

Exposição "Sonia Ebling – Monográficas 6 – Matéria em Metamorfose"
Exposição
- Nome: Exposição "Sonia Ebling – Monográficas 6 – Matéria em Metamorfose"
- Abertura: 23 de maio 2023
- Visitação: até 24 de junho 2023
Local
- Local: Galeria de Arte André
- Evento Online: Não
- Endereço: Rua Estados Unidos, 2.280 Jardim Paulistano – São Paulo
Galeria de Arte André inaugura exposição retrospectiva da escultora gaúcha Sonia Ebling
Mostra com curadoria de Mario Gioia traz mais de 60 obras, entre esculturas, gravuras, desenhos, pinturas, além de documentação histórica apresentada pela primeira vez ao público brasileiro
A Galeria de Arte André abre, no dia 23 de maio, terça-feira, a partir das 19h, a exposição Sonia Ebling – Monográficas 6 – Matéria em Metamorfose, com curadoria de Mario Gioia. A mostra traz cerca de 60 obras da artista gaúcha Sonia Ebling, com esculturas, relevos, gravuras, desenhos, pinturas e esboços, além de itens de documentação como fotografias, catálogos, artigos de jornais, correspondências, escritos em punho da própria artista, entre outros objetos históricos e apresentados ao público pela primeira vez.
"Sonia Ebling é uma imensa escultora que merece revisões a serem feitas mais a fundo. A atual exposição tenta jogar luzes mais intensas e resgatar capítulos importantes da fecunda trajetória da artista gaúcha", afirma Mario Gioia. Entre os itens históricos a serem destacados presentes na exposição, estão jornais de época que fazem parte da fortuna crítica da artista, pôsteres internacionais das exposições, "raríssimos", segundo o curador, além de fotografias, catálogos e escritos da artista.
Entre os destaques da exposição, está a escultura "Adolescentes" exibida na primeira edição da Bienal de Arte de São Paulo, realizada em 1951. Dos itens históricos, uma das raridades expostas é o jornal Correio da Manhã, de 1959, em que então crítico Jayme Mauricio transcreve um trecho em que a escultora (veterana à época) Maria Martins, comenta sobre a relação entre as duas e sua visão sobre a obra de Sonia: "Sonia Ebling é atração e é choque. Sua escultura de formas estranhas, telúricas, eróticas e puras consegue despertar, em quem as contempla, um mundo de recordações, de poesia, de tragédia, de alegria e de luminosidade". Uma foto das duas, de 1955, ao lado da obra "Girafinha", é o destaque da publicação.
Outro item a ser destacado é o cartaz de "Formes et Magies – Exposition de Sculptures", uma coletiva de tridimensionais expostos no Bowling do Bois de Boulogne, em Paris, com organização de Cérès Franco, em 1963. Há também jornais e fotografias da mostra de Ebling e Fayga Ostrower, realizada em Berlim, em 1963, com críticas positivas feitas por jornais locais, comparando a brasileira a Hans Uhlmann. "Isso demonstra como os trabalhos dela dialogavam com numerosos nomes do circuito das artes naqueles anos", conta Mario.
Bienais de arte, premiações e período em Paris
Sonia participou de seis edições das Bienais de Arte de São Paulo, inclusive da 1ª edição, realizada em 1951, com a obra já citada ("Adolescentes"), além das seguintes em 1953, 1955, 1959, 1965 e 1967. Ganhou diversas premiações relevantes para a época, como o Prêmio do 4º Salão Nacional de Arte Moderna, em 1955. "Em Paris, onde passei depois 15 anos, frequentei o atelier de Zadkine na 'Academie de La Grande Chaumière'. (...) Mas Paris não foi para mim um amor à primeira vista. Muitas coisas me impressionaram, entre elas as árvores sem folhas, de troncos e galhos negros naqueles invernos rigorosos no Jardim de Luxemburgo, nas proximidades do atelier", escreve de punho a artista, em texto inédito a ser apresentado na atual exposição.
"A exposição almeja expor a produção daqueles fecundos anos, como Girafinha e Adolescentes, trabalho-chave da artista (ambas da década de 1950), além de outras peças representativas de linguagens outras empregadas pela artista. Assim, pinturas e gravuras têm um marcado ar pop, além de os relevos, participantes de Bienais seguintes e mostras de peso na trajetória, no Rio, nos EUA, na França e na Alemanha, possibilitam novas perspectivas sobre o seu corpus de obra", finaliza o curador.
Sobre Sonia Ebling
Sonia Ebling de Kermoal (Taquara RS 1918 - Rio de Janeiro RJ 2006). Escultora, pintora e professora. Inicia sua formação fazendo cursos de pintura e escultura na Escola de Belas Artes do Rio Grande do Sul e do Rio de Janeiro, entre 1944 e 1951. Em 1955, recebe o prêmio de viagem ao exterior do Salão Nacional de Arte Moderna do Rio de Janeiro. De 1956 a 1959, viaja por vários países da Europa, estudando com Zadkine, em Paris, França. Reside nessa cidade, entre 1959 e 1968, e recebe uma bolsa de estudo da Fundação Calouste Gulbenkian. De volta ao Brasil, executa relevo para o Palácio dos Arcos, do Ministério das Relações Exteriores, em Brasília, Distrito Federal. Em 1970, ministra um curso de extensão técnica, diretamente em cimento, na Escola de Belas Artes da UFRGS. Seis anos depois, é convidada para lecionar escultura nessa mesma universidade.
Sobre o projeto Monográficas
O projeto de exposições Monográficas traz artistas de reconhecido valor, mas que, em alguns casos, podem estar com visibilidade menos ostensiva dentro do circuito das artes. O projeto existe desde 2020, e já apresentou exposições dedicadas a artistas que também se relacionam com a própria história da galeria. Já foram exibidas mostras retrospectivas de Carlos Scliar, Enrico Bianco, Iracema Arditi, Armando Sendin e a mais recente, dedicada a José Moraes. A organização é de Mario Gioia, crítico de arte e curador independente. A atual exposição, dedicada à Sonia Ebling, é a sexta edição do programa.
Sobre o curador Mario Gioia
Curador independente e crítico de arte, é graduado pela ECA-USP (Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo). Foi crítico convidado de 2013 a 2015 do Programa de Exposições do CCSP (Centro Cultural São Paulo) e fez, na mesma instituição, parte do grupo de críticos do Programa de Fotografia 2012. Em 2015, no CCSP, fez a curadoria de Ter Lugar para Ser, coletiva com 12 artistas sobre as relações entre arquitetura e artes visuais. Integrou o grupo de críticos do Paço das Artes desde 2011, instituição na qual fez o acompanhamento crítico de Luz Vermelha (2015), de Fabio Flaks, Black Market (2012), de Paulo Almeida, e A Riscar (2011), de Daniela Seixas. Em 2019, iniciou o projeto Perímetros no Adelina Instituto, em SP, dedicado a artistas ainda sem mostras individuais na cidade, que contou com exposições de João Trevisan (DF), Lara Viana (BA), Claudia Hamerski (RS), Dirnei Prates (RS) e Larissa Camnev (Campinas, SP). Na feira ArtLima 2017 (Peru), assinou a curadoria da seção especial CAP Brasil, intitulada Sul-Sur, e fez o texto crítico de Territórios forjados (Sketch Galería, 2016), em Bogotá (Colômbia). Em 2018, assinou a seção curatorial dedicada ao Brasil na feira Pinta (Miami, EUA). É colaborador de periódicos de artes como Arte al Día. Na Galeria de Arte André, fez as curadorias de Abstração em Fricção (2022), Armando Sendin - Monográficas 4 (2022), Despojos - Valdo Kerpen (2021), Carlos Scliar – Monográficas 1 (2020), André, 60 – Da Academia ao virtual (2019), Entre Artes e Ofícios, Centros e Arrabaldes (2019), e Cotidiano (2012).
Sobre a Galeria de Arte André
Com 64 anos de atuação no circuito das artes, a Galeria de Arte André foi fundada em 1959 pelo romeno André Blau. É considerada a maior galeria de arte da América Latina, tendo se tornado uma referência no mercado de arte brasileira. Atualmente dirigida por Juliana Blau, a casa ajudou a forjar o mercado de arte no Brasil e passou por diversos endereços até se consolidar na Rua Estados Unidos, entre a Avenida Rebouças e a Alameda Gabriel Monteiro da Silva.
Conhecida pelo seu acervo de esculturas e obras de artistas como Aldemir Martins, Alfredo Volpi, Bruno Giorgi, Carlos Araujo, Carlos Scliar, Cícero Dias, Clóvis Graciano, Di Cavalcanti, Frans Krajcberg, Guignard, Hector Carybé, Manabu Mabe, Orlando Teruz, Roberto Burle Marx, Sonia Ebling e Tomie Ohtake, entre muitos outros, a casa oferece ao público exposições periódicas e projetos educacionais e culturais.
Oferece um calendário de exposições ao longo do ano, tendo diversos projetos curatoriais com artistas da casa e que fizeram parte da história e de seu acervo. Além disso, tem o projeto Multimuros, atualmente com uma obra de arte pública na fachada da galeria, localizada na Avenida Rebouças, assinada pela artista indígena Tamikuã Tixihi. Ainda em 2023, a galeria apresentará exposições dos artistas Inos Corradin e Cássio Lázaro.
A galeria também dispõe de uma loja virtual com obras de arte a preços acessíveis no link www.galeriandre.com.br/loja-virtual. Também mantém um blog com notícias e análises do mundo da arte, em www.galeriandre.com.br/blog.
Serviço
Abertura da exposição Sonia Ebling – Monográficas 6 – Matéria em Metamorfose
Dia 23 de maio, terça-feira, a partir das 19h
Curadoria Mario Gioia
Período expositivo: de 23 de maio a 24 de junho de 2023
Horário de funcionamento
De segunda a sexta, das 9h às 19h
Sábados das 10h às 14h
Galeria de Arte André
Rua Estados Unidos, 2.280 Jardim Paulistano
01427-002 – São Paulo – SP
(11) 3081-9697 / 3081-3972 / 3063-0427