Wagner Vidal 1
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Wagner Vidal nasceu em Minas Gerais (Junho, 1975). Atravessou a infância e a adolescência inserido em um modelo social e familiar direcionado pelo sistema religioso. O confronto, desde cedo, com a dúvida e a dor em aceitar ou não a própria sexualidade é tema focal da pesquisa do artista, que aborda o corpo em movimento, a identidade de gênero e a sexualidade, ampliando o olhar para outras minorias: mulheres, negros, indígenas.
A pesquisa se expande também para a apropriação e a transformação de signos do cotidiano em críticas social e política. Wagner encontra material para compor suas obras no estudo de como se constrói a relação do ser com o ambiente no qual ele está inserido (real ou online). Busca na internet, no meio virtual, ‘o mundo paralelo do prazer e da permissividade’ onde grande parte dos usuários se sente livre para explorar os incontáveis aspectos da própria sexualidade e das relações marginalizadas, com menos julgamentos.
A versatilidade artística está presente nos vários suportes utilizados. A pintura tem um lugar de destaque na sua prática artística e nas experimentações em que o figurativo contorna e formata as suas vivências enquanto LGBTQUIAPN+. Mas outros suportes também transitam pelo seu processo criativo, como assemblagem, aquarela, desenho. A experimentação é permanente, constante, necessária e coloca o artista em um lugar tanto de expectador quanto de protagonista dessas descobertas diárias sobre a relação com o corpo, a identidade de gênero, a sexualidade, as minorias e as críticas social e política.
Atualmente Wagner Vidal pesquisa o EXTERMÍNIO da comunidade LGBTQUIAPN+ , explicitando os dados, números e horrores em forma de crítica. Busca no passado, como por exemplo o registro do primeiro crime por homofobia no país, até os dias contemporâneos, que colocam o Brasil como um dos líderes mundiais de assassinatos de LGBTs.
Quase nada mudou desde que o indígena tupinambá, Tibira do Maranhão, foi amarrado à boca de um canhão e executado por líderes religiosos em 1613-14, em São Luis - MA. Hoje, os crimes continuam estimulados por algumas religiões, direta e indiretamente, e se estendem para as ruas, para dentro de casa, no meio das famílias. Só em 2023 foram registrados cerca de 250 mortes violentas de LGBTs no Brasil. 184 foram assassinatos
Por: Galeria Poente