

Sala de vídeo: Glicéria Tupinambá e Alexandre Mortagua
Exposição
- Nome: Sala de vídeo: Glicéria Tupinambá e Alexandre Mortagua
- Abertura: 20 de outubro 2023
- Visitação: até 03 de dezembro 2023
Local
- Local: MASP – Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand
- Evento Online: Não
- Endereço: Avenida Paulista, 1578 – Bela Vista - 2º subsolo
MASP APRESENTA OBRA INÉDITA DE GLICÉRIA TUPINAMBÁ
E ALEXANDRE MORTAGUA NA SALA DE VÍDEO
O filme Quando o Manto fala e o que o Manto diz evidencia, através do processo de confecção do Manto Tupinambá, a importância da indumentária como símbolo da memória e da resistência do povo indígena
O MASP – Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand apresenta, de 20 de outubro a 3 de dezembro de 2023, no 2o subsolo do museu, Sala de vídeo: Glicéria Tupinambá e Alexandre Mortagua, com a estreia do longa-metragem Quando o Manto fala e o que o Manto diz (2023). Com curadoria de Renata Tupinambá, curadora-adjunta de arte indígena, MASP, o filme registra o processo de confecção do Manto Tupinambá por Glicéria, demonstrando a potência desta tecnologia ancestral na contemporaneidade e reforçando a perspectiva feminina e o protagonismo da mulher indígena. O documentário foi produzido pela FILMES D'O BAILE.
Quando o Manto fala e o que o Manto diz tem como personagem central o Manto Tupinambá criado por Glicéria. Acompanhado de reflexões da artista, o filme registra diferentes etapas de construção da peça, como a confecção da rede que serve como estrutura e a aplicação das penas de aves nativas.
A indumentária, utilizada em rituais, é um símbolo de memória e resistência do povo indígena Tupinambá. Atualmente, sabe-se da localização de onze mantos remanescentes, produzidos durante o período colonial brasileiro. Todos eles se encontram na Europa, em museus na Dinamarca, Suíça, Bélgica, França e Itália. Em junho de 2023, o Nationalmuseet, Museu Nacional da Dinamarca, anunciou a devolução de um Manto Tupinambá, que passará a integrar o acervo do Museu Nacional - UFRJ, no Rio de Janeiro.
A curadora Renata Tupinambá comenta sobre a relevância da vestimenta: “o Manto é como uma testemunha do genocídio de uma nação, e o que ele diz em um universo de subjetividades e mistérios é que esse povo e a sua cultura estão vivos, sendo capazes de se adaptar, trazendo seus saberes e ciência ao mundo. Em meio à violência, ao racismo, à perseguição aos Tupinambá e suas lideranças no território indígena, é também uma mensagem de força, resistência e a possibilidade de renascer todos os dias”.
O trabalho audiovisual também reforça a perspectiva feminina e o protagonismo da mulher indígena. Guiada pela intuição, seus sonhos e sensibilidade, a artista evidencia a força da narrativa trazida pela fala do Manto Tupinambá de Serra do Padeiro sob sua visão cosmogônica e artística. “O manto é vida que pulsa, que corre em rios e se manifesta em muitas formas, penas que voam além da matéria”, reflete a curadora.
SOBRE GLICÉRIA TUPINAMBÁ
Glicéria Tupinambá (Buerarema, Bahia, 1982), também conhecida como Célia Tupinambá, é artista, cineasta, ativista e educadora indígena da aldeia Serra do Padeiro, localizada na Terra Indígena Tupinambá de Olivença, no sul do estado da Bahia. Aos 39 anos, participa intensamente da vida política e religiosa dos Tupinambá, envolvendo-se, sobretudo, em questões relacionadas à educação, à organização produtiva da aldeia, serviços sociais e direitos das mulheres. Foi professora no Colégio Estadual Indígena Tupinambá da Serra do Padeiro. Concluiu a Licenciatura Intercultural Indígena no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Bahia (IFBA) e, atualmente, cursa mestrado no Programa de Pós-graduação em Antropologia Social pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Foi presidente da Associação dos Índios Tupinambá da Serra do Padeiro, sendo responsável pela aprovação e gestão de projetos voltados ao fortalecimento da aldeia. Atuou na Articulação dos Povos e Organizações Indígenas do Nordeste, Minas Gerais e Espírito Santo (APOINME) e foi integrante da Comissão Nacional de Política Indigenista (CNPI). Além disso, representa seu povo junto à Organização das Nações Unidas para a Igualdade de Gênero e o Empoderamento das Mulheres (ONU Mulheres). Realizou o documentário Voz das Mulheres Indígenas (2015), fez a curadoria da exposição Kwá yapé turusú yuriri assojaba tupinambá | Essa é a grande volta do manto tupinambá (2021), na Funarte Brasília. Foi vencedora da 10ª edição da Bolsa de Fotografia ZUM/IMS de 2022 com o projeto Nós somos pássaros que andam, e artista premiada do Prêmio PIPA 2023.
SOBRE ALEXANDRE MORTAGUA
Alexandre Mortagua (Rio de Janeiro, 1994) é diretor, produtor e roteirista, e aborda questões sociais em suas produções. Formado em Arte Visuais pela Faculdade Paulista de Artes (FPA), e Produção Executiva para Cinema e TV pela Academia Internacional de Cinema (AIC). Desde 2015 dirige videoclipes em colaboração com artistas nacionais e internacionais. Dirigiu e roteirizou os curtas A primeira mulher (2016) e Vizinhança (2017). Também assina a direção, roteiro, montagem e produção executiva do longa-metragem Todos nós cinco milhões (2019), filme híbrido de documentário e ficção sobre o abandono paterno no Brasil. Em 2022, publicou seu primeiro livro de autoficção pela Editora Philos, Aqui, agora, todo mundo: como estou me matando e outros venenos que podem me curar. Quando o manto fala e o que o manto diz é seu segundo documentário de longa-metragem.
SERVIÇO
SALA DE VÍDEO: GLICÉRIA TUPINAMBÁ E ALEXANDRE MORTAGUA
Curadoria de Renata Tupinambá, curadora-adjunta de arte indígena, MASP
2º subsolo
Visitação: 20.10 – 3.12.2023
MASP – Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand
Avenida Paulista, 1578 – Bela Vista
01310-200 São Paulo, SP
Telefone: (11) 3149-5959
Horários: terça grátis, das 10h às 20h (entrada até as 19h); quarta a domingo, das 10h às 18h (entrada até as 17h); fechado às segundas. Entrada gratuita em todas as primeiras quintas-feiras do mês – um oferecimento B3.
Agendamento on-line obrigatório pelo link masp.org.br/ingressos
Ingressos: R$ 60 (entrada); R$ 30 (meia-entrada)
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