Exposição individual "tens a vontade e ela é livre", de Flávio Império
Exposição

Exposição individual "tens a vontade e ela é livre", de Flávio Império

Exposição

  • Nome: Exposição individual "tens a vontade e ela é livre", de Flávio Império
  • Abertura: 28 de junho 2025
  • Visitação: até 01 de fevereiro 2026

Local

  • Local: Edifício Pina Contemporânea
  • Evento Online: Não
  • Endereço: Av. Tiradentes, 273 - Luz

PINACOTECA DE SÃO PAULO APRESENTA EXPOSIÇÃO PANORÂMICA DE FLÁVIO IMPÉRIO  

 

A mostra Flávio Império: tens a vontade e ela é livre reúne mais de 300 trabalhos do artista multidisciplinar, considerado um dos precursores da cenografia no Brasil e o responsável por abrir caminho para práticas artísticas colaborativas, comunitárias e políticas que se desenvolveriam nas décadas seguintes 


  

São Paulo, 24 de junho – A Pinacoteca de São Paulo, museu da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado de São Paulo, inaugura a exposição individual Flávio Império: tens a vontade e ela é livre, no 4º andar do edifício Pina Estação. A panorâmica – que reúne quase 300 obras - abrange a produção do artista entre os anos 1960 e 1985, e tem curadoria assinada por Yuri Quevedo, curador do museu e pesquisador da obra de Flávio Império (1935–1985) há 16 anos.   

 

Flávio Império foi um artista brasileiro em que a atuação transdisciplinar marcou profundamente a cena cultural do Brasil nas décadas de 1960 e 1970. Sua importância se dá não apenas pela multiplicidade de linguagens que dominava (como pintura, arquitetura, cenografia, teatro, design gráfico e do ativismo político), mas também pela maneira como ele as articulava em uma prática artística crítica, engajada e transformadora. Império trabalhou com uma diversidade de materiais, produzindo serigrafias, pinturas, colagens, fotografia e documentários em super8.  

 

“Flávio Império olha para cultura popular de um jeito extremamente original no meio artístico da época. Homem de teatro, buscava mais que estereótipos das personagens, mas como elas viviam, as soluções que davam para produzir a vida no cotidiano subdesenvolvido no país. Como pintor, filho de imigrantes do Bexiga, muitas vezes se entendeu mais como artesão do que como artista” diz Yuri Quevedo, curador da mostra. 

 


Destaques  

 

A exposição propõe ao público uma imersão em diferentes momentos e manifestações da produção do artista, ressaltando a coerência e a liberdade que orientam sua prática tão diversa. Entre os destaques estão o projeto de figurino "fogo”, desenvolvido especialmente para a cantora Maria Bethânia para a peça Rosa do Ventos (1971), além dos estudos para capa do disco Doces Bárbaros (1976), que poderão ser vistos na segunda sala da mostra. Uma maquete descreve o projeto que o artista fez para o show Pássaro da Manhã (1977) de Maria Bethânia. Em um momento em que a ditadura militar começa a enfraquecer e surgem os movimentos de abertura, Império concebe um cenário em que a cantora surge de uma noite escura no fundo e vai gradualmente se aproximando da plateia ladeada por tecidos que representam a alvorada. No show Bethânia canta lembrando os amigos que foram exilados.  

 

Além disso, pela primeira vez em 60 anos as obras UDN... Respeitosamente o extinto era muito distinto, Generals in General e Marchadeira das famílias bem pensantes, que integraram a antológica exposição Opinião65, no MAM-RJ, poderão ser vistas juntas. O público poderá ver ainda a maquete da peça A falecida (1983), desafio enfrentado por Flávio Império de conceber um cenário para a peça de Nelson Rodrigues que não queria nada sobre o palco.  

 

A mostra tem apoio Instituto de Estudos Brasileiros da Universidade de São Paulo (IEB-USP), que emprestou 38 desenhos originais do artista, parte da coleção de mais de 10 mil itens que conserva.  

 


Sobre a exposição 

 

Dividida em três núcleos, a exposição mostra a trajetória do artista que tem produção concentrada no período da ditadura militar. No percurso, o público pode notar como seu pensamento e a ideia de engajamento social e político se transforma nas diversas fases de sua trajetória. A primeira sala, A pintura nova é a cara do cotidiano, mostra um artista que busca nos tipos sociais e na cultura de massas uma tradução satírica para a ditadura militar e o imperialismo estadunidense. Aqui estão reunidos os trabalhos da década de 1960, como aqueles que foram para as exposições Opinião65 e Porpostas65.  

 

Aparecem também obras de seus companheiros de trabalho Sérgio Ferro e Rodrigo Lefévre, assim como de alunos, entre eles Marcello Nitsche e Claudio Tozzi.  Também é possível ver alguns dos trabalhos premiados no teatro, Andorra – que tinha no elenco Beatriz Segall e Renato Borghi - e Ópera dos Três Vinténs. Nessa época, o artista adaptou e dirigiu outro clássico de Brecht, “Os fuzis da mãe Carrar” se tornou “Os fuzis de dona Tereza”. Nessa montagem, Império inovou ao transferir o choro individual da mãe que perde seu filho para guerra, para um choro coletivo, entoado pelo coro da peça enquanto se exibia imagens sobre a morte do estudante Edson Luiz.  

 

A segunda sala – Aspectos do Inconsciente Coletivo na Comunicação de Massas – estão reunidos os trabalhos mais introspectivos do artista, nos quais ele procura na subjetividade popular uma nova coletividade. São bandeiras de São João, Oguns, máscaras e outros símbolos que se fundem com a comunicação pop. É aqui que começa sua parceria com Fauzi Arap e Maria Bethânia. Nessa sala, há também o curioso cenário pensado para Pano de Boca (1976) momento em que o artista ocupa um teatro em ruínas e cria ali a representação para o inconsciente de um ator.  

 

Por fim, a terceira sala – Mãos e mangarás – mostra suas viagens de ônibus pelo interior do Brasil e o interesse por modos de fazer diversos. Aqui vemos o artista se interessar mais intensamente pela serigrafia e a repetição de motivos que lhe são caros: as mãos e a flor de bananeira – chamada de Mangará. É possível observar Império interpretar em imagens da natureza os rendimentos da revolução sexual e de costumes levada a cabo nos anos 1970. O arco-íris aparece como uma marca de uma sociedade mais diversa, com novos atores políticos que começam a surgir na década de 1980.  

 

O artista morre em 1985, adoecido pelo HIV. É um dos primeiros casos notórios do Brasil, tratado pela imprensa com preconceito e desconhecimento. Ano passado, durante o show de Madonna, seu retrato apareceu entre os homenageados durante a canção Live to tell.  

 


Bethânia, amiga e musa 

 

A tríade constituída pela cantora Maria Bethânia, o diretor de arte e figurinista Flávio Império (1935– 1985) e diretor Fauzi Arap (1938-2013) começou com o espetáculo Rosa do Ventos (1971), que marcou época pela maneira original que combinava o espetáculo teatral e o show de música popular. A cenografia e os figurinos de Flávio Império envolvem a cantora, e constituem parte do significado do show. No espetáculo, havia trechos de textos de Clarice Lispector (1920-1970) e Fernando Pessoa (1888-1935), a construção do cenário foi desenvolvida em parceria com a Casa das Palmeiras, da médica e psiquiatra Nise da Silveira (1905-1999).   

 

O artista ainda elaborou plasticamente outras seis montagens da intérprete: A Cena Muda (1974); Os Doces Bárbaros (1976), este com Gil, Caetano e Gal; Pássaro da Manhã (1977); Maria Bethânia (1979); Estranha Forma de Vida (1981) e 20 Anos de Paixão (1985). No programa do último trabalho, dirigido por Bibi Ferreira, Bethânia homenageou o amigo recém-falecido.  

 

A exposição Flávio Império: tens a vontade e ela é livre é apresentada por Bradesco e patrocinada por Livelo, na categoria Platinum, Mattos Filho, na categoria Ouro e Nescafé Dolce Gusto, na categoria Prata. 

 


SOBRE O ARTISTA 

 

Flávio Império (1935-19850) formou-se em arquitetura na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (FAU-USP), mas desde cedo transitou entre os campos do teatro, das artes visuais e do urbanismo. Essa fluidez entre disciplinas era uma questão de habilidade técnica, mas sobretudo de um posicionamento crítico frente às compartimentalizações acadêmicas e ao elitismo da arte tradicional. O artista faleceu em decorrência do HIV, em 1985, aos 50 anos de idade.  

 


SOBRE A PINACOTECA DE SÃO PAULO     

     

A Pinacoteca de São Paulo é um museu de artes visuais com ênfase na produção brasileira do século XIX até́ a contemporaneidade e em diálogo com as culturas do mundo. Museu de arte mais antigo da cidade, fundado em 1905 pelo Governo do Estado de São Paulo, vem realizando mostras de sua renomada coleção de arte brasileira e exposições temporárias de artistas nacionais e internacionais em seus três edifícios, a Pina Luz, a Pina Estação e a Pina Contemporânea. A Pinacoteca também elabora e apresenta projetos públicos multidisciplinares, além de abrigar um programa educativo abrangente e inclusivo. B3, a bolsa do Brasil, é Mantenedora da Pinacoteca de São Paulo.  

         


SERVIÇO

     

Pinacoteca de São Paulo  

Edifício Pina Contemporânea | Grande Galeria 


Período: 28.06 - 01.02.2026 


De quarta a segunda, das 10h às 18h (entrada até 17h)     


Gratuitos aos sábados - R$ 30,00 (inteira) e R$ 15,00 (meia-entrada), ingresso único com acesso aos três edifícios - válido somente para o dia marcado no ingresso   

2º Domingo do mês – gratuidade Mantenedora B3   

  


 


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