

Exposição "O que nos une"
Exposição
- Nome: Exposição "O que nos une"
- Abertura: 15 de outubro 2025
- Visitação: até 01 de fevereiro 2026
Local
- Local: Galeria de Arte do Centro Cultural Fiesp
- Evento Online: Não
- Endereço: Av. Paulista, 1.313 – São Paulo, SP
Em cartaz no Centro Cultural Fiesp, exposição "O que nos une" apresenta teorias do neurocientista Miguel Nicolelis em forma de arte
Instalações imersivas inéditas, criadas pelo Aya Studio, propõem a conexão entre cérebros humanos e convidam a um debate sobre o impacto de novas tecnologias no comportamento humano e na consciência coletiva
Mostra também exibirá o exoesqueleto criado pela equipe do prof. Nicolelis e usado no chute inicial da Copa do Mundo FIFA no Brasil (2014), além de vídeos e frases que reforçam o pensamento do neurocientista
Está em cartaz na Galeria de Arte do Centro Cultural Fiesp de 15 de outubro de 2025 e 1º de fevereiro de 2026, com entrada gratuita, a exposição "O que nos une". Ela tem como ponto de partida a teoria Brain Net, criada pelo médico e neurocientista brasileiro Miguel Nicolelis, professor emérito da Duke University (EUA).
Cérebros humanos podem sincronizar suas atividades elétricas, formando redes de cérebros, que permitem a formação de grupos sociais coesos que operam conjuntamente, trabalhando de forma cooperativa para a resolução de tarefas cognitivas complexas ou para compartilhar ideias, sons, palavras e sentimentos, numa interface cérebro-cérebro, como define o autor.
Unindo ciência, tecnologia e arte contemporânea, "O que nos une" materializa esse conceito por meio de três instalações artísticas interativas, criadas especialmente para a mostra pelo Aya Studio, que propõem um debate sobre o impacto das novas tecnologias no comportamento humano e na consciência coletiva.
"Sempre defendi que o cérebro humano não pode ser reduzido a algoritmos. As redes neurais verdadeiras funcionam em analógico, não em lógica digital. Elas foram formadas por uma sequência gigantesca de eventos aleatórios, ao longo de milhões de anos de evolução, pelo processo de seleção natural, que não pode ser reduzido a uma fórmula matemática ou algoritmo, sendo, portanto não computável por computadores digitais. Elas são a base de todas as criações, tangíveis e abstratas, da nossa espécie", afirma Nicolelis.
"Esta exposição traduz essa visão em linguagem artística, revelando que ciência e arte são faces complementares do mesmo instinto criador. Ao caminhar pelas instalações, cada visitante vivencia a força invisível que nos liga uns aos outros e descobre que a verdadeira revolução tecnológica do nosso tempo é compreender a potência dessas conexões", ele acrescenta.
INSTALAÇÕES IMERSIVAS INÉDITAS E CONEXÕES HUMANAS
"O Cérebro" leva o público a sentir e refletir sobre a potência criativa, afetiva e transformadora do principal órgão de nosso sistema nervoso. Espelhos infinitos multiplicam as imagens de um cérebro em constante atividade, revelando a complexidade e a beleza de sua arquitetura interna.
Sinapses, impulsos elétricos, neurônios e conexões se desdobram em movimento, criando uma paisagem sensorial que nos transporta para dentro da mente humana. Ao redor, imagens ligadas à arte, ciência, tecnologia e música surgem como extensões dessa máquina extraordinária.
A instalação "O Coletivo" é um convite à empatia, à colaboração e ao entendimento de que somos mais potentes juntos do que separados. À medida em que as pessoas caminham pelo espaço, seus movimentos são captados e transformados em impulsos visuais, fazendo com que suas presenças se unam em tempo real.
Quando os corpos se aproximam, a projeção na parede revela imagens das grandes criações do coletivo humano, como se a união das mentes despertasse memórias compartilhadas da civilização.
Já "Sincronização" propõe uma experiência sensorial e simbólica sobre a força da presença coletiva e a criação que emerge da união entre mentes, corpos e emoções. Nesta obra, três estações captam o batimento cardíaco de cada visitante, transformando pulsos vitais em luz e som.
Cada pessoa recebe uma cor e uma frequência sonora única. Conforme os participantes se aproximam e permanecem juntos, os batimentos começam a se sincronizar e as cores se fundem gradualmente. Quando a conexão entre os três corpos se completa, uma trilha sonora original é revelada, resultado da harmonia entre seus ritmos.
EXOESQUELETO DA COPA DO MUNDO E PENSAMENTOS DE NICOLELIS
Além das experiências imersivas, "O que nos une" exibirá o exoesqueleto utilizado por uma pessoa com paraplegia completa do tronco e membros inferiores para dar o chute inicial na Copa do Mundo FIFA 2014, no Brasil.
Com a liderança do professor Nicolelis, o consórcio internacional Andar de Novo (Walk Again) nasceu com a missão de demonstrar o potencial da Interface Cérebro-Máquina (ICM) para a reabilitação de pessoas com paralisia. Em 2012, o neurocientista propôs ao governo brasileiro e à FIFA que a primeira demonstração pública de um exoesqueleto controlado pelo cérebro fosse realizada na abertura do mundial no Brasil.
A proposta foi aceita e a Associação Alberto Santos Dumont para Apoio à Pesquisa (AASDAP) firmou convênio com a Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP) para viabilizar o desenvolvimento do equipamento. Entre dezembro de 2012 e junho de 2014, uma equipe de 156 pesquisadores e especialistas de diversas áreas e países, coordenados por Nicolelis, trabalharam de forma integrada para projetar, construir e validar o exoesqueleto e seu sistema de comunicação cérebro-máquina.
O público visitante poderá ainda assistir a trechos de entrevistas já concedidas pelo neurocientista e em todo o espaço expositivo encontrará frases – às vezes polêmicas – que reforçam o seu pensamento. "IA: nem inteligente nem artificial" e "O cérebro humano é o verdadeiro criador do universo" são alguns exemplos.
"A exposição 'O que nos une' proporciona uma oportunidade ímpar para refletirmos sobre a convergência entre arte, ciência e tecnologia, e o impacto transformador dessas conexões na sociedade contemporânea e no futuro que estamos construindo. A programação reforça a missão do SESI-SP de disseminar conhecimento e contribuir para o desenvolvimento de uma sociedade mais justa, ética e democrática para todas as pessoas", comenta Débora Viana, Gerente Executiva de Cultura do SESI-SP.
SOBRE A EQUIPE CURATORIAL
Miguel Nicolelis (curador de conteúdo):
É médico e neurocientista, Professor Emérito da Duke University (EUA) e pioneiro no estudo da interação cérebro-máquina. Fundador do Projeto Andar de Novo, lidera pesquisas sobre tecnologias para restaurar movimentos em pessoas com paralisia e Parkinson. Membro das Academias de Ciência da França e do Brasil, foi reconhecido pela Scientific American como um dos 20 maiores cientistas da atualidade. É autor de diversos livros que exploram os avanços da neurociência e sua relação com a sociedade. É fundador do Nicolelis Institute for Advanced Brain Studies.
Marina Miranda (curadora adjunta de conteúdo):
É formada em Comunicação, com MBA em Gestão de Comércio, Negócios e Operações Internacionais. Diretora Institucional da Iest Group, conecta os mercados brasileiro e chinês. Lidera a parceria entre APEX Brasil e Alibaba para ampliar a exportação de empresas brasileiras pela plataforma B2B. Está envolvida no ecossistema de startups desde 2008, tendo co-organizado o primeiro Startup Weekend do Brasil (2010), atuado como consultora do Sebrae para startups (2012 e 2017) e participado de um programa de internacionalização de startups da região amazônica (2024).
Antonio Curti (curador artístico):
É formado em Cinema pela FAAP e atua como curador e empreendedor cultural. Desde 2018, assina a curadoria de importantes exposições no Brasil, como DIMENSÃO, METAVERSO, CONSTELAÇÃO, GIGANTAS, SOMBRAS MILENARES, OCEANVS, Intangível, ARTE DA ALMA, METADATA, LUZ ÆTERNA, YOSHITAKA AMANO – Além da Fantasia e Chroma. Seu trabalho propõe experiências que unem o real e o virtual como catalisadoras da consciência humana.
Felipe Sztutman (direção geral de tecnologia):
É artista e designer formado pela FAU-USP, com formação técnica em Mecatrônica pelo COTUCA/UNICAMP. Desde 2007, atua no cruzamento entre arte, tecnologia e design, tendo realizado instalações públicas e colaborado em projetos de grande escala, como a abertura das Olimpíadas Rio 2016. Trabalhou na Bijari por oito anos, e, desde 2019, lidera o AYA Studio como diretor executivo. Seu trabalho explora as artes visuais e imersivas como força propulsora para o audiovisual e o mercado artístico.
SOBRE O SESI-SP
O SESI-SP tem como um de seus compromissos contribuir com a sociedade civil, promovendo educação de forma ampla, onde a cultura tem papel de destaque. Assim, todas as ações e projetos desenvolvidos pela instituição visam à formação de novos públicos em artes, a difusão e o acesso à cultura de forma gratuita, além da promoção da economia criativa nacional. A Galeria de Arte do Centro Cultural Fiesp é um espaço expositivo de 850m2, que integra o complexo de artes cênicas e visuais, audiovisual, música, literatura e tecnologia do SESI-SP. O espaço já abrigou exposições de artistas e acervos nacionais e internacionais de grande relevância.
Serviço
EXPOSIÇÃO "O QUE NOS UNE"
Galeria de Arte do Centro Cultural Fiesp - Av. Paulista, 1.313
Visitação: 15 de outubro de 2025 a 1º de fevereiro de 2026
Terça a domingo, das 10h às 20h
Entrada gratuita – Livre para todos os públicos