

Exposição "Monumental" de Angelo Venosa, Beatriz Milhazes, Jorge Guinle, Leda Catunda e Luiz Zerbini
Exposição
- Nome: Exposição "Monumental" de Angelo Venosa, Beatriz Milhazes, Jorge Guinle, Leda Catunda e Luiz Zerbini
- Abertura: 22 de junho 2024
- Visitação: até 20 de julho 2024
Local
- Local: Pinakotheke São Paulo
- Evento Online: Não
- Endereço: Rua Ministro Nelson Hungria, 200, Morumbi, São Paulo
Pinakotheke São Paulo apresenta a exposição
“Monumental – Angelo Venosa, Beatriz Milhazes, Jorge Guinle, Leda Catunda e Luiz Zerbini”
Estarão obras emblemáticas, que exploram o conceito de monumentalidade, de cinco importantes artistas – Angelo Venosa (1954-2022), Beatriz Milhazes (1960), Jorge Guinle Filho (1947-1987), Leda Catunda (1961) e Luiz Zerbini (1959) – que participaram, há quarenta anos, da icônica mostra realizada na Escola de Artes Visuais do Parque Lage, no Rio de Janeiro, “Como vai você, Geração 80?”.
Pinakotheke São Paulo
Abertura: 22 de junho de 2024, às 11h
Até: 20 de julho de 2024
Curadoria: Max Perlingeiro
Texto crítico: Camila Perlingeiro
A Pinakotheke São Paulo tem o prazer de convidar para a abertura da exposição “Monumental – Angelo Venosa, Beatriz Milhazes, Jorge Guinle, Leda Catunda e Luiz Zerbini”, no dia de 22 de junho de 2024, às 11h. Com curadoria de Max Perlingeiro, a exposição apresenta obras que exploram o conceito de monumentalidade, desses artistas expoentes da Geração 80, no momento em que se celebra os quarenta anos da icônica mostra realizada na Escola de Artes Visuais do Parque Lage, no Rio de Janeiro, “Como vai você, Geração 80?”, com curadoria de Marcus Lontra, Sandra Magger e Paulo Roberto Leal. “Esses artistas buscaram transcender as fronteiras físicas e conceituais dos trabalhos para criar impacto e desafiar o público”, afirma Camila Perlingeiro, diretora editorial da Pinakotheke.
“A produção de obras de arte de grandes formatos na cena artística brasileira contemporânea é reflexo de uma expressão única da identidade cultural do país. Artistas brasileiros têm explorado a monumentalidade como uma forma de transmitir narrativas tanto quanto provocar reflexões sobre questões sociais, políticas e ambientais. Através de esculturas, instalações, pinturas murais e intervenções urbanas, a arte brasileira em grande escala ressoa com o público e transforma o espaço”, afirma Camila Perlingeiro no texto que acompanha a exposição.
Na exposição, o destaque é “Catilina” (2019), obra tridimensional de Angelo Venosa (1954-2022), em madeira, tecido e fibra de vidro, medindo 305cm x 372cm x 372cm, uma grande ampulheta sustentada sobre três pernas de madeira. Do centro da escultura, coberta por fibra de vidro, a areia desce em direção ao solo, “uma metáfora para a precariedade da memória”, assinala Camila Perlingeiro. Sobre este trabalho, o artista disse: “O tempo é assim. Ou está na frente, ou atrás. A gente só o percebe como armadilha, ou reflexão”. No texto que acompanhou a exposição “Catilina”, no Paço Imperial, Rio de Janeiro, em 2019, quando a obra foi apresentada, a crítica Daniela Name citou a famosa frase “Quo usque tandem abutere, Catilina, patientia nostra?”, a pergunta de Cícero, “grande filósofo e orador romano, em 63 a.C, em um de seus discursos dirigidos contra Lucius Sergius Catilina, político corrupto e sanguinário que dedicou a vida a tentar destruir a República”. “Quão longe você vai abusar da nossa paciência, Catilina?”, a tradução culta da frase, ou como preferia Angelo Venosa: “Até quando você vai encher o nosso saco?”. “Essa ambiguidade de tempos e processos é muito forte em ‘Catilina’, que nos fala de ruína, de um mundo ameaçado, mas também de gênese, daquilo que ainda pode vir”, escreveu Daniela Name.
De Beatriz Milhazes (1960), a pintura “Tonga II” (1992), acrílica sobre tela, com 160cm x 160 cm 90), “é um exemplo de como a artista se utiliza das sobreposições e formas circulares, além da exuberância gráfica e cromática”, aponta Camila Perlingeiro.
“Sexta-feira” (1985), em óleo sobre tela com 189cm x 340 cm, de Jorge Guinle (1947-1987), “apresenta uma vontade ordenadora, com áreas bem delineadas, contornos definidos, e recortes de estampas que têm relação com planos de fundo de obras de artistas como Paul Klee ou Bram van Velde”, assinala a diretora editorial da Pinakotheke.
Leda Catunda (1961) esgarça os limites da arte investindo em materiais como tecido ou plástico e superfícies ora vazadas, ora volumosas. “Rio Comprido” (2009), obra tridimensional em tinta acrílica, plástico e tela, medindo 420cm x 310 cm, “é parte do processo de amadurecimento de sua produção”, escreve Camila Perlingeiro.
Luiz Zerbini (1959), artista que trabalha com diferentes suportes – pinturas, esculturas e instalações, entre outros – se utiliza de camadas de imagens da flora tropical e referências à história da arte e à cultura pop em sua obra “The Railway Surfer and the Ghost Train” (1990), pintura em óleo sobre tela com 140cm x 290 cm, “um experimento entre o uso do espaço pictórico e de cores luminosas e vibrantes”, diz Camila Perlingeiro.
SOBRE OS ARTISTAS
Angelo Venosa (1954-2022) – Movido por intensa curiosidade desafiadora, Venosa foi um pesquisador da tecnologia como caminho para ampliar o fazer manual. Em suas obras recentes apresentou elementos formais que evocam a corporeidade de seus primeiros trabalhos nos anos 1980, que se distinguem dos atuais não só pelo processo, mas pelo fato de instigarem novos diálogos entre escultura e espaço. “‘Catilina’ explora um vocabulário recorrente no trabalho de Venosa. A estrutura de um esqueleto desprovido de carne é revestida com uma pele cria essa estranheza que tanto a aproxima de um fóssil quanto nos leva a enxergá-la como uma espécie de ser mutante, que ainda pode ganhar vida no futuro. Essa ambiguidade de tempos e processos é muito forte em ‘Catilina’, que nos fala de ruína, de um mundo ameaçado, mas também de gênese, daquilo que ainda pode vir” (Daniela Name, 2019).
Beatriz Milhazes (1960) – Frequentemente trabalha com formas circulares, sugerindo deslocamentos ora concêntricos, ora expansivos. A transferência de imagens da superfície lisa, pelo uso de película plástica para a tela faz com que a gestualidade seja quase anulada. A matéria pictórica obtida por numerosas sobreposições não apresenta qualquer espessura, pois os motivos de ornamentação e arabescos são colocados em primeiro plano. O olhar do espectador é levado a percorrer todas as imagens, acompanhando a exuberância gráfica e cromática dos quadros. Na opinião do crítico Frederico Morais (1936), Beatriz Milhazes revela desde o início da carreira a vontade de enfrentar a pintura como fato decorativo, aproximando-se da obra de artistas como Matisse. Ela se interessa pela profusão da ornamentação barroca, sobretudo pelo uso de arabescos e motivos ornamentais da obra de Guignard (1896-1962). Característica importante no trabalho da artista é o uso da cor: enquanto a profundidade é criada pela sobreposição e pelo acúmulo de motivos, a cor aparece de forma inesperada, criando uma harmonia pelos contrastes que desafiam os limites da imagem. Assim como Matisse, não existe uma hierarquia entre desenho, pintura, cor e forma. A partir dos anos 1990, destaca-se em mostras internacionais nos Estados Unidos e Europa e integra acervos de museus como o Museun of modern art (MoMa), Solomon R. Guggenheim Museun e The Metropolitan Museun of art (Met), em Nova York.
Jorge Guinle Filho (1947-1987) – Jorge Guinle Filho passa grande parte de sua vida entre Paris e Nova York, onde conhece obras da action painting e da arte pop, decisivas em sua formação. Fixa-se no Brasil em 1977. Nos anos seguintes, o clima de abertura política no país favorece as manifestações artísticas e Guinle retoma a carreira, iniciada na metade da década de 1960, com forças renovadas. Sua trajetória é muito rápida: trabalha por sete anos, nos quais produz obras marcantes. Colorista nato, Guinle atribui a descoberta da pintura ao contato com obras do pintor francês Henri Matisse (1869 - 1954), principalmente “Mulher lendo sobre fundo negro” (1939). Trabalha com arte abstrata, na qual utiliza a gestualidade e trava constante diálogo com artistas do expressionismo abstrato, principalmente Jackson Pollock (1912 - 1956), Willem de Kooning (1904 - 1997) e Franz Kline (1910 - 1962). Utiliza telas de grandes dimensões, com vastas áreas de cor, em que o olho se deixa levar pelo ritmo das pinceladas. Em telas como “Operação Plástica” (1980) revela sua admiração por Matisse, o que ocorre também no quadro “Cobertas Coarctadas” (1981), no qual está presente a gama cromática do mestre francês, exemplificada em “Paisagem de Collioure” (1905). Suas obras oscilam entre figuração e abstração, em Sexta-Feira (1985) apresenta uma vontade ordenadora, com áreas bem delineadas, contornos definidos, e recortes de estampas que têm relação com planos de fundo de obras de Paul Klee (1879 - 1940) ou Bram van Velde (1895 - 1981).
Leda Catunda (1961) – “Uma das mais importantes artistas brasileiras, Leda Catunda sempre se destacou por produzir trabalhos que buscam esgarçar ao máximo o conceito moderno de pintura. Na verdade, Leda desenvolveu essa poética porque soube sintetizar – ainda nos anos 1980 –, duas grandes influências aparentemente antagônicas e excludentes: por um lado, todo o legado de uma crítica à pintura moderna, herdado de seus professores; por outro, a avalanche de informações sobre o fenômeno internacional da “volta à pintura”, que marcou enormemente a sua geração. Sintetizando esses dois influxos, a artista questionou de fato a pintura moderna, realizando trabalhos onde os limites do plano pictórico sempre foram problematizados, quer pelo uso de materiais inusitados (veludos, plásticos, pelúcias, etc), quer pelas superfícies volumosas e/ou vazadas das suas pinturas. E foi devido, justamente, a esse intenso questionamento, empreendido nos últimos vinte anos, que Leda Catunda foi constituindo uma das produções mais instigantes da cena artística brasileira contemporânea. Os trabalhos que apresenta nesta exposição são o resultado do processo de amadurecimento que a sua produção vem passando mais recentemente. Neles é possível notar praticamente todas as questões que, nessas últimas décadas, Leda trouxe para a discussão do plano pictórico, só que agora solucionadas de maneira ainda mais precisa, devido à sua concentração maior na resolução dos aspectos formais de seu trabalho.” (Tadeu Chiarelli, “Os planos de Leda Catunda”, 2001)
Luiz Zerbini (1959) – Luiz Zerbini nasceu em 1959, em São Paulo, e desde 1983 vive e trabalha no Rio de Janeiro. Considerado um dos principais representantes da Geração 80 da arte brasileira, iniciou sua atividade artística no final dos anos 1970. Sua obra transita entre a pintura, a escultura, a instalação, a fotografia, a produção de textos e o vídeo. Com uma paleta rica e luminosa, suas obras tratam de temas clássicos como a paisagem, o retrato e a abstração. O artista explora, ainda, a transposição da experiência visual bidimensional para uma experiência imersiva no espaço, utilizando-se de vídeos, slides, fotografias, objetos, pintura sobre parede e luz como ferramentas. Luiz Zerbini cria pinturas, esculturas e instalações com camadas de imagens da flora tropical e referências espirituosas à história da arte e à cultura pop. O grid – elemento artístico frequentemente associado ao Modernismo e ao Minimalismo – permeia as obras do artista como uma espinha dorsal visual e conceitual, e é sobreposto ou incorporado em suas paisagens exuberantes e texturizadas, formado a partir de molduras de slides antigas ou sugerido por seus arranjos escultóricos de tubos e prateleiras. Seus trabalhos tridimensionais trazem novas informações de volta para sua pintura sobre tela. Em 1995, criou, em parceria com Sérgio Mekler, Barrão e Chico Neves, o grupo Chelpa Ferro, que produz o cruzamento entre música experimental, escultura e instalações tecnológicas. Sua obra faz parte do acervo de importante instituições como: Inhotin(Brumadinho, Brasil), Instituto Itaú Cultural (São Paulo, Brasil), Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro e Museu de Arte Moderna de São Paulo.
Serviço: Monumental – Angelo Venosa, Beatriz Milhazes, Jorge Guinle, Leda Catunda e Luiz Zerbini
Pinakotheke São Paulo
22 de junho a 20 de julho de 2024
Entrada gratuita
Rua Ministro Nelson Hungria, 200, Morumbi, São Paulo
Segunda a sexta, das 10h às 18h
Sábados, das 10h às 16h
Telefone: (11) 3758-0546