

Exposição "Ivan Serpa: a inovação construtiva"
Exposição
- Nome: Exposição "Ivan Serpa: a inovação construtiva"
- Abertura: 18 de outubro 2023
- Visitação: até 02 de dezembro 2023
Local
- Local: Ricardo Camargo galeria
- Evento Online: Não
- Endereço: Rua Frei Galvão 121 – Jardim Paulistano
Ivan Serpa: a inovação construtiva
Ricardo Camargo apresenta exposição comemorativa dos 100 anos de nascimento do artista
O mundo do pós-guerra era assim: construtivo, por exigência, e humanista por necessidade. No Brasil, a paisagem rural e bucólica se depara com uma nova realidade urbana, dinâmica e em pleno processo de industrialização. Tanto na antiga Capital Federal quanto na cidade de São Paulo, uma nova geração de artistas se encarrega de elaborar formas e conceitos visuais adequados a essa nova realidade nacional. O grupo “Ruptura” criado em São Paulo e o grupo “Frente”, no Rio de Janeiro (1) incorporam a abstração geométrica como principal ferramenta de trabalho. Esses grupos definiam-se a partir dos seus próprios nomes. Enquanto o grupo “Ruptura” propunha ações ortodoxas de enfrentamento à então chamada “pintura naturalista”, o grupo “Frente” buscava soluções menos radicais, valorizando aspectos subjetivos essenciais na for- mulação artística.
Ivan Serpa, desde cedo destaca-se como a principal referência do grupo carioca. Nascido numa família de classe média, sempre morou na zona norte da cidade; foi criado por uma tia francesa que o incentivou na criação artística. Diagnosticado com uma patologia cardíaca, o sentido de urgência o acompanhou por toda vida. Ao mesmo tempo, seu trabalho de restaurador de obras raras exigia pesquisa e uma lenta execução de seus propósitos. Sua inegável capacidade de liderança aliada a um talento natural levou-o a ganhar em 1951 o prêmio de artista jovem da Bienal de São Paulo e foi o fundador da escolinha de arte do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro. A sua obra geométrica é repleta de ritmo e poesia e incorpora tonalidades recusadas pela ortodoxia teórica e concre- tista. Serpa usava as cores primárias defendidas pelos teóricos, mas a elas incorporava tons terrosos, marrons, verdes e rosas que povoavam a sua retina de cor suburbana e das luxuriantes pai- sagens do Rio de Janeiro. Serpa foi uma ponte sobre os saberes, um espírito inquieto que povoou a arte brasileira de maneira espetacu- lar durante trinta anos de criação ininterrupta.
Na comemoração de seu centenário de nascimento e também dos cinquenta anos de seu falecimento prematuro, a Ricardo Camargo Galeria traz ao público um conjunto de obras gráficas realizadas pelo artista nos primeiros anos da década de 1950. Trata-se de um pequeno tesouro que revela a essência poética desse grande artista brasileiro que colaborou intensamente na formação do pensamento estético nacional moderno e contem- porâneo. Tal conjunto pertenceu ao embaixador Jaime Leite Gui- marães que o preservou por décadas no exterior e que hoje retorna ao país para a surpresa e encantamento de todos nós que identificamos em Ivan Serpa uma fonte referencial na história da arte no Brasil.
São Paulo. Outubro. 2023
Marcus de Lontra Costa
(1) O grupo “Ruptura” foi criado em 1952 em São Paulo, sob a liderança de Waldemar Cordeiro com a participação de Geraldo de Barros, Luiz Sacilotto, Lothar Charoux, Judith Lauand, Hermelindo Fiaminghi, entre outros. O grupo “Frente” foi criado no Rio de Janeiro em 1954 sob a liderança de Ivan Serpa e com a participação de Aluísio Carvão, Décio Vieira, Abraham Palatnik, Franz Weissmann, Lygia Clark, Lygia Pape, entre outros. Esse grupo foi a semente do neoconcretismo que contou com a adesão dos artistas paulistas Hércules Barsotti e Willys de Castro.
Serviço
Ivan Serpa: a inovação construtiva
43 obras s/papel inéditas (1951 à 1958)
De 19 de outubro a 2 de dezembro de 2023
De segunda a sexta-feira, das 10h às 20h
Sábado, das 10h às 14h
Abertura: 18 de outubro de 2023
Quarta-feira, das 18 às 22 horas
Ricardo Camargo galeria
Rua Frei Galvão 121 – Jardim Paulistano
rcamargoarte.com.br