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Exposição “Alexandre Herchcovitch: 30 anos além da moda”
Exposição

Exposição “Alexandre Herchcovitch: 30 anos além da moda”

Exposição

  • Nome: Exposição “Alexandre Herchcovitch: 30 anos além da moda”
  • Abertura: 20 de abril 2024
  • Visitação: até 08 de setembro 2024

Local

  • Local: Museu Judaico de São Paulo
  • Evento Online: Não
  • Endereço: Rua Martinho Prado, 128, Bela Vista, São Paulo – SP

“Alexandre Herchcovitch: 30 anos além da moda” em exposição no Museu Judaíco de São Paulo até 8 de Setembro

Alexandre Herchcovitch se tornou, através de um trabalho único, subversivo e impecável em termos de acabamentos e modelagens, o nome mais importante na história da moda brasileira, tendo alcançado grande relevância também no cenário internacional. Ao longo de trinta anos, o estilista desfilou suas coleções nas semanas de moda de Londres, Paris e Nova York, além, claro, nas de São Paulo e do Rio de Janeiro.

Nascido em 1971 na capital paulista, filho de imigrantes judeus de segunda geração, iniciou cedo a sua carreira. Regina Herchcovitch, sua mãe, ensinou o filho a costurar, e ele logo pôs suas ideias em prática ao criar roupas para ela. No fim da adolescência, desenhou uma caveira, que, junto da sua assinatura, se tornou a sua primeira logomarca. Inspirada em desenhos de livros de anatomia, foi também a sua primeira estampa, um ícone da sua produção que é utilizado – e desejado – até os dias de hoje.

No início dos anos 1990, o estilista passou a fazer parte da efervescente noite paulistana e logo se aproximou de drag queens, travestis, transexuais e de toda a multiplicidade de personagens que compunham a cena da música eletrônica desse período. Fascinado pela subversão dos gêneros normativos dessas que se tornaram suas amigas, começou a fazer roupas de inspiração bondage e sadomasoquista para Márcia Pantera, a drag queen que reescreveu os parâmetros performativos desse universo ao desafiar as possibilidades do próprio corpo. Logo, Herchcovitch se aproximou do DJ, e então host, Johnny Luxo, para quem também passou a criar looks. Seu primeiro desfile foi realizado no clube noturno Columbia, que ficava na esquina das ruas Augusta e Estados Unidos. Nele, Johnny Luxo desfilou com uma roupa que manteve a estética sadomasoquista, perpetuada em diversas coleções durante sua trajetória.

Começou a cursar Moda na Faculdade Santa Marcelina em 1990. Chamado por alguns de seus professores de “viking da moda” devido a sua atitude contestadora, seus longos cabelos coloridos, sua barba e suas propostas de estilo, sua passagem pela instituição não foi menos que um furacão, que terminou em 1993 de forma estrondosa com seu desfile de formatura. Negando todos os padrões exigidos pelo curso da faculdade que era dirigida por freiras, Herchcovitch apresentou um desfile belamente desconcertante que foi aberto com Márcia Pantera usando chifres, um vestido-camiseta longo branco, com uma cruz invertida gigante pintada à mão em preto, e carregando um grande terço que pingava tinta vermelha na passarela de tecido branco. Um novo universo estava sendo criado ali naquele pequeno auditório, tomando de súbito a moda brasileira e logo a internacional. De lá, passou por passarelas do mundo todo, abriu uma loja em Tóquio, vestiu a estrela islandesa Björk e a atriz estadunidense Scarlett Johansson, além de grandes modelos como Gisele Bündchen, Caroline Ribeiro e Fernanda Tavares, ícones da moda nos anos 1990 e 2000.

Em sua carreira estrelada, nunca deixou de prezar por sua família, seu círculo de amigos e sua origem judaica. De uma forma ou de outra, a estética das mulheres judias religiosas da Europa Central e do Leste, e as roupas dos Haredim (judeus ultraortodoxos) se misturaram a macacões sadomasoquistas, sapatos de saltos altíssimos, roupas de látex, vestidos de cetim de seda desconstruídos, lingeries, babados inspirados por Carmen Miranda, burkas, sempre com um pé nas comunidades alternativas que o receberam quando era jovem. Partindo dessa forte influência judaica em diálogo com várias outras perspectivas e identidades, Alexandre, que nunca foi religioso, ocupou um lugar único na moda.

A exposição que celebra seus (mais de) trinta anos de carreira apresenta ao visitante um panorama que tem como base a palavra aramaica bereshit, primeira palavra que se lê na Torá, que significa “no início”, e tem suas origens na palavra resh, no aramaico, ou rosh no hebraico, que remetem à “cabeça”. No início, na cabeça, um universo múltiplo é criado e posto em movimento. É a partir desse conceito que se desenvolve esta primeira mostra deste criador que pôs em movimento um universo muito pessoal e abraçou seu tempo com um olhar no futuro.

Alexandre Herchcovitch: 30 anos além da moda é a tradução desse mundo multifacetado criado a partir de noções de coletividade, subversão e inclusão, em que a moda foi uma ferramenta de questionamento dos padrões de gênero e de representatividade. Com sua força criativa, foi capaz de desmoronar impiedosamente os preconceitos e limites de um mercado exclusivo e excludente, reconstruindo um sistema desde as suas bases a partir de um olhar abrangente e disruptivo.


Curador Maurício Ianês


SERVIÇO
Exposição “Alexandre Herchcovitch: 30 anos além da moda”
Curadoria por Maurício Ianês
Museu Judaico de São Paulo
20 de abril a 08 de setembro
Horário: ter, qua, sex, sáb, dom das 10h às 18h (entrada até às 17h)
Qui, das 12h às 21h (entrada até às 20h)
Rua Martinho Prado, 128
Bela Vista, São Paulo – SP
Compra de ingressos
Ingresso R$ 20,00
Meia-entrada R$ 10,00
Sábados gratuitos
Estacionamento
R. Avanhandava, 65 – Consolação
São Paulo – SP, 01303-030
R$ 15,00 – 3 horas

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