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Exposição "O som que o silêncio esconde"
Exposição

Exposição "O som que o silêncio esconde"

Exposição

  • Nome: Exposição "O som que o silêncio esconde"
  • Abertura: 21 de maio 2022
  • Visitação: até 30 de junho 2022

Local

  • Local: Galeria Mamute | Porto Alegre
  • Evento Online: Não
  • Endereço: Rua Caldas Júnior, 375. Centro Histórico. Porto Alegre/RS

GALERIA DE ARTE MAMUTE ABRE EXPOSIÇÃO

 EM SUA SEDE EM PORTO ALEGRE

COM DIÁLOGO ENTRE DUAS ARTISTAS REPRESENTADAS

 

A Galeria de Arte Mamute inaugura nova exposição em sua sede em Porto Alegre, dia 21 de maio, 17h. A mostra intitulada “O som que o silêncio esconde” tem a curadoria de Henrique Menezes e apresenta um diálogo entre duas artistas representadas - Camila Elis e Fernanda Valadares.  

Camila, representante da nova geração de artistas gaúchas, estudou na University of the Arts London e atualmente é mestranda em Artes Visuais pela USP. Através da pintura a óleo, pesquisa sistemas de interação entre objetos, pessoas, ambientes e sensações abstratas. 

Fernanda Valadares, paulista, Mestre em Artes Visuais pela UFRGS, dedica-se à prática artística há quase duas décadas, investigando por meio da técnica milenar da encáustica os espaços percorridos e as temporalidades.


Texto Curatorial – “O som que o silêncio esconde”

Conjugar as obras de Camila Elis e Fernanda Valadares em uma única exposição poderia conduzir – por uma análise primeva, assentada na superfície do que se vê – à reflexão sobre as técnicas ensaiadas pelas duas artistas. Seria suficientemente rico descrever os pigmentos e as veladuras, o traço e as pinceladas, perpassar cada fatura e as tantas camadas sedimentadas na epiderme da obra. Apesar de evidenciar a qualidade dos processos, contudo, não daríamos conta do que considero o êxito desse diálogo: a vibração, a harmonia e o tom da exposição.

Não é à toa que esses três termos tenham reverberações também no campo da música.

Em suas conferências e escritos, o compositor experimental John Cage costumava narrar um episódio ao mesmo tempo físico e poético: certa vez, ao entrar em uma câmara que simulava o absoluto silêncio, Cage percebeu ecos de um som grave e de um agudo. Ao questionar um engenheiro de Harvard sobre suas sensações, foi prontamente surpreendido pela resposta: o agudo era seu sistema nervoso funcionando; o grave, seu sangue circulando. O corpo esconde o som, sendo necessário um exercício de suspender todos os outros sentidos para revelar seus tons através da percepção atenta.

Recorrer à ambiguidade da palavra tom nos revela um índice que aproxima a audição e a visão: remete igualmente à inflexão da voz e à intensidade dos instrumentos, mas também denota as qualidades da cor em suas diversas gradações, matizes e nuances.

Camila e Fernanda situam-se na fronteira entre a liberação emocional e o limite da disposição racional. No quase silêncio de uma base alva, Camila Elis compõe obras com acordes da psicanálise e da mitologia, nas quais pintura e desenho embaralhamse com traços imprecisos, ladeados com frequência por um vermelho intenso: um possível alerta de que sua produção se distancia de um apelo dócil, inerte ou lentamente ritmado. Em justo equilíbrio, os horizontes e geometrias de Fernanda Valadares, construídos pela alquimia entre pigmentos e cera de abelha, acrescentam unidade não apenas pelas coincidências na paleta de cores, mas também pela demarcação orgânica que mais sugere do que esclarece, entre formas e texturas, entre construções líricas da paisagem e da psique.

Ressaltar a harmonia formal que aproxima as duas artistas não significa apaziguar suas distinções: a obra que encerra o percurso – uma densa e soturna encáustica de Valadares – porta-se como um clímax, reverberando a grande tela de Elis que impõese suspensa: essas obras lembram-nos que a palavra tom ainda pode significar vigor, força e tensão.

Henrique Menezes

 Curador da mostra


SERVIÇO:

Galeria Mamute | Porto Alegre

Exposição: O som que o silêncio esconde

Artistas: Camila Elis e Fernanda Valadares

Curadoria: Henrique Menezes

 

Abertura: 21 de maio de 2022, (sábado) das 17h às 19h, com livre acesso ao público.


Visitação até 30 de junho. 

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