

Exposição "Noite de Verão", individual de José Damasceno
Exposição
- Nome: Exposição "Noite de Verão", individual de José Damasceno
- Abertura: 13 de maio 2023
- Visitação: até 10 de junho 2023
Local
- Local: Millan
- Evento Online: Não
- Endereço: R. Fradique Coutinho, 1.360
Noite de verão, individual de José Damasceno na Millan, abre em 13 de maio
Em sua segunda individual na galeria, artista apresenta obras inéditas, nas quais reflete sobre a construção de imagens e sobre o assombro
Noite de Verão, a nova individual de José Damasceno (1968, Rio de Janeiro, RJ), será inaugurada no dia 13 de maio, sábado, na Millan. A mostra sucede ESCADABSTRATA, realizada em 2018 na galeria.
A exposição é composta apenas por obras inéditas, entre tapeçarias, esculturas, pinturas e instalações, que reúnem os desdobramentos mais recentes na incansável pesquisa do artista. Emprestando o título à mostra, a série de tapeçarias Noite de verão (2023) é criada com a aplicação de patches de tecido sobre peças de tapeçaria coletadas por Damasceno. A aplicação de uma figura feminina reclinada e sensualizada, típica das mídias de massa pop, sobre cenas bucólicas e pastorais feitas no tecido estabelece uma narrativa que transcende temporalidades e realça reflexões sobre o sentido da colagem e como o cânone artístico é incorporado a imagens criadas para grande circulação.
Remontando ao gesto inaugurado por Marcel Duchamp, com o ready-made e a noção de objet trouvé dadaístas, o interesse de Damasceno por estes objetos também vai ao encontro de sua constante investigação sobre as formas e meios da constituição de imagens e sobre a geometria. Construídas sobre uma matriz de linhas entrecruzadas, a feitura de tapeçarias pela técnica da tecelagem remete aos pontos e grids de trabalhos já conhecidos, como Monitor crayon, 2012, e Pontinho, 2017, ou de Geleia óptica, 2023 —esta, criada para Noite de verão.
Além destes elementos, alguns próximos de uma estética kitsch, os trabalhos em exposição são formados por exercícios geométricos: compostos, sobretudo, pela adição ou subtração de círculos e esferas. É o caso das obras inéditas Instrumento e Recorte Rosa, ou ainda de Geleia óptica —feita com elásticos provenientes de vidros de geleia e pregos, que criam uma espécie de tela diretamente relacionada com a construção de imagens nas tapeçarias e que têm um alcance na pesquisa do artista vista em obras como Monitor crayon ou Écran/Crayon, 2007, recentemente incorporado à coleção Tate Modern.
O aspecto onírico também perpassa toda a exposição, dado pelo estranhamento causado pelas obras e reiterado no título, Noite de verão, uma referência ao fenômeno no extremo hemisfério norte, no qual, durante a estação mais quente do ano, o sol permanece visível por quase 24 horas, provocando uma luminosidade singular.
José Damasceno já participou da Bienal de Veneza, Itália, em 2005 e 2007, realizou retrospectiva na Pinacoteca, São Paulo, em 2018, e, recentemente, teve obras incorporadas ao acervo da Tate, Londres, uma das mais importantes instituições de arte moderna e contemporânea do mundo. O ensaio crítico sobre a nova exposição é de José Thomaz Brum, que já publicou diversos textos sobre o trabalho do artista.
Sobre o artista
José Damasceno usa grande variedade de materiais, técnicas e meios para investigar os limites da escultura. Sua poética parte do deslocamento e do estranhamento para conceber perspectivas fluidas e móveis da representação dos espaços. O artista potencializa e transforma esses espaços por meio da inserção de objetos e acontecimentos improváveis. Sua pesquisa envolve questões de superfície e profundidade, de solidez e gravidade, produzindo no espectador uma sensação física, vivencial, por meio do contato com a obra.
Sobre José Thomaz Brum
Nasceu no Rio de Janeiro em 1956. É doutor em Filosofia pela Universidade de Nice-Sophia Antipolis e professor de Estética no curso de especialização em História da Arte da PUC-RJ. É autor de Nietzsche: As artes do intelecto e de O pessimismo e suas vontades, tradutor de Guy de Maupassant, Théophile Gautier, Clément Rosset e do pensador romeno E. M. Cioran. Brum já escreveu diversos ensaios sobre a obra de José Damasceno, entre eles Uma obra em ebulição, Exercícios de rigor volátil e Construir com lavas, publicados em José Damasceno, Ed. Cobogó e Ridinghouse, 2015.
Sobre a Millan
Fundada em 1986, a Millan se consolidou como referência nacional por fomentar a potência de cada artista, posicioná-lo dentro do mercado internacional e apoiar sua participação em grandes exposições.
A galeria trabalha com artistas em ativa produção, incluindo Alex Červený, Henrique Oliveira, José Damasceno, Miguel Rio Branco, Paulo Pasta, Peter Halley e Tatiana Blass, bem como espólios consolidados como de Tunga, Jaider Esbell e Feliciano Centurión.
Os sócios André Millan e Socorro de Andrade Lima dividem a direção do espaço com João Marcelo Andrade, Hena Lee e Camila Siqueira.
A galeria foi expandida em março de 2023 com um terceiro espaço expositivo, também na rua Fradique Coutinho.
Serviço
José Damasceno: Noite de verão
Texto crítico: José Thomaz Brum
Abertura: 13 de maio, sábado, das 11h às 15h
Exposição: 13 de maio – 10 de junho
Seg. a sex., 10h às 19h
Sáb., 11h às 15h
Millan
R. Fradique Coutinho, 1.360
Entrada gratuita