Exposição "STREETMYVIEW", individual de Carlos Silvério
Exposição

Exposição "STREETMYVIEW", individual de Carlos Silvério

Exposição

  • Nome: Exposição "STREETMYVIEW", individual de Carlos Silvério
  • Abertura: 01 de dezembro 2022
  • Visitação: até 09 de dezembro 2022

Local

  • Local: Centro Brasileiro Britânico
  • Evento Online: Não
  • Endereço: Rua Ferreira de Araújo, 741

STREET MY VIEW - Individual de Carlos Silvério


A produção de imagens é a ação do nosso tempo. Há 100 anos, a atividade ainda era restrita aos artistas, entre eles pintores, escultores, gravadores, arquitetos, fotógrafos. Hoje, com a popularização da produção de imagens, grande parte delas são criadas sem propósito ou preocupação estética — como um idioma que se espalha por uma população de milhões, e que para além de seus poemas épicos ganha versões coloquiais, expressões, dialetos, e perde seus limites como linguagem.

 

A popularização em si extrapolou limites humanos e chegou à robotização. O Google Street View produz imagens em alta definição de praticamente todas as vias do mundo que são acessíveis por automotivos. São captadas remotamente por câmeras montadas sobre um veículo, processadas e combinadas por software, e consumidas via internet em dispositivos aptos. 

 

As imagens derivadas desse processo pertencem à sua própria categoria, e já não causam o estranhamento com que inevitavelmente as recebemos pela primeira vez, em torno do ano de 2008. Hoje reconhecemos uma imagem produzida pelo Google Street View: foto tirada da rua, com deformações, desencontros, rastros de movimentos, pessoas de rosto borrado.



Você pode contar os tijolos de um muro de uma determinada rua de uma cidade, sem nunca ter pisado nela e talvez nunca pise.

 

"Antes do Street View, conheci e fiquei fascinado pelo Google Earth. Eu ficava passeando no software como um explorador que sobrevoa lugares; eu navegava no Google Earth para ver as cidades fotografadas, com todas as coordenadas, com os nomes dos lugares. Ao invés de assistir televisão, eu gostava de ficar passeando pelo Google Earth. 

 

Com sua evolução, o programa culminou na coisa mais maluca que o ser humano conseguiu fazer que é o Street View, a captura de fotos de cidades, rua a rua, 360º, com uma resolução fenomenal. Não era só mais olhar a pele do planeta pelo Google Earth, mas sim viajar na pele, pelos poros dos lugares e poder conhecer uma cidade sem nunca pisar nela. 

Se falamos em metaverso, navegar pelo Street View foi a primeira experiência "metavérsica" que eu tive." - Carlos Silvério



Andando por Londres no Street View, olho uma imagem e a imagem me diz: “eu sou um quadro”

 

Eu andava por cliques, rotacionava a câmera e começava a gostar de algumas vistas, imagens, composições mais do que outras. Comecei a capturar as imagens que achava bonitas. Capturei centenas de imagens e fui guardando. Olhava para essas imagens e tinha vontade de registrar em forma de pintura, como no passado um pintor parava num lugar que achava bonito e registrava em forma de pintura.

 

Tive vontade de eternizar fotos tiradas por um robô e sem nenhuma intenção artística em pintura, porque a pintura tem esse caráter sagrado, um status artístico, tem a singularidade de ser um exemplar único. Eu tinha vontade de registrar em pintura imagens que escolhi segundo meu julgamento estético. -Carlos Silvério



Guardei uma foto que capturei do Google Street View que tem um pássaro no ar. 

 

Aquilo é uma fotografia, só que feita por um robô num carro, conduzido por um motorista sem nenhuma intenção estética, fotografando instantes. Um dia tem sol, outro dia não tem. E muitas imagens tem pessoas andando na rua, num determinado instante sendo captadas por um fotógrafo cego, sem saber se a foto vai ter uma, duas, ou nenhuma pessoa. E claro, para manter o anonimato, as pessoas têm rostos borrados, o que é muito incrível, faz lembrar os rostos de Francis Bacon.

-Carlos Silvério


Londres é a cidade entre as que conheço que acho a mais bonita.

 

Tenho uma conexão emocional com Londres, pois foi a primeira capital europeia que visitei. Acho a cidade espetacular, cheia de personalidade.

 

É uma cidade que eu olho e gosto de cada centímetro. Gosto da calçada, do piso, do asfalto bem feito, das pequenas ruas, das paredes, da cor dos tijolos, da luz e das pessoas. Tantas etnias circulam pelas ruas. Tenho obsessão pelo visual e pela atmosfera de Londres. 

 

Já refleti se gostar tanto de Londres tem a ver com a síndrome de colonizado. Mas acho que tenho direito de gostar de Londres, da mesma maneira que alguns estrangeiros que vêm pra cá ficam tão apaixonados pela nossa paisagem, flora, fauna, beleza e até pelas feiúras de algumas cidades brasileiras. -Carlos Silvério


O ARTISTA


Segundo Carlos Silvério, desenhar "foi a primeira forma de perceber que [ele] existia". A pintura veio depois, mais ou menos ao mesmo tempo em que foi alfabetizado.


Depois de sua graduação em Artes Plásticas pela USP, durante 37 anos de carreira desenhou exclusivamente para trabalhos em publicidade: duas décadas na agência DPZ, onde foi de estagiário desenhista a diretor de criação, até atualmente como VP de Criação da VMLY&R Commerce.

O cheiro nostálgico de um bastão de pastel oleoso preto que ganhou de presente em 2017 o inspirou a voltar a pintar, com Francis Bacon, Lucian Freud e Chuck Close como principais referências. 

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