Procopinho”, que fez em 1948 para ilustrar o livro da peça infantil escrita por Lúcia Benedetti (1914-1998), a ser encenada pelo ator Procópio Ferreira (1898-1979). Além das pinturas de Djanira, o público verá documentos, fotografias, recortes de jornais sobre a artista, e ouvirá áudios, distribuídos pelas salas de exposição, com trechos do depoimento que Djanira deu para o Museu da Imagem e do Som, em 1967. Acompanha a exposição um livro bilíngue (port/ingl), com 128 páginas e formato de 21cm x 27cm, com textos de Max Perlingeiro, Fernanda Lopes – curadores da exposição – e Eduardo Taulois, diretor-geral do Instituto Pintora Djanira, além de uma cronologia da artista e imagens das obras presentes na exposição. 



A Pinakotheke Cultural, no Rio de Janeiro, e o Instituto Pintora Djanira têm o prazer de apresentar a partir de 2 de junho de 2025 a exposição “Djanira – 110 anos”, com 50 trabalhos da grande pintora que retratou o Brasil e seu povo. Com curadoria de Max Perlingeiro e Fernanda Lopes, a mostra é composta por cinco núcleos: Retratos; Religiosidade – Ritos, Mitos e Sonhos; O trabalho e a pintura de gênero (termo cunhado no barroco e usado para definir a pintura que retrata aspectos da vida cotidiana e pessoas comuns engajadas em suas atividades); Registros do Brasil; e “Aventuras de Procopinho”, desenhos em guache sobre papel nunca mostrados antes ao público. No dia 10 de junho de 2025, às 19h, haverá o lançamento do catálogo e visita guiada à exposição com os curadores Max Perlingeiro e Fernanda Lopes.


Algumas obras inéditas de Djanira destacadas na exposição são: “Sem título [Primeiro retrato de Motta]”,1952; “Dança de Iemanjá”, 1952; “Autorretrato”, sem data; “Engomadeira”, 1954; “Santa ceia com vista de Santa Teresa”, 1958; “Orixá Oxalufan – Orixá Velho”, 1958; “Índia Canela” [estudo],1960; “Bumba meu boi”, 1961; “Alambique”e “Casa de Paraty”, de 1967 (que embora constem de publicação do MASP nunca foram exibidos);“Orixás”, 1970;“Sem título” [estudo para a capa do álbum “Casa de Farinha”], circa 1974; “Mina de carvão”, circa 1974; e “Transamazônica” (1978).


Max Perlingeiro afirma sobre Djanira: “Sua vida era pintar”. “No decorrer de sua vida, participou ativamente do meio cultural e social no Rio de Janeiro. Seu reconhecimento e sua contribuição para a arte moderna brasileira se traduzem nas inúmeras exposições internacionais recentes”.  Max Perlingeiro destaca ainda que “a Pinakotheke, ao longo dos seus 45 anos, tem apoiado as iniciativas de preservação da memória e do legado de artistas. Nossa primeira ação foi com o Projeto Portinari, em 1979. Atualmente, realiza uma parceria com o Instituto Pintora Djanira”, que tem como missão ‘preservar, pesquisar e disseminar a obra e a memória desta importante artista brasileira, assim como o contexto histórico-cultural do modernismo brasileiro, no qual a sua produção se insere’”. 


Fernanda Lopes assinala que a exposição é “uma celebração histórica da vida e da produção da artista, além do seu olhar afetuoso e interessado para o Brasil e da sua fundamental contribuição para a nossa história da arte”. “Ver sua obra agora é também constatar a atualidade das suas imagens e da sua maneira de enxergar o mundo à sua volta, além de uma importante contribuição para o pensamento sobre o Brasil e a arte brasileira de hoje. ‘Falo o brasileiro simples, uma linguagem que muita gente só entende quando é falada com sotaque de academia’, resumiu certa vez a artista”.



VIAGENS PELO BRASIL


Max Perlingeiro salienta que Djanira “em suas inúmeras viagens pelo Brasil registrava com riqueza de detalhes a paisagem, as manifestações populares e as atividades econômicas; no Rio de Janeiro e em seus arredores; na Bahia, onde manteve um ateliê; em Minas Gerais; no Maranhão; em Santa Catarina; e no Amazonas”. Ele cita o crítico Quirino Campofiorito (1902-1993): “A obra de Djanira é uma janela aberta para o Brasil, traduzindo com profundidade emocional em obras de arte”.


Fernanda Lopes menciona um texto escrito em 1963 por Djanira para a revista “Manchete”, em que a artista comenta a importância das viagens em sua produção: “Uma tela, para mim, é, às vezes, a vivência de uma viagem, disciplinada no ateliê. Eu não poderia viver sem o alento da terra. Creio que a minha vocação como pintora veio das caminhadas que fazia com meu pai, dentista ambulante, sem pouso certo, de cidade em cidade. Assim também ando eu, cheia de inquietude amorosa pela nossa paisagem e pelo nosso povo”. 


Eduardo Taulois, diretor-geral e fundador em 2021 do Instituto Pintora Djanira, junto com Fernanda Lopes, explica que esta exposição é “resultado da primeira etapa do processo de catalogação da obra da artista, realizado entre julho e setembro de 2024, e a criação do site Instituto Djanira | Home, com o apoio institucional da Pinakotheke”.  O siteé uma plataforma aberta de pesquisa e divulgação da obra da artista, “assim como do contexto histórico-cultural do modernismo brasileiro, no qual sua produção se insere”, explica Taulois. “O Instituto Pintora Djanira foi criado com o objetivo de estabelecer, de maneira crítica e criativa, diálogos entre passado e presente, culturas e territórios, a partir das questões abordadas por Djanira em sua trajetória artística, realizada entre os anos 1940 e 1970”. 



PERCURSO DA EXPOSIÇÃO


Retratos

“A ideia de uma paisagem humana se constrói na produção da artista a partir de autorretratos, retratos de quem convivia com ela cotidianamente, e pessoas que encontrava em suas andanças”, explica Fernanda Lopes. “Na exposição da Pinakotheke, somos recebidos por um núcleo quase familiar: um autorretrato de Djanira; o primeiro retrato que ela fez de seu segundo marido, o poeta, historiador e arte-educador José Shaw da Motta e Silva (com quem se casou em 1953); e um retrato de Rachel Trompowsky Taulois (amiga de Djanira, com quem Motta se casou ao ficar viúvo da artista)”. 


Religiosidade- Ritos, mitos e sonhos

Este núcleo de obras “reflete o interesse de Djanira pela religiosidade, entendida pela artista no seu sentido mais amplo, incluindo ritos, mitologias e até mesmo o onírico”, diz Fernanda Lopes. Ela aponta que Djanira “dedicou parte importante de sua produção em pintura e gravura à liturgia católica”, de que era praticante. “Seus santos não são frutos de visões místicas ou romantizadas e, sim, resultado da observação das imagens que tinha em sua coleção, feitas em madeira policromada”, observa. “Ela os sente da mesma maneira como sente o seu povo”. A curadora, em seu texto no livro que acompanha a exposição, ressalta que o interesse de Djanira pela manifestação religiosa não se extinguia na religião católica, e sim incluía “também pinturas que remetem a religiões de matriz africana, retratando diferentes orixás, além de ritos e mitologias dos povos originários, a partir da vivência com o povo Canela (hoje autointitulado Timbira), quando viaja para o Maranhão em 1960”. 


O trabalho e a pintura de gênero

Max Perlingeiro explica que “pintura de gênero (ou ‘petitgenre’) é a pintura da arte de gênero, que retrata aspectos da vida cotidiana mostrando pessoas comuns engajadas em atividades comuns”. Em “Djanira – 100 anos” estarão expostas várias pinturas que mostram o interesse da artista pelas atividades dos trabalhadores, que quase sempre aparecem como situações coletivas: as colheitas de café e de cana de açúcar, as casas de farinha, onde a mandioca é transformada em farinha, o processamento de cal, a mina de carvão, a engomadeira, as máquinas, como prensas – de farinha e tabaco – alambique, e momentos de diversão.  


Registros do Brasil

A atenção especial que Djanira demonstrava pela paisagem, “alimentada não só pelo dia a dia da artista, com cenas muito cotidianas, como o Rio de Janeiro visto da janela da sua casa em Santa Teresa, como também pela paisagem natural, cultural, política e econômica que encontrava em suas viagens pelo país”, como observa Fernanda Lopes, também ganha relevância na exposição. “As paisagens de Djanira são como retratos, como nos faz pensar uma de suas declarações para a imprensa: ‘Quero bem às paisagens como quero bem ao ser humano. Uma jarra de flores para mim é uma amiga’”. Estão neste núcleo pinturas como “Porto na Bahia” (1954), “Cabo Frio” (1970), “Saquarema” (1970), “Casa de Paraty” (1967), “Rede de pesca, Paraty” (1957), “Transamazônica” (1978), "Ruína do Forte Jerere, Florianópolis" (1972), “Igreja em Congonhas do Campo”, e “Santa ceia com vista de Santa Teresa” (1958).  


Aventuras de Procopinho

Na exposição, estarão quatro desenhos feitos por Djanira para "Aventuras de Procopinho", nunca mostrados anteriormente ao público. Em 1947, após dois anos de estada nos Estados Unidos, Djanira retorna ao Brasil trazendo novidades que reforçam seu crescente interesse pelo universo infantil: dois livros de pintura para criança “cujas legendas são verdadeiros contos infantis, muito interessantes”, declarou a artista ao jornal “A Noite”. Em novembro de 1948, Lúcia Benedetti (1914-1998), figura central na consolidação do teatro infantil no Brasil, escreve “Aventuras de Procopinho”, peça concebida para ser encenada pelo ator Procópio Ferreira (1898-1979) em vesperais para crianças. Não há registros da montagem do espetáculo, mas Djanira é convidada no mesmo ano para ilustrar o texto da peça. O diálogo de Djanira com o teatro se mantém ativo nos anos seguintes. Em 1956, ela assina a ilustração do cartaz de “Orfeu da Conceição”, peça de Vinicius de Moraes (1913-1980) com música de Antonio Carlos Jobim (1927-1994), encenada pelo Teatro Experimental do Negro, de Abdias Nascimento (1914-2011), no Theatro Municipal do Rio de Janeiro, com direção de Léo Jusi (1930) e cenários de Oscar Niemeyer (1907-2012).

no Theatro Municipal do Rio de Janeiro, com direção de Léo Jusi (1930) e cenários de Oscar Niemeyer (1907-2012).


SOBRE DJANIRA

Djanira nasceu em 20 de junho de 1914, em Avaré, São Paulo, descendente de guaranis e austríacos, e desde os dois anos de idade foi criada por outra família, em uma pequena cidade de Santa Catarina, Porto União, divisa com Paraná.  Trabalhou na lavoura de café, na criação de gado e cozinhou para famílias. Aos 18 anos foi para São Paulo, e, depois de se tratar de tuberculose pulmonar em São José dos Campos, onde fez seu primeiro desenho, se estabelece em Santa Teresa, bairro alto no Rio de Janeiro, aos 25 anos.  A força de seu trabalho se impôs, apesar de não ter sido acolhida pela academia, e Djanira integrou o círculo dos grandes artistas e críticos de sua época. Em 1958, ganhou sua primeira retrospectiva no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, instituição muito presente em sua vida. Expôs em vários países europeus e nos EUA. Morreu no Rio de Janeiro, em 31 de maio de 1977, e sua obra permanece viva e atual. No ano passado, foi uma das artistas a integrar a Bienal de Veneza, que teve curadoria de Adriano Pedrosa, e também a exposição “Brasil! Brasil! – The Birth of Modernism”, no Zentrum Paul Klee, em Berna, Suíça, organizada em parceria com a Royal Academy of Arts de Londres. 



Serviço


Exposição “Djanira – 110 anos”

Pinakotheke Cultural

Visitação pública: 2 de junho a 19 de julho de 2025

Pinakotheke Cultural - Rio de Janeiro

Rua São Clemente 300, Botafogo

22260-004 – Rio de Janeiro - RJ

Telefones: 21.2537.7566

E-mail: contato@pinakotheke.com.br

Segunda a sexta-feira, das 10h às 18h, e sábados das 10h às 16h.

Entrada gratuita

Telefones: 21.2537.7566

E-mail: contato@pinakotheke.com.br

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