Exposição "Superaquecidas" de Sofia Caesar

No próximo dia 19 de maio a Cavalo tem o prazer de apresentar ‘Superaquecidas' de Sofia Caesar, sua primeira individual no espaço da galeria no Rio de Janeiro. A exposição apresenta um conjunto de obras inéditas no Brasil e produzidas esse ano da artista carioca radicada na Bélgica que ampliam seu interesse nas associações entre corpo e tecnologia, e mais especificamente nas relações de trabalho precarizadas e na financeirização do ócio.

O título da exposição é tomado de uma videoinstalação realizada por Sofia em conjunto com coreógrafas residentes no Rio de Janeiro. A partir de uma proposta inicial da artista, quatro colaboradoras idealizam situações de home office em que tanto máquina e corpo chegam a um estado de esgotamento por calor excessivo. ‘Nossos computadores foram feitos para funcionar bem nas condições climáticas do Vale do Silício, então o que está sendo universalizado como uma nova maneira de trabalhar é  na verdade uma muito específica’ avalia Sofia. Os vídeos, exibidos simultaneamente, são complementados por pequenos bancos inclinados que convida o público a aprender maneiras inusitadas de sentar.

A série de fotografias ‘Sittings’ retrata, em tom cômico, a artista em dez posturas absurdas de trabalho. Como um desastroso tutorial de ioga para escritório, as poses da artista com seu laptop, mesa abarrotada, estante e cadeira giratória são nomeadas uma a uma, em situações como ‘mole’, ‘poleiro’ e ‘barco’. ‘Sittings’ também atenta para questões de tempo, que é como sessões são denominadas.

Graduada em dança pela Faculdade Angel Vianna, a pesquisa de Sofia Caesar expande esse interesse também na série de obras ‘Baile das obsoletas’, em que a artista utiliza partes de celulares descartados, como  telas quebradas, baterias inutilizadas, plástico, celulose e fios de cobre, para formar móbiles que giram no próprio eixo silenciosamente pelo espaço da galeria. Os aparelhos, cada vez mais extensões dos nossos corpos, aparecem repetidamente na exposição e atentam para dependência e fragilidade dos sistemas que temos construído. 

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