Exposição "A (des)ordem natural das coisas", de Laura Villarosa
Exposição

Exposição "A (des)ordem natural das coisas", de Laura Villarosa

Exposição

Local

  • Local: GABY INDIO DA COSTA arte contemporânea
  • Evento Online: Não
  • Endereço: Estr. da Gávea, 712 - São Conrado

A (des)ordem natural das coisas



Os primeiros versos do poema “As águas”, de Manoel de Barros “Desde o começo dos tempos, águas e chão se amam. Eles se entram amorosamente e se fecundam” nos ajudam a pensar a nova produção de Laura Villarosa.


A exposição “A (des)ordem natural das coisas” nos conduz por um percurso caudaloso, por meio de paisagens que ganham corpo, volume e ritmo. Nas 11 obras aqui apresentadas, a presença da água manifesta-se de maneiras distintas. Além das técnicas têxteis, do modo de tecer desenvolvido pela artista e da pintura, base de seus trabalhos anteriores, há, nesta série, o uso da plasticidade, que fertiliza e, intencionalmente, extrapola o plano. 


Em algumas obras, o material recentemente incorporado à pesquisa de Villarosa, a cerâmica, aliada à tinta e à costura, molda um fluxo aquoso capaz de se conectar com a terra. Em outras, a mesma massa, ainda crua, eleva-se e navega céus azuis. Há também aquelas em que a água aparece por meio de fios espraiados, destinados a seguir o curso que lhes convém.


Em suas composições, Laura não busca um controle absoluto sobre a forma final, e, sim, uma colaboração com os próprios materiais, permitindo que decidam como a obra se completa. A escolha da mutabilidade como método parte de reflexões afinadas com as temáticas ambientais, a observação da ordem e da desordem que coexistem nos sistemas naturais e a ideia de que o tempo não se inscreve em linha reta, mas nos ciclos.


É como se observássemos uma floresta através de uma pequena janela. Existe nos objetos uma presença oculta, que, mesmo estáticos, parecem conter em si o movimento contínuo de algo que escapa e corre em silêncio. Uma atmosfera impregnada de mistério, a qual transita entre a robustez, provocada pelo excesso de matéria, e a quietude de horizontes límpidos. 


A investigação de Laura mergulha nesse bem comum, líquido primeiro que chama o mundo à forma, de onde todos nós partimos, que em seu curso parece encontrar novamente o poeta: “Todos somos devedores destas águas”. 


Serviço


LAURA VILLAROSA

A (des)ordem natural das coisas


GABY INDIO DA COSTA arte contemporânea

Estr. da Gávea, 712 - São Conrado


Texto Bruna Araújo


abertura: sab, 14.06.25 | 16h às 20h

exposição: 14.06 a 31.07.25

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