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Exposição "Modernismo expandido"
Exposição

Exposição "Modernismo expandido"

Exposição

  • Nome: Exposição "Modernismo expandido"
  • Abertura: 09 de junho 2022
  • Visitação: até 07 de agosto 2022

Local

  • Local: Museu Nacional da República
  • Evento Online: Não
  • Endereço: Esplanada dos Ministérios – Brasília – DF

Modernismo Expandido | Curadoria de Denise Mattar

  

No ano em que se celebram os 100 anos da Semana de Arte Moderna de 1922, no Distrito Federal, uma exposição apresenta os desdobramentos do movimento Modernista em cinco estados brasileiros entre as décadas de 1930 e 1950 que culminaram com a criação de Brasília. A mostra também resgata a história de mulheres que marcaram a produção artística do País, como Maria Tomaselli que através de obra Oca-Maloca realizou uma síntese das raízes culturais do Brasil 

 

Com obras de 46 artistas brasileiros, a mostra que abre ao público no dia 9 de junho, a partir das 19h, no Museu Nacional da República traça um panorama de como o movimento modernista se articulou, expandiu e consolidou em cinco estados brasileiros: Bahia, Ceará, Minas Gerais, Pernambuco e Rio Grande do Sul, entre 1930 e o final da década de 1950, culminando com a construção de Brasília. "Modernismo expandido" tem curadoria de Denise Mattar e apresenta 68 obras que ilustram a efervescência do período e dos desdobramentos do movimento Modernista distante de seu marco histórico e geográfico, a Semana de Arte Moderna de 1922, que este ano completa 100 anos. Em exibição na Galeria Principal do Museu até o dia 7 de agosto de 2022, a mostra é realizada com o patrocínio do Fundo de Apoio à Cultural do Distrito Federal (FAC-DF). A entrada é gratuita e a classificação indicativa é livre para todos os públicos.  O Museu Nacional da República fica na Esplanada dos Ministérios, Brasília-DF. Visitação, de terça a domingo, das 9h às 18h30.

 

"Modernismo expandido" apresenta uma visão mais ampla do Modernismo brasileiro a partir de 1930 até a década de 1950 e, por vezes, extrapolando esse período temporal para estabelecer conexões entre artistas e regiões. A seleção de obras da exposição "Modernismo Expandido" busca evidenciar a qualidade da arte brasileira realizada fora do eixo hegemônico Rio-São Paulo, chamando a atenção para os processos excludentes decorrentes da centralização cultural.

 

A curadora coloca lado a lado obras de artistas conhecidos nacionalmente e daqueles com projeção local, mas que têm uma produção importante e representativa do Modernismo.  "Constatei no levantamento das obras para a exposição que os artistas que saíram de seus locais de origem como Antonio Bandeira e Aldemir Martins e foram para os grandes centros como Rio e São Paulo, ou Paris, como é o caso do Cícero Dias, ficaram conhecidos nacionalmente. Já os que permaneceram em suas regiões ficaram menos conhecidos". Denise Mattar também constatou uma permanência menor de mulheres. "Muitas delas têm trabalhos muito bons, como a gravadora Ailema Bianchetti, que está presente no núcleo Rio Grande do Sul, mas tiveram suas presenças apagadas", ressalta. 

 

Na Bahia, o Modernismo começa a se consolidar a partir de 1937 com a organização dos Salões da ALA - Ala das Letras e das Artes pelo crítico Carlos Chiacchio.  Porém, somente em 1946, quando é fundada a Universidade da Bahia com a criação da Escola de Teatro, Música e Dança é que acontece uma grande virada. Chegam a Salvador artistas e teóricos de vanguarda convidados a ministrar aulas. É desse período de efervescência que surgem nomes como Dorival Caymmi, Jorge Amado e Mestre Didi. A capital baiana torna-se um ponto de encontro de intelectuais, capitaneados nas artes plásticas por Mario Cravo Jr.  Para o núcleo Bahia, a curadora selecionou obras de Agnaldo dos Santos, Carlos Bastos, Carybé, Genaro de Carvalho, Mario Cravo Jr, Mestre Didi e Presciliano Silva. 

 

O Modernismo no Ceará ganha força em 1941, quando o artista Raimundo Cela cria em Fortaleza o Centro Cultural de Belas Artes ao lado do crítico Mario Baratta e de colegas artistas, entre eles Estrigas, Barrica e Nice Firmeza. Em 1943, o centro passou a chamar-se Sociedade Cearense de Artes Plásticas (SECAP), criando o Salão de Abril, que existe até hoje. Em 1945, os artistas Antonio Bandeira e Aldemir Martins, que participaram da criação da SCAP, foram convidados para uma coletiva de artistas cearenses no Rio de Janeiro. O primeiro ganhou uma bolsa de estudos para estudar em Paris, de 1946 a 1950, e o segundo, em 1956, ganhou o prêmio de melhor desenhista internacional da Bienal de Veneza com seu traço inovador, mantendo sua figuração nordestina. Na mostra que acontece no Museu Nacional da República, a curadora Denise Mattar selecionou para o núcleo Ceará as obras de Aldemir Martins, Antonio Bandeira, Barrica, Estrigas, Heloisa Juaçaba, Nice Firmeza e Raimundo Cela.  

 

A implantação do Modernismo em Minas Gerais pode ser dividida em três momentos. A exposição individual de Zina Aita, em 1920, que estudou desenho e pintura na Itália, realizou sua exposição logo após o retorno ao Brasil. Foi uma das participantes da Semana de 22, sendo considerada uma das artistas mais modernas do evento. O Salão Bar Brasil, em 1936, organizado pelo pintor e ilustrador Delpino Jr. e contou com a participação de vários artistas. Eles queriam que a cidade de Belo Horizonte "despertasse do marasmo, disposta a prestigiar seus autênticos valores". E a Exposição de Arte Moderna de 1944. Esta última tem uma forte relação com a criação de Brasília. Juscelino Kubitschek, então prefeito de Belo Horizonte, levou duas caravanas de intelectuais do Rio e de São Paulo para apresentar a eles o complexo da Pampulha, um dos primeiros conjuntos arquitetônicos modernistas do mundo. O evento foi um marco na carreira de Oscar Niemeyer que comentava esse momento com a frase: "Brasília nasceu na Pampulha". Dos artistas de Minas Gerais, a curadora selecionou para a mostra "Modernismo expandido" obras de Alberto da Veiga Guignard, Delpino Jr., Farnese de Andrade, Fernando Pierucetti, Franz Weissman, Genesco Murta, Jeanne Milde, Martha, Loutsch e Mary Vieira. 

 

No Recife, a articulação do Modernismo acontece ao longo de algumas décadas, tendo como o marco histórico a participação de Fédora do Rego Monteiro no Salon des independants, em Paris, ainda nos idos de 1910. Seu irmão, Vicente do Rego Monteiro, pintor e poeta, Vicente foi um dos artistas da Semana de 22 e grande incentivador de Ledo Ivo e João Cabral de Melo Neto na Recife dos anos 1940. Em 1931, Cícero Dias apresentou seu painel "Eu vi o mundo, e ele começava no Recife" no Sala Revolucionário de 1931. Somente em 1952, depois de os artistas romperem com a Sociedade de Arte Moderna do Recife em 1948, surge o Ateliê Coletivo inspirado pelo conteúdo social das propostas do Clube da Gravura de Porto Alegre (RS). Nos anos 1970, Ariano Suassuna propõe integrar arte e regionalismo com o Movimento Armorial e seus expoentes Gilvan Samico e José Barbosa. Na mostra, o núcleo de Pernambuco traz obras de Abelardo da Hora, Cícero Dias, Corbiniano Lins, Fédora do Rego Monteiro, Francisco Brennand, Gilvan Samico, José Barbosa, José Claudio, Luiz Jardim, Lula Cardoso Ayres, Reynaldo Fonseca,  Vicente do Rego Monteiro e Wellington Virgolino, com destaque para o trabalho "Mulheres de Tejucupapo", de Tereza Costa Rego, que em 2015, aos 89 anos produziu o painel que retrata a saga das mulheres que, sozinhas, expulsaram os holandeses de sua aldeia - uma história de heroísmo feminino, audácia e de luta pela terra.  

 

No Rio Grande do Sul, o Modernismo começa a se articular no início dos anos 1950, com a reestruturação do ensino de pintura na Escola de Belas Artes da criação do Museu de Arte do Rio Grande do Sul, o MARGS, por Aldo Malagoli. Paralelamente surge o Clube dos Amigos da Gravura de Porto Alegre (CGPA) criado por Carlos Scliar na década de 1950 reunindo artistas de esquerda, filiados ou simpatizantes do Partido Comunista do Brasil (PCB), o grupo se engajou em um projeto de democratização da arte e de conscientização política, propondo uma arte nacional, realista, voltada à classe trabalhadora e às tradições culturais locais. O grupo gaúcho seria a inspiração para o Ateliê Coletivo do Recife. Iberê Camargo, outro nome fundamental da arte gaúcha, estudou no Rio de Janeiro com Guignard, voltando em 1960 para a capital gaúcha para ministrar um curso que deu origem ao Atelier Livre da Prefeitura. Na mesma década teve como aluna a artista Maria Tomaselli. Do Rio Grande do Sul, Ado Malagoli, Ailema Bianchetti, Carlos Scliar, Danúbio Gonçalves, Glauco Rodrigues, Glenio Bianchetti, Iberê Camargo e Maria Tomaselli.

 

A mostra "Modernismo expandido" faz uma reparação histórica, resgatando parte da arte brasileira cuja importância tem sido obscurecida pela historiografia oficial. A obra "Oca Maloca" realizada pela artista Maria Tomaselli encerra o percurso da mostra. A instalação interativa feita, abriga em seu interior "segredos" criados por mais de 40 artistas. Ela reúne a ancestralidade da Oca indígena e da Maloca urbana, feita de fragmentos de madeira coloridas. É uma síntese do País e de nossas raízes culturais.

 

Sobre a curadora

Denise Mattar foi curadora do Museu da Casa Brasileira, SP de 1985 a 1987, do Museu de Arte Moderna de São Paulo de 1987 a 1989 e do Museu de Arte Moderna RJ de 1990 a 1997. Como curadora independente realizou de 1997 a 2014 mostras retrospectivas de Di Cavalcanti, Flávio de Carvalho (Prêmio APCA), Ismael Nery (Prêmios APCA e ABCA), Pancetti, Anita Malfatti, Samson Flexor (Prêmio APCA), Frans Krajcberg, Mary Vieira, Maria Tomaselli. Aluísio Carvão, Abelardo Zaluar, Raymundo Colares, Hildebrando de Castro, Norberto Nicola, Aldo Bonadei, Alfredo Volpi, Guignard. E as seguintes mostras temáticas, de 2004 a 2014: Traço, Humor e Cia, O Olhar Modernista de JK, O Preço da Sedução, O' Brasil, Homo Ludens, Nippon. Brasília - Síntese das Artes, Tékhne e Memórias Reveladas, Pierre Cardin, Mário de Andrade, Projeto Sombras, No Balanço da Rede, Duplo Olhar.

 

Sobre a proponente

Oitava Casa Produções atua nas áreas de arte-educação e produção cultural desde 2009. Entre os projetos desenvolvidos, destacam-se as exposições Arquivo Brasília: Cidade Imaginário e Obra Inventário, ambas em Brasília. É dirigida por Rebeca Borges, educadora com formação em Artes Visuais e larga experiência em coordenação pedagógica de programas educativos.

  

Sobre o Museu Nacional da República

O Museu Nacional da República, localizado em Brasília, foi inaugurado no ano de 2006 e é administrado pela Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Distrito Federal. O Museu realiza exposições temporárias de artes visuais e cultura visual de relevância nacional no campo das artes e da cultura visual.  Pautado pela liberdade de expressão, o Museu visa ainda, abrigar propostas de experimentação curatorial e produções artísticas contemporâneas diversificadas, com vistas no seu fomento, pesquisa, difusão e facilitação de seu acesso.

 

Serviço

Modernismo expandido

68 obras de 46 artistas de 5 estados brasileiros – Bahia, Ceará, Minas Gerais, Pernambuco e Rio Grande do Sul

Da década de 1930 à década de 1950

Curadoria | Denise Mattar

Abertura | 9 de junho, quinta-feira

                    Das 19H às 22H

Onde | Galeria Principal 

              Museu Nacional da República 

              Esplanada dos Ministérios – Brasília – DF

Visitação | Até 7 de agosto 

                   De terça a domingo, das 9h às 18h30 

Entrada | Gratuita

Classificação indicativa | Livre para todos os públicos

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