Exposição individual "Urihi mãripraɨ – Sonhar a terra-floresta", de Joseca Yanomami
Exposição

Exposição individual "Urihi mãripraɨ – Sonhar a terra-floresta", de Joseca Yanomami

Exposição

  • Nome: Exposição individual "Urihi mãripraɨ – Sonhar a terra-floresta", de Joseca Yanomami
  • Abertura: 16 de agosto 2025
  • Visitação: até 11 de outubro 2025

Local

  • Local: Almeida & Dale
  • Evento Online: Não
  • Endereço: Rua Fradique Coutinho, 1360

Almeida & Dale inaugura exposição de Joseca Yanomami  com curadoria de Bruce Albert  


Urihi mãripraɨ – Sonhar a terra-floresta exibe desenhos criados a partir dos sonhos do artista,  em diálogo com a tradição espiritual yanomami 

 

   

São Paulo, SP — A obra de Joseca Mokahesi Yanomami (1971, Rio Uxi u, Terra Indígena Yanomami, Brasil) tem como ponto central a tradução da cosmologia yanomami em narrativas visuais, especialmente no desenho, dando corpo às histórias dos tempos ancestrais e às múltiplas dimensões da terra-floresta, conceito que vai além de um espaço físico e une a floresta, os rios, os espíritos, os animais e os humanos em um sistema vivo e interdependente, visível somente aos xamãs. É nessa atmosfera quase onírica que a Almeida & Dale inaugura, a partir de 16 de agosto, Urihi mãripraɨ – Sonhar a terra-floresta, individual do artista com curadoria de Bruce Albert, antropólogo franco-marroquino e autor, junto a Davi Kopenawa Yanomami, dos livros A Queda do Céu (2015) e O Espírito da Floresta (2022).  


Os desenhos e telas de Joseca apresentam, com minúcias e cores vibrantes, entidades, lugares e episódios evocados pelos cantos dos grandes xamãs de sua comunidade, nos conduzindo por universos onde humanos e não-humanos se entrelaçam em uma rede complexa, cujas imagens são reveladas aos xamãs por meio de sonhos e cantos. Inspirado pelos seus sonhos, o artista transpõe, sobre papel ou tela, suas próprias imagens sonhadas, alcançando os múltiplos universos que constituem a “terra-floresta-mundo”, urihi a. Assim, seus sonhos se transformam um após o outro em “peles de imagens” (utupa siki) que nos dão acesso à saga dos ancestrais do “primeiro tempo” yanomami. 


A exposição Urihi mãripraɨ – Sonhar a terra-floresta nos apresenta cerca de 30 obras que são espécies de “capturas de tela” oníricas, stills do filme metafísico desenrolado pela trama narrativa ancestral dos cantos xamânicos yanomami. “Para tornar visível e fazer conhecer o poder desse pensamento onírico para além de seu próprio mundo, Joseca Mokahesi Yanomami se apropriou de certos traços de nosso realismo figurativo com o qual foi confrontado na escola de sua comunidade quando adolescente. Desde então, ele passou a transformálos a serviço de um estilo radicalmente original que poderíamos qualificar de “realismo xamânico”, em alusão ao célebre “realismo mágico” literário”, explica o curador Bruce Albert. 


Parte fundamental da mostra, os trabalhos da série Urihi a në mari vêm acompanhados de títulos-descrições escritos por Joseca na língua yanomami e que partilham sua cosmovisão. Para além do gesto artístico, sua produção é também um movimento de tradução entre mundos. Trata-se de uma linguagem híbrida, mas enraizada na cosmologia yanomami, que visa comunicar com os mais jovens de sua comunidade e sensibilizar os não-indígenas (napë pë) para a beleza, profundidade e urgência de preservar esse modo de vida ameaçado.



Sobre Joseca Mokahesi Yanomami 


Joseca Mokahesi Yanomami (1971, Rio Uxi u, Terra Indígena Yanomami, Brasil) vive e trabalha na comunidade Buriti, Terra Indígena Yanomami, Brasil. Filho de um grande xamã, Joseca criava, desde jovem, desenhos efêmeros pela floresta. É a partir da relação com não-indígenas que passa a utilizar papel, lápis e caneta em sua produção, apropriando-se desses materiais e, simultaneamente, do conceito ocidental de arte. Dessa forma, o artista desenvolve sua estratégia de comunicação com as gerações mais novas de seu povo e, ao mesmo tempo, de aproximação dos napë pë (não-indígenas) com o universo yanomami. Na década de 1990, Joseca funda a primeira escola yanomami em sua comunidade, incentivando jovens e crianças a se alfabetizarem na língua yanomae. Nesse período, participa da produção de diversas cartilhas bilíngues (yanomae/português) para os programas de educação escolar e de saúde. Enraizada na cosmologia de seu povo, a obra de Joseca posicionase em um novo lugar na história da luta yanomami pela defesa de seus direitos e território por meio da arte, iniciada na década de 1970 por iniciativa da fotógrafa Claudia Andujar, em colaboração com um grupo de desenhistas yanomami, e que hoje conta com o apoio da Hutukara Associação Yanomami, fundada por Davi Kopenawa em 2004. A convite de Bruce Albert, antropólogo e amigo de longa data do artista, Joseca participou em 2003 de sua primeira exposição, L’Esprit de la Forêt na Fondation Cartier, Paris, França, e começou a circular em exposições nacionais e internacionais. Realizou sua primeira individual, Kami Yamakɨ Urihipë [Nossa TerraFloresta], no MASP, São Paulo, Brasil (2022). Participou da 60ª Bienal de Veneza, Itália (2024). Destacam-se também exposições coletivas como: Maxita Yano, Instituto Inhotim, Belo Horizonte, Brasil (2025); Badu Gili: Healing Spirit, Ópera de Sydney, Austrália (2024); Dancing With All: The Ecology Of Empathy, 21st Century Museum of Contemporary Art, Kanazawa, Japão (2024);  38º Panorama da Arte Brasileira, MAM São Paulo, Brasil (2024); Siamo Foresta, Triennale Milano, Milão, Itália (2023); Histórias Indígenas, MASP, São Paulo, Brasil (2023); Les Vivants, Le Tripostal, Lille, França (2022); Moquém Surarî: arte indígena contemporânea, MAM São Paulo, Brasil (2021); e Trees, Power Station of Art, Xangai, China (2021). Sua obra está presente nas coleções da Fondation Cartier pour l’art contemporain, França; MAM São Paulo, Brasil; e MASP, Brasil. A representação de Joseca Yanomami é uma parceria entre a Almeida & Dale e a Hutukara Associação Yanomami. 



Sobre Bruce Albert 


Bruce Albert (Marrocos, 1952) é antropólogo francês e trabalha com os Yanomami desde 1975. Co-autor, com Davi Kopenawa, de A Queda do Céu, Palavras de um Xamã Yanomami (2015) e O Espírito da Floresta (2022), ambos publicados pela Companhia das Letras. Bruce Albert participou em 1978 da fundação da ONG Comissão Pró-Yanomami, em que conduziu com Davi Kopenawa, Claudia Andujar e Carlo Zacquini uma campanha nacional e internacional até obter, em 1992, a homologação da Terra Indígena Yanomami, à qual viajou quase anualmente por mais de quarenta anos. 



Sobre Almeida & Dale 


Fundada em São Paulo, em 1998, a Almeida & Dale promove o legado de artistas emblemáticos e impulsiona a produção contemporânea nos cenários nacional e internacional. Com três endereços em São Paulo, a galeria realiza um programa expositivo e editorial de excelência, estabelece parcerias com instituições e coleções de renome e está presente nas principais feiras de arte mundiais, o que a posiciona como uma das mais influentes galerias brasileiras. A Almeida & Dale representa mais de 50 artistas e espólios, reunindo nomes fundamentais dos modernismos brasileiros, figuras-chave para a formação da arte contemporânea e a sua projeção internacional, além de artistas em plena atuação que continuam a redefinir o horizonte artístico. 


Em 2025, ao finalizar sua fusão com a prestigiada galeria Millan, estabelecida em 1986, também em São Paulo, a Almeida & Dale abraça um histórico de comprometimento profundo com o experimentalismo artístico, de colaboração estreita com artistas para os posicionar nas principais exposições e instituições do mundo e de impulsionamento internacional de carreiras. De maneira ativa, a Almeida & Dale assume o desafio de difundir múltiplas perspectivas e novas aproximações, centrada em ser uma plataforma para os artistas em projetos ambiciosos. Ao unir expertise artística e um olhar estratégico para as dinâmicas globais do setor, a galeria fomenta a expansão e a capilarização da arte latino-americana por meio de uma atuação que segue amplificando e potencializando o mercado. 

 

 

SERVIÇO 

Urihi mãripraɨ – Sonhar a terra-floresta  

Exposição individual de Joseca Yanomami 

Curadoria de Bruce Albert 

 

De 16 de agosto a 11 de outubro de 2025 

 

Rua Fradique Coutinho, 1360, São Paulo, SP  

Segunda a sexta-feira: 10h às 19h 

Sábado: 11h às 16h Entrada gratuita 

 

INFORMAÇÕES À IMPRENSA 

Amanda Viana 

amanda.viana@almeidaedale.com.br + 55 (11) 93715-6866 

 


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