Exposição “Mães”, dos artistas Not Vital e Richard Long
Exposição
- Nome: Exposição “Mães”, dos artistas Not Vital e Richard Long
- Abertura: 10 de setembro 2024
- Visitação: até 26 de outubro 2024
Local
- Local: Nara Roesler
- Evento Online: Não
- Endereço: Rua Redentor, 241, Ipanema, Rio de Janeiro
Nara Roesler convida para a exposição comemorativa de seus dez anos no Rio de Janeiro
“Not Vital + Richard Long – Mães”
Em comemoração aos dez anos de seu espaço no Rio de Janeiro, Nara Roesler traz à cidade dois renomados artistas internacionais, e amigos de longa data: o suíço Not Vital (1948), escultor, pintor e desenhista, e o inglês Richard Long (1945), um dos pioneiros da landart – obras de arte criadas com elementos da natureza e integradas a ela. Richard Long é o único artista a ter sido finalista quatro vezes do Turner Prize, que ele venceu em 1989. Em 2001, foi eleito para a Real Academia de Artes da Inglaterra, e nomeado “Sir”. Ele e Not Vital têm em comum um espírito nômade, embora sempre ligados às suas raízes familiares. A mãe de Richard Long, Frances, oriunda de uma família de Bristol, Inglaterra, nasceu no Rio de Janeiro, em função do trabalho de seu pai para a fabricante de carros Hispano-Suiza. Long também admirava muito a mãe de Not Vital, Maria, com quem convivia nas visitas ao amigo em sua casa em Sent, no vale Engadine, leste da Suíça. Quando ela fez cem anos, em 2016, Richard Long dedicou a ela uma nova edição de sua célebre série iniciada em 1971, “A Hundred Mile Walk” – uma caminhada de cem milhas, quase 161 quilômetros – e percorreu a distância entre Stonehenge e a nascente do Tâmisa. Not Vital e Richard Long chegarão ao Rio de Janeiro no dia 3 de setembro, para a montagem da exposição. Richard Long fará uma instalação especialmente para o evento.
Nara Roesler, Ipanema, Rio de Janeiro
Abertura: 10 de setembro de 2024, das 18h às 21h
Até: 26 de outubro de 2024
Entrada gratuita
Nara Roesler tem o prazer de convidar para a abertura da exposição “Mães”, com obras dos renomados artistas Not Vital e Richard Long, em comemoração aos dez anos da galeria no Rio de Janeiro, no dia 10 de setembro de 2024, das 18h às 21h. Not Vital – nascido em 15 de fevereiro de 1948, em Sent, no vale Engadine, região leste da Suíça, próxima à Itália e à Áustria – participou da cena nova-iorquina nos anos 1980, e conviveu com artistas como Andy Warhol (1928-1987) e Basquiat (1960-1988), que fez para ele a pintura “AstroNOT”, um trocadilho com seu nome. Nômade talvez seja o termo mais adequado para descrever Not Vital, que se divide entre suas casas-ateliês em Sent, em Beijing, desde 2008, e, a partir do final de 2022, no bairro de Santa Teresa, no Rio de Janeiro, onde pretende passar três meses por ano.
“Sou um escultor que pinta”, salienta Not Vital, que desde 2008 pinta retratos, e mais tarde o que chama de “autorretratos”, em que “das muitas aplicações e remoções das camadas de tinta emerge uma imagem”. “Às vezes preciso me pintar três vezes, ou duas, ou apenas uma, porque a cada dia nos vemos de maneira diferente”. Ele explica que inicialmente fazia um rosto “com olhos e cabelo”, mas que depois percebeu que “bastava ter um nariz”. “Quero chegar com essas pinturas a um momento de sentimento. Elas não têm a ver com formas ou cores, e sim muito com as emoções”. “É muito importante o que está em volta, o que alguns chamam de aura”, diz.
Criado em um vale cercado por montanhas, onde “é inverno por mais da metade do tempo, e, quando a neve derrete, as montanhas são cinzas”, Vital usava, até há poucos anos, esta paleta. “Mas desde que me mudei para o Brasil, de repente eu me abri para as cores. Eu não sei se poderia fazer isso na Suíça, devido a muitos fatores, como a luz e como você se sente, e mesmo o que você come”, conta ele no vídeo-depoimento que acompanhou sua recente exposição “Contemplating”, de maio a julho deste ano na sede do Marais, em Paris, da galeria ThaddaeusRopac.
Em entrevista ao escritor Andrew O’Hagan, publicada pela revista do The New York Times, em outubro de 2013, ele disse que aos cinco anos de idade sabia que queria fazer alguma coisa, e foi quando desejou ir ao Brasil. “Eu poderia ir para o Brasil”, disse. Nesta matéria, Andrew O’Hagan chamou Not Vital “de o Picasso atual, conduzindo uma manada de touros simbólicos através dos jardins da convenção, transformando nossa ideia de como enxergar”.
Autor de grandes esculturas colocadas ao ar livre, espalhadas pelo mundo, Not Vital também gosta de criar em formatos menores, em vários materiais, como aço ou gesso. “Gosto muito de gesso, pois é o que mais se assemelha à neve. Tenho que trabalhar rápido, porque endurece muito rapidamente”, diz. Uma das esculturas em gesso é “Pão de Açúcar”(2022). “É claro que se você é das montanhas, você sempre está interessado nelas”, afirma Not Vital.
CASAS-ESCULTURAS
Not Vital é notabilizado também por ter expandido a escultura em direção à arquitetura com a criação de suas “casas-esculturas”. Ele cunhou o termo Scarch, a junção,em inglês,das palavras “escultura” e “arquitetura”, para definir obras construídas ao redor do mundo, com material disponível no local.
Em 1999, ele sentiu um forte impulso de ir à cidade de Agadez, no deserto da Nigéria. Mais tarde, contou que teve um pressentimento de aquele lugar seria importante para ele, mesmo conhecendo pouco sobre o país, de que apenas sabia ser uma região de tribos nômades como os tuareg e os peul. O fato de se sentir também um nômade, e de ter vivido em várias cidades, reforçou sua ideia. Chegou ao hotel tarde da noite, e na manhã seguinte se viu rodeado de gente querendo vender joias de prata, ao que ele respondeu que queria comprar terra. Depois de negociar o preço, ele desenhou na própria areia sua ideia, e os operários construíram a casa que ele chamou de Mekafoni(casa de chifres), em barro e palha. Ali ele começou a construir as casas-esculturas. Em 2003 construiu na mesma cidade a escola “Makaranta”, uma arquibancada em forma de pirâmide;a “Casa para ver o pôr do Sol”, em 2005; a “Casa para ver o céu noturno”, e a “Casa contra o calor + tempestades de areia”, em 2006; e “Mesquita”, em 2013. Alma Zevi, autora de seu mais abrangente livro – “Not Vital: Sculpture 1964-2021” (Skira, 2023), com 468 páginas, escreve que a “função” dessas casas, “bem como sua aparência, especialmente “HousetoWatchthe Night Skies” e “HousetoWatchtheSunset”, lembra os jardins astrológicos na Índia, reiterando o interesse de Vital pelo cosmo”.
“Eu nunca quis ser arquiteto ou estudar arquitetura”, ressalta Not Vital. Aos três anos, construiu com seu irmão – que se tornou arquiteto – um túnel, na espessa neve que rodeava a casa. “Acho que foi a primeira vez que percebi que eu queria construir meu próprio habitat, embora fosse muito mais confortável entrar em casa, do que passar o dia inteiro fazendo um túnel”, lembra. Na 17ª Bienal de Arquitetura de Veneza, em 2021, uma Scarchfoi selecionada pelo curador HashimSarkis, e instalada na abadia San Giorgio Maggiore. “Suas Scarch são ao mesmo tempo formais e existem para atender a um único propósito – geralmente poético e transcendental – como contemplar o pôr do sol ou se proteger do vento e de tempestades de areia”, observou o curador.Outras construções do gênero foram criadasem plena floresta amazônica– que a natureza depois engoliu –, em Tarasp, Suíça, nas estepes da Mongólia, na ilha de Fangasito, em Tonga, em Bataan, nas Filipinas, onde fez uma Capela, e na Patagônia, no Chile.
PARQUE DE ESCULTURAS, CASTELO DE TARASP E BIBLIOTECA DEDICADA AO ROMANCHE
Com obras presentes em numerosas coleções privadas, e várias públicas, como Bibliotheque Nationale, Paris; Kunstmuseum Bern, Berna; The Museum of ModernArt (MoMA), Nova York; Solomon R. Guggenheim Museum, Nova York; e Toyota Municipal MuseumofArt, Aichi, Japão, entre outras, Not Vital criou uma fundação em Engadine. A partir dela, ele mantém o Parque de Esculturas em Sent, o Castelo de Tarasp, construído no século 11 – ambos abertos ao público de meados de junho a outubro –, e a Casa Planta em Ardez, erguida no século 17, e que abriga uma importante biblioteca no idioma romanche, falado na região. Além de Richard Long, muitos outros artistas já visitaram esses locais, como Jude Law, Gore Vidal e Richard Rogers.
No Brasil, Not Vital fez exposições individuais no Paço Imperial, Rio de Janeiro, em 2015 – a primeira na América do Sul –, “Saudade”, de novembro de2018 a março de 2019, e “A vida é um detalhe”, de novembro de 2022 a fevereiro de 2023, ambas na Nara Roesler São Paulo. Ele participou das coletivas “Aberto/01”, na Casa Oscar Niemeyer, em São Paulo, em 2022, “Ar livre: esculturas de grande escala na Fazenda Boa Vista, entre julho de 2020 a fevereiro de 2021, e “RoeslerHotel #29: ReflectionsonTime and Space”, com curadoria de Agnaldo Farias, de 1º de abril a 11 de maio de 2019, na Nara Roesler São Paulo.
RICHARD LONG
Richard Long é o único artista a ter sido finalista quatro vezes do Turner Prize, desde sua primeira edição em 1984. Em 1989 ele ganhou o prêmio. “O trabalho de Long expandiu a ideia de escultura para integrar a arte conceitual e a performance. Seu trabalho é comumente feito com terra, pedra, lama e rocha e outros materiais da natureza”, descreve o site da Tate, espaço consagrado de arte, em Londres.
Em 2001, Richard Long foi eleito para a Real Academia de Artes da Inglaterra, ganhando a honrosa denominação “Sir”.
Ao invés de se sentir “cooptado” pelo sistema da arte, ele disse ao jornal “The Guardian” que achava bom ter “alguém como ele para dar credibilidade” aos conselhos britânico e de arte. “Estou fazendo um favor a eles”, brincou.
Na inauguração da Tate Modern, em Londres, em 2000, a obra “Red Slate Circle”, de Richard Long, uma escultura circular com rochas e limo, esteve na mesma sala que uma grande pintura da série “WaterLilie”, de Claude Monet (1940-1926).
ARTE FEITA DE CAMINHADAS PELAS PAISAGENS
Nas palavras de Richard Long, ele “faz arte a partir de caminhadas pelas paisagens”. “Fotografias e esculturas são feitas ao longo do caminho.” “Na natureza das coisas: arte sobre mobilidade, luminosidade e liberdade. Simples atos criativos de andar e registrar o local, o tempo, a distância e as medidas. Trabalhos feitos com materiais em estado bruto e minha escala humana na realidade das paisagens. As músicas das rochas, caminhos e pegadas compartilhadas, dormindo com o rugir do rio”.
Aos dezoito anos, estudante da Universidade de Arte West of England, em Bristol, Richard Long fez uma bola de neve que fez deslizar por um declive e depois pelo contorno do terreno. O que o interessava não era o registro da linha criada pela bola de neve, mas a ação por si própria, efêmera. Isso não agradou à direção da escola, mas deu uma pista do que seria a produção deste celebrado artista: a ação física e a ligação com o meio ambiente. Três anos depois ele fez “A LineMadebyWalking”, uma escultura feita pelo caminhar contínuo do artista em um terreno de grama, e fotografado o resultado. O trabalho é considerado um dos pioneiros na landart e da arte conceitual.
SOBRE NARA ROESLER
Nara Roesler é uma das principais galerias de arte contemporânea do Brasil, representa artistas brasileiros e latino-americanos influentes da década de 1950, além de importantes artistas estabelecidos e em início de carreira que dialogam com as tendências inauguradas por essas figuras históricas. Fundada em 1989 por Nara Roesler, a galeria fomenta a inovação curatorial consistentemente, sempre mantendo os mais altos padrões de qualidade em suas produções artísticas. Para tanto, desenvolveu um programa de exposições seleto e rigoroso, em estreita colaboração com seus artistas; implantou e manteve o programa Roesler Hotel, uma plataforma de projetos curatoriais; e apoiou seus artistas continuamente, para além do espaço da galeria, trabalhando em parceria com instituições e curadores em exposições externas. A galeria duplicou seu espaço expositivo em São Paulo em 2012 e inaugurou novos espaços no Rio de Janeiro, em 2014, e em Nova York, em 2015, dando continuidade à sua missão de proporcionar a melhor plataforma possível para que seus artistas possam expor seus trabalhos.
Serviço:
Exposição “Not Vital + Richard Long – Mães”
Abertura: 10 de setembro de 2024, das 18h às 21h
Até: 26 de outubro de 2024
Entrada gratuita
Rua Redentor, 241, Ipanema, Rio de Janeiro, CEP 22421-030
Segunda a sexta, das 10h às 19h
Sábado, das 11h às 15h
Telefone: 21 3591 0052
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Comunicação: Paula Plee – com.sp@nararoesler.com
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