Exposição coletiva "Olhar a floresta, ver a floresta"
Exposição

Exposição coletiva "Olhar a floresta, ver a floresta"

Exposição

  • Nome: Exposição coletiva "Olhar a floresta, ver a floresta"
  • Abertura: 18 de novembro 2025
  • Visitação: até 07 de fevereiro 2026

Local

  • Local: Danielian SP
  • Evento Online: Não
  • Endereço: Rua Estados Unidos, 2114 — Jardim Paulista, São Paulo

Olhar a floresta, ver a floresta 


Curadoria: Ivo Mesquita 


Visitação até 07 de fevereiro 

  


A floresta é um lugar real e, ao mesmo tempo, uma ideia. No Brasil, ela nunca foi apenas bioma: tornou-se signo, mito fundante, projeção de um país que se pensa tropical mesmo quando já se afastou da própria natureza. Olhar a Floresta, Ver a Floresta parte desse deslocamento — entre a experiência sensível e a imagem fabricada — para reunir cerca de 40 trabalhos de 25 artistas, históricos e contemporâneos, por vezes exibidos justapostos em elipses de tempo, em um arco que vai do século XIX aos dias de hoje. 


A curadoria de Ivo Mesquita organiza a exposição em três movimentos discretos, mas contínuos. O primeiro corresponde à chegada dos viajantes-naturalistas europeus ao Brasil, quando a pintura e o desenho registram a floresta como território sublime, exuberante, quase impenetrável. Obras de Nicolau Facchinetti, Henri Nicolas Vinet, e Friedrich Hagedorn apresentam esse olhar inaugural, ligado às expedições científicas que buscavam catalogar um mundo desconhecido — mas que, paradoxalmente, começavam a domesticá-lo pela própria representação. Também dentro deste segmento estão os contemporâneos Sebastião Salgado e Lucas Arruda, que operam na tradição deste imaginário. 


O segundo eixo revela o momento em que essa natureza, antes monumental, passa a ser convertida em paisagem produtiva. Fazendas, queimadas, extração, urbanizações, cercas, hortos, jardins: a floresta é absorvida pelo cotidiano. O gesto de domesticação se completa quando a mata se reduz à escala da casa — o vaso de planta, o arranjo floral, a imagem do verde. Nessa passagem, o que era território torna-se ornamento. Neste grupo estão trabalhos de Georg Grimm, Eliseu Visconti, Miguel Bakun, Paulo Pedro Leal, Helio Melo, Ozias e fotos de Augusto Malta, Lalo de Almeida e Luiz Braga.   


No núcleo contemporâneo, a floresta já não é apenas registrada, mas repensada. Esculturas, pinturas, fotografias e uma instalação inédita de Ana Luísa Dias Batista tensionam esse imaginário. Trabalhos de Frans Krajcberg, Marilá Dardot, Elaine Pessoa, Leda Catunda, Rochelle Costi, Fernando Limberger Gabriela Albergaria, Alejandro Lloret, Detanico&Lain, colocam a natureza como experiência simbólica, onde a linguagem é atravessada por tecnologias, memória, devastação e ficção. Das imagens de inteligência artificial às fotografias de queimadas, o verde deixa de ser pano de fundo e se torna campo político — mesmo quando a exposição não busca uma narrativa ambientalista explícita. 


Olhar a floresta, ver a floresta não formula diagnósticos. Para Ivo Mesquita, propõe outra coisa, mais rara em tempos acelerados: um intervalo de silêncio. Um espaço de contemplação em que o visitante possa suspender o fluxo das urgências e se perguntar, simplesmente, como olhar. Porque olhar a floresta talvez seja, hoje, reaprender a ver o mundo. 


Destaques

Instalação inédita de Ana Luísa Dias Batista, criada especialmente para a mostra (Fogos de Artifício).


Pinturas históricas do século XIX de Henri Nicolas Vinet, Friedrich Hagedorn, Nicolau Facchinetti, Georg Grimm, da mesma forma que Modernistas como Portinari, Paulo Pedro Leal, Miguel Bakun e o fotógrafo Augusto Malta.  


Fotografias de Sebastião Salgado (floresta em estado de exuberância) em diálogo com Lalo de Almeida (floresta devastada pelo fogo). 


Artistas Participantes (25)

Alejandro Lloret [1957] 

Ana Dias Batista [1978] 

Antônio Parreiras [1860–1937] 

Augusto Malta [1864–1957]  

Detanico Lain [Angela Detanico, 1974; Rafael Lain, 1973] 

Elaine Pessoa [1968] 

Eliseu Visconti [1866–1944] 

Fernando Limberger [1962] 

Frans Krajcberg [1921–2017] 

Friedrich Hagedorn [1814–1889] 

Gabriela Albergaria [1965] 

Georg Grimm [1846–1887] 

Hélio Melo [1926–2001] 

Henri Nicolas Vinet [1817–1876] 

Lalo de Almeida [1970] 

Leda Catunda [1961] 

Lucas Arruda [1983] 

Luiz Braga [1956] 

Marilá Dardot [1973] 

Miguel Bakun [1909–1963] 

Nicolau Facchinetti [1824–1900] 

Odoteres Ricardo de Ozias [1940–2011] 

Paulo Pedro Leal [1894–1968] 

Rochelle Costi [1961–2022] 

Sebastião Salgado [1944–2025] 

  

Serviço 

Exposição: Olhar a floresta, ver a floresta 

Curadoria: Ivo Mesquita 

Permanência: Até 07 de fevereiro de 2026 

Horários: terça a sexta das 11h às 19h, sábado das 11h às 15h 

Danielian SP 

Rua Estados Unidos, 2114 — Jardim Paulista, São Paulo 


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