A GALERIA BASE abre a exposição “Montez Magno – Máximo, Múltiplo, Incomum”

A mostra apresenta ao público mais de 30 obras, entre desenhos, pinturas, fotografias, objetos, colagens e esculturas.

Com texto crítico de Agnaldo Farias, a mostra tem como foco a década de 70, “certamente os anos mais fecundos e criativos do artista” segundo Maranhão, ou no dizer de Agnaldo Farias “década em que Montez Magno avançou em profundidade na discussão do que é arte, parafraseando em chave pessoalíssima artistas que lhe eram referenciais, como Marcel Duchamp – Ar de Olinda (1972), e Stéphane Mallarmé - Série Um lance de dados (1973) (...). A abertura é no dia 6 de abril, sábado, a partir das 12hs, ficando em cartaz até 11 de maio.

Algumas obras foram adquiridas por Maranhão há mais de uma década, época em que conheceu Montez e passou a frequentar sua casa / ateliê, no Recife. Parte deste conjunto foi recentemente apresentado na Exposição “Algúria”, na Pinacoteca de SP, mostra individual cuja abertura se deu dias antes da morte do artista. Somam-se a elas algumas obras pertencentes a importantes coleções privadas.

O térreo da galeria, de um lado, abriga um conjunto de obras da década de 70 cujo elo são as paisagens e na parede oposta, uma Trilogia datada de 67 e intitulada Labirintos. Sobre tais obras acrescenta Agnaldo “Realizadas no ano de 1967, quando a ditadura militar começava a impor sua ordem implacável, os labirintos de Montez Magno não se reduzem aos espaços desconcertantes de escadas, portas, paredes e corredores sem fim. Neles há apenas uma sucessão de paredes prensadas, corredores reduzidos a linhas. Entra-se por todos os lados, mas deles não se pode sair por força do esmagamento. Suas cores vivas atuam como armadilhas para os olhos, atraentes, sem dúvida, eficazmente utilizadas para enclausurar quem delas se aproxima”.

No primeiro andar, se vê um recorte mais amplo da produção do Artista, uma tela e dois desenhos datados de 1957 são as obras mais antigas que compõe a Exposição, porém obras da década de 60, 70 e 90 podem ser apreciadas. No centro do espaço, uma vitrine acomoda 6 objetos da década de 70, um deles, intitulado “Objeto vouyeurista, (1972), um pedaço retangular de uma porta cortada na altura da maçaneta, com a fechadura, signo clássico do prazer ilícito da contemplação não consentida, do espreitamento da vida alheia, hoje mais do que nunca cultuado, que o digam os reality shows. O problema

é que a maçaneta e sua correspondente fechadura está de cabeça para baixo, insinuando que olhar através dela significará adentrar em um mundo virado do avesso, balizado não pelo chão mas pelo céu.” Acrescenta o curador

Divagar sobre a obra de Montez é uma tarefa exaustiva, tamanha a amplitude de sua obra que transitou em quase todos os signos, suportes, técnicas e conceitos e isto porque estamos tratando de apenas uma das múltiplas facetas do artista, a de arte visual, Montez foi além, editou em sua vida dezenas de livros de poemas. Parafraseando sua biografia, editada pela CEPE, Montez Magno foi um artista camaleão.

Coordenação Artística: Daniel de Albuquerque Maranhão
Montagem: Harpia Design e Produções
Agradecimentos Especiais: Diogo Cantarelli, Flávio Bauer e Márcio Gobbi

SERVIÇO
Exposição: “Montez Magno – Máximo, Múltiplo, Incomum"
Texto Crítico: Agnaldo Farias
Abertura:– 06 de abril - sábado – às 12hs
Período: de 9 de abril a 11 de maio de 2024
Horário: de terça a sexta-feira, das 11hs às 19hs; sábado, das 11hs às 15hs.
Local: Galeria BASE
Endereço: Al. Franca 1030, Jardim Paulista || 01422-002 | São Paulo, SP
Telefone: (11) 3062 6230 || WhatsApp (11) 98327 9775
E-mail: contato@galeriabase.com.br
Site:  http://www.galeriabase.com
Instagram: https://www.instagram.com/galeriabase/

Número de obras: 36
Técnica: pinturas, esculturas, desenhos, fotografias e objetos
Dimensões: variada

IMAGENS
Montez Magno, Ar de Olinda, 1972, Madeira e vidro, 80 x 23 x 36 cm
Montez Magno, Ouro de Cuba, 1973, Cortiça, betume, madeira e ferro, 50 x 45 x 6 cm
Montez Magno, Série “Labirinto”, 1967, Tinta acrílica sobre cartão defumado, 116 x 131 cm
Montez Magno, Outono, 1973, Fotografia, madeira, acrílico e folhas secas, 72 x 64 cm