Julia Benetton
JULIA BENETTON nasceu em Piracicaba (1992), tem formação em design grá co e bacharelado pela FAAP/SP e Design Communication pela University of the Arts (UAL) em Londres/Reino Unido. Realizou exposições na: Escola Bauhaus Piracicaba, SP - Brasil (2018); “King’s Cross Illustrator’s Christmas Fair Lon- dres”, Reino Unido (2016) e Centre Du Graphisme d’Échirolles Échirolles - França (2015). Transitou por diversos países, com diferentes culturas, desde a In- glaterra até as ilhas escondidas no Vietnã.
Para falar sobre a artista visual Julia Benetton é necessário retroceder-se um pouco para suas primei- ras pesquisas, anteriores à pandemia. Suas pesqui- sas na primeira olhada revelaram-se como trabalhos eróticos, sensuais e gestos rápidos. Com agilidade expressionista, descortina uma intimidade com os pinceis e desenhos. As cores escolhidas, a saber: os vermelhos, verdes, cores puras, foram muito us- adas pelos artistas expressionistas alemães , espe- cialmente Egon Schiele, com estilo mais agressivo e trágico. Julia se aprofundou neste último artista, estudando os matizes, tons vermelhos , laranjas e o sofrimento aliado à sexualidade. O artista brasileiro que mais se aproximou dessa estética foi Flavio de Carvalho, que, em obras inéditas das gravuras e de- senhos, retratou o corpo feminino com traços fortes e marcantes.
Os trabalhos com nus femininos de Julia, com suas linhas e cores fortes, sugerem, paradoxalmente, que a nudez já não importa tanto, mas sim o que está dentro da pele, o que reveste o corpo. O que o corpo suporta.
Com a pandemia, Julia xou sua morada no litoral norte de São Paulo, lá pode re etir um pouco sobre sua estética, o modo como pintava e desenhava. Sua vida se tornou mais leve; o mar e a vegetação foram sua inspiração para viver o presente.
A verdade é que o isolamento imposto pela pandemia forçou pessoas a se confrontarem consigo mesmas. Nesse processo, muita gente repensou suas rotinas e deu viradas bruscas de emprego, endereço ou rela- cionamento.
A sua própria atividade cultural e artística diversi cou- se e novos temas, impensáveis no passado, passaram a interessá-la como motivos para seus novos trabalhos e as suas pinturas. À semelhança do que ocorreu com Jean- Baptiste Debret (1768-1824) que em sua longa permanência no Brasil, colocou-se com uma realidade totalmente diversa, pitoresca, deixou o neoclassicismo e foi atraído pelo colorido dos produtos naturais en- contrados em nosso País, pintando laranjas, bananas, abacaxis, mangas, e outras frutas exóticas, numa com- posição original, além, dos assuntos indígenas e paisa- gens.
Julia liberou sua imaginação nas pinturas de paisa- gens do Litoral Norte de São Paulo (São Sebastião), registrando seu cotidiano, como as ondas do mar, a exuberância da oresta, as plantas litorâneas, rios, riachos, imortaliza na pintura. Esses trabalhos estão em “Vagator Beach (2020); “Entrelaço das folhas” (2021); “Palma tranquila” (2020); “Calma Tormenta” (2022); “Guaimbê” (2019); “Saudação ao sol” (2021) e ‘Abacaxi” (2018), dentre outros.
LOLY DEMERCIAN
Por: Casagaleria e Oficina de Arte Loly Demercian