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Exposição “Que Tenhas o Corpo” e “Noite do Pau e Corda”, de PV Dias
Exposição
- Nome: Exposição “Que Tenhas o Corpo” e “Noite do Pau e Corda”, de PV Dias
- Abertura: 15 de fevereiro 2025
- Visitação: até 15 de março 2025
Local
- Local: Galeria Verve
- Evento Online: Não
- Endereço: Avenida São Luis, 192 Sobreloja 06 [Edifício Louvre] - Centro
VERVE INAUGURA O CALENDÁRIO DE 2025 COM A PRIMEIRA MOSTRA INDIVIDUAL DO ARTISTA PV DIAS NA GALERIA
Artista paraense radicado no Rio de Janeiro, Dias desloca arquivos históricos de suas interpretações originais e, por meio de intervenções e reproduções em documentos, reflete sobre o sistema prisional brasileiro
A galeria Verve inaugura a primeira exposição individual do artista PV Dias (Belém, PA - 1992) em sua sede no Edifício Louvre, com abertura marcada para o dia 15 de Fevereiro de 2025. Com amplo reconhecimento institucional, o jovem artista paraense já conta com obras nos acervos permanentes do Museu de Arte do Rio (MAR), o Museu Nacional de Belas Artes e, mais recentemente, teve uma obra adquirida para o acervo do Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo (MAC-USP). Para sua primeira mostra individual na galeria, Dias apresenta sua pesquisa em torno da estrutura racial no contexto prisional brasileiro a partir de intervenções em arquivos históricos, exibidas em dois núcleos distintos: “Que Tenhas o Corpo” e “Noite do Pau e Corda”, ambos abordando a privação de liberdade e os mecanismos de controle social historicamente atrelados ao racismo estrutural.
“Eu cresci em um núcleo familiar envolto por carimbos, prisões e sentenças. (…)” afirma o artista; “É um trabalho profundamente pessoal, que ao mesmo tempo dialoga com o debate sobre o abolicionismo penal, tema urgente em tempos de violência policial exacerbada em São Paulo e no Brasil. Assustado diante de uma onda gigantesca de violência policial que nunca cessou, pesquisei as primeiras — e talvez únicas — fotografias de pessoas negras do século XIX que têm registrados os nomes das pessoas retratadas, todas condenadas na ocasião por algum tipo de crime”. Desta forma, PV Dias dialoga no primeiro núcleo com o arquivo da Biblioteca Nacional, ao “absolver” simbolicamente a imagem de 100 pessoas negras registradas no “Livro de registros contendo histórico de condenados e suas penas”, datado do século XIX. O ato de carimbar repetidamente esses registros busca restituir a dignidade e memória desses indivíduos, ampliando a leitura do documento e subvertendo a lógica de apagamento.
Já nas pinturas de “Noite do pau e corda”, o artista reconstrói uma cena histórica de abordagem policial na Belém do início do século XX, na qual a uma noite de Carimbó é interrompida pela polícia. Manifestação musical de origem afro-indígena do século XVII, o Carimbó que hoje é celebrado no atual estado do Pará foi, em determinado momento, proibido pelo Estado para “evitar a desordem pública”. Partindo do deslocamento de vivências temporais e locais, PV faz uso dos sons, pinturas, gravuras, arte digital e fotografia de arquivos públicos ou pessoais, para contextualizar as relações e influências raciais moldadas pelas disputas de poder presentes na história do Brasil. Embora a exposição evidencie um sistema historicamente falho e contraditório, perpetuado de formas brutais, a estética figurativa, gráfica e colorida procura ressignificar essas narrativas. Ao recorrer a uma linguagem local, popular e decolonial, o artista apresenta histórias de tal forma a também subverter as tradições do meio artístico hegemônico.
PV Dias (1994, Belém)
Nascido em 1994, é um artista amazônico, nascido no Pará e radicado no Rio de Janeiro, Brasil. Estudou pintura, colagem e outras práticas artísticas na Escola de Artes Visuais do Parque Lage. Doutorando em Ciências Sociais pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro e mestre pelo mesmo programa. Ao se desdobrar sobre arquivos históricos, sua pesquisa se concentra em articular novas narrativas, fabulações críticas e rasura de histórias em um território colonizado. Cria a partir de diversas práticas artísticas, entre elas pintura, fotografia, vídeo e arte digital. Em 2024, inaugurou sua primeira exposição individual em São Paulo, a exposição “Rádios-Cipós” no 33º Programa de Exposições do CCSP. Sua obra integra a primeira “Bienal da Amazônia” em 2023, em Belém do Pará. Dentre as diversas exposições das quais participou nos últimos anos, destacam-se: “Warmth”; no One Gee in Fog, em Genebra; o “Salão Arte Pará”, em Belém; as exposições “Bloco do Prazer”, “Funk!” e “Casa Carioca”, no Museu de Arte do Rio; a exposição “Habito-Habitante”, no Parque
Lage; “Notícias do Brasil”, do Sesc e do Centro Cultural da PGE-RJ; “Pretagonismos no Acervo do Museu Nacional de Belas Artes”, no BNDES Cultural; “Rio de Janeiro XIX-XXI”, na Casa Museu Ema Klabin; “Máscaras, Para Que Te Quero?”, no Museu da República; “O Espaço Dividido”, no Goethe Institut Salvador e também a exposição “Arte Contemporânea Habita Antônio Prado” no Museu de Arte do Rio Grande do Sul. Suas obras integram os acervos públicos da Coleção Amazoniana (Universidade Federal do Pará - UFPA), do Museu de Arte do Rio (RJ) e do Museu Nacional de Belas Artes (RJ) e do Museu de Arte Contemporânea de São Paulo (MAC-Usp).
VERVE
A Verve e ́ uma galeria de arte contemporaneâ fundada em Saõ Paulo. Nascida do entusiasmo e inspiração que animam o espiritó da criação artistica,́ a Verve e ́ abrigo para diferentes plataformas de experimentação da arte contemporanea.̂ A eloquenciâ e sutileza que caracterizam o nome do espaco̧ tambeḿ estaõ presentes na cuidadosa seleção de artistas e projetos expositivos. Por entender que as linguagens artisticaś compreendem processos continuoś e complementares, a galeria representa novos talentos e profissionais consagrados que transitam livremente entre a pintura, o desenho, fotografia, escultura e a gravura. Desde 2016, e ́ dirigida pelo artista visual Allann Seabra e o arquiteto Ian Duarte, e ocupa um espaco̧ no mezanino do historicó Edifició Louvre, em franco dialogó com o patrimoniô construidó da cidade de Saõ Paulo. Na diversidade de seus espacoş expositivos emergem possibilidades de curadoria que vaõ aleḿ do cubo branco, estendendo-se para a rua e cumprindo a função integradora entre a arte, o publicó e a cidade.
Serviço
Exposição: “Que Tenhas o Corpo” e “Noite do Pau e Corda” - Artista: PV Dias
Coordenação: Allann Seabra, Ian Duarte e Marina Schiesari
Abertura: 15 de Fevereiro de 2025 [Sabado], das 12:00 às 17:00.
Período: 15 de Fevereiro de 2025 [Abertura ao Publico] a 15 de Março de 2025
Local: Galeria Verve – www.vervegaleria.com
Endereço: Avenida São Luis, 192 Sobreloja 06 [Edifício Louvre] Centro, São Paulo – SP.
Telefone: (11) 3237-3247
Horários: Terça a sexta-feira, das 11:00 as̀ 18:00h / Sábado, das 12:00 as̀ 17:00h.
Numero de obras: 10
Técnica: Óleo sobre tela; pigmento mineral e carimbo sobre papel
E-mail p/ Contato: contato@vervegaleria.com