

Exposição coletiva "Nossa Vida Bantu"
Exposição
- Nome: Exposição coletiva "Nossa Vida Bantu"
- Abertura: 31 de maio 2025
- Visitação: até 31 de maio 2026
Local
- Local: Museu de Arte do Rio (MAR)
- Evento Online: Não
- Endereço: Praça Mauá, 5 - Centro
MAR inaugura exposição que celebra a influência da cultura bantu no Brasil
A principal exposição do ano do Museu de Arte do Rio apresenta uma imersão nas contribuições da cultura bantu à formação da identidade brasileira
O Museu de Arte do Rio (MAR) lança a sua nova exposição "Nossa Vida Bantu" no sábado, dia 31 de maio. A principal mostra do ano do MAR ressalta o papel significativo que os povos de diversos países africanos, denominados sob o termo linguístico "bantus", tiveram na formação cultural brasileira e na identidade nacional. Expressões como, "dengo", "caçula", "farofa"; as congadas e folias; as tecnologias da metalurgia e do couro são algumas das expressões culturais que herdamos e recriamos da cultura bantu. Apresentada pelo Instituto Cultural Vale, com curadoria de Marcelo Campos e Amanda Bonan junto ao curador convidado Tiganá Santana, a mostra contou também com a colaboração de consultores, como Salloma Salomão, Abreu Paxe, Wanderson Flor e Margarida Petter.
A exposição propõe abordar o impacto da cultura bantu incorporada aos saberes dos povos originários e afrodiaspóricos aqui presentes. O MAR apresenta o protagonismo dessas populações, que mesmo diante do colonialismo e da escravização, mantiveram vivas suas tradições e transformaram profundamente a cultura brasileira. "Em Nossa Vida Bantu há uma missão nossa em dizer que na verdade a África bantu é muito mais apropriada pelo Brasil, em diversos estados do país tudo é muito mais bantu, na nossa compreensão africana, do que necessariamente nagô e iorubá. Africanos aqui instalados por conta da diáspora passaram então a incorporar o conhecimento da terra, por exemplo, o conhecimento sobre as ervas, sobre a passagem do tempo. E daí, então, houve essa troca que até hoje não nomeamos. A gente poderia chamar de afro-indígena, mas é sobretudo um elemento adaptativo, o grande signo bantu é o signo da mudança e da adaptação. É uma exposição que mostra uma vida possível, uma vida muito conectada na natureza, nos elementos da espiritualidade. Um dos grandes esforços dessa exposição é poder comunicar, interagir com o público a partir de abstrações, ou seja, são pensamentos filosóficos, são pensamentos abertos. O público pode esperar o reconhecimento deles mesmos nessa vida bantu, quando a gente diz que é a minha, a sua, a nossa vida bantu, é um brasil bantu", afirma Marcelo Campos, curador-chefe do MAR.
O termo bantu, inicialmente uma categorização linguística do século XIX (1862), proposta pelo linguista alemão W. Bleek, foi apropriado por representantes dessas civilizações, adquirindo um sentido identitário que transcende a dimensão linguística. "Sinuca", "moleque", "farofa" essas e tantas outras palavras recorrentes no vocabulário da nossa população evidenciam a influência bantu na formação da língua portuguesa brasileira. Mas as contribuições dos povos africanos classificados como bantu não apenas influenciaram, mas estruturaram a cultura brasileira. A presença bantu no Brasil manifesta-se em diversos aspectos para além da dimensão lexical, são tecnologias, instrumentos, repertórios gestuais, religiosidade, e em contribuições culturais disseminadas por quase todo o território brasileiro. "Com Nossa Vida Bantu, o MAR resgata e valoriza a significativa influência dos povos bantus na formação cultural brasileira, em uma iniciativa que reforça a atuação do Instituto Cultural Vale no apoio a uma cultura antirracista, plural e acessível, aliada à educação e ampliando oportunidades para aprender, refletir e desenvolver novos olhares", diz o diretor-presidente do Instituto Cultural Vale, Hugo Barreto.
A principal exposição do ano do MAR apresenta uma seleção de obras instalativas que traçam um panorama da herança bantu através das linguagens artísticas. "Uma compreensão que permeia muitos saberes bantu presentes na diáspora negra é a de que, em muitas camadas, há, necessariamente, o que varia ao se estabelecer, e é no sentido do que se estabelece e, por isso mesmo, varia que reunimos, nesta exposição, subjetividades e ações artísticas, entre Brasil (majoritariamente), Angola, Cuba e Uruguai, a versar sobre presenças bantu a partir de agora, acontecendo nesta molécula de instante", ressalta Tiganá Santana, curador convidado.
"Nossa Vida Bantu" é uma exposição coletiva que reúne cerca de 50 obras, entre elas, produções comissionadas e inéditas de mais de 20 artistas tanto nacionais como internacionais, entre eles estão André Vargas, Márcia Falcão, José Bedia, Eustáquio Neves, Pedro Figari, Castiel Vitorino Brasileiro, biarritzz, entre outros. Uma surpresa da mostra é o encontro do coletivo africano Verkron com o coletivo indígena Mahku. Serão vídeos, instalações, esculturas, pinturas, paisagens sonoras e textos que apresentam a influência bantu no país. A expografia é assinada por Stella Tennenbaum e Pedro Varella.
O Museu de Arte do Rio tem a missão de ampliar narrativas, resgatar biografias e produções e, principalmente, ser um lugar destinado à salvaguarda da memória, seja por meio do nosso acervo ou das nossas exposições. "O MAR está inserido no território da pequena África, do Cais Valongo, onde essas pessoas e essa cultura chegou no Brasil e daqui ela se espalhou pelo país inteiro. O MAR cumpre o seu papel de trazer à tona a reflexão sobre as influências e a repercussão da cultura bantu na produção artística contemporânea", destaca Marcelo Velloso, diretor-executivo do MAR.
Na abertura da exposição, no dia 31 de maio, a partir das 14 horas, a programação do MAR contará com falas institucionais dos curadores da mostra, um workshop de dança Kizomba com o professor e coreógrafo Zeca Pita e a edição da festa raízes com as apresentações da DJ Elly Chuva e do DJ Julio Rodrigues. O evento é gratuito e sujeito à lotação
MUSEU DE ARTE DO RIO
O MAR é um museu da Prefeitura do Rio e a sua concepção é fruto de uma parceria entre a Secretaria Municipal de Cultura e a Fundação Roberto Marinho. Em janeiro de 2021, o Museu de Arte do Rio passou a ser gerido pela Organização de Estados Ibero-americanos (OEI) que, em cooperação com a Secretaria Municipal de Cultura, tem apoiado as programações expositivas e educativas do MAR por meio da realização de um conjunto amplo de atividades. A OEI é um organismo internacional de cooperação que tem na cultura, na educação e na ciência os seus mandatos institucionais.
Em 2024, a OEI e o Instituto Arte Cidadania (IAC) celebraram a parceria com o intuito de fortalecer as ações desenvolvidas no museu, conjugando esforços e revigorando o impacto cultural e educativo do MAR, a partir de quando o IAC passa a auxiliar na correalização da programação.
O MAR conta o Instituto Cultural Vale como mantenedor, com a Equinor e LATAM como patrocinadores master e o Itaú Unibanco como patrocinador Ouro.
Além de ter a Globo, a Machado Meyer Advogados, a Cescon Barrieu e Wilson Sons, como apoiadores. Também como parceiros de mídia do MAR: a Globo e o Canal Curta.
O MAR conta ainda com o apoio da Prefeitura do Rio de Janeiro, do Governo do Estado do Rio de Janeiro, do Ministério da Cultura e do Governo Federal do Brasil, também via Lei Federal de Incentivo à Cultura.
Para qualquer dúvida ou informações adicionais, entre em contato com a gerência de eventos pelos números de telefone +55 (21) 3031.2733 ou pelo e- mail: eventos@museudeartedorio.org.br
PROGRAMAÇÃO 31/05/2025
14h - Abertura da Exposição
15h - Falas institucionais com os curadores
16h - Workshop de dança Kizomba com o professor Zeca Pita adas 17h até 20h - Festa Raízes @blackraizes com DJ Elly Chuva | @djellychuva_oficial & Dj Julio Rodrigues @djjuliorodrigues
Lembrando que a partir das 14h a entrada será gratuita e a exposição 'Bantu' ficará aberta até 20h (as demais exposições serão fechadas).
Serviço
"Nossa Vida Bantu"
Local: Museu de Arte do Rio (MAR) Praça Mauá, 5 - Centro, Rio de Janeiro
Abertura: sábado, 31 de maio de 2025- 14 horas
Encerramento: 31 de maio de 2026
Entrada para a abertura: gratuita a partir das 14h
Visitação das 11h às 18h (última entrada às 17h)
Fechado às quartas-feiras. Terças gratuitas.