Exposição individual "São Paulo é um gibi", de Link Museu

Ateliê397 inaugura São Paulo é um gibi, primeira exposição individual do artista Link Museu

A mostra, que acontece simultaneamente em dois espaços na Travessa Dona Paula, apresenta trabalhos em que convergem pixação e pintura, os dois campos de atuação do artista.

No próximo sábado, dia 26 de abril, das 14h às 19h, será inaugurada São Paulo é um gibi, primeira exposição individual de Link Museu, com curadoria de Thais Rivitti. A mostra acontece simultaneamente no Ateliê397 e no Ateliê Shirley Cipullo, ambos na Travessa Dona Paula, em Higienópolis, São Paulo.

Link Museu é um artista que transita entre muitos universos. Há mais de duas décadas vem pixando MUSEU, a griffe da qual faz parte, nos muros da cidade de São Paulo. No ambiente da pixação, Link é uma figura muito presente, conhecida e admirada como alguém que escolheu o pixo como linguagem, como forma de expressão para reivindicar visibilidade para a periferia e como forma de protesto. A exposição São Paulo é um gibi mostra a conversa entre a pixação e a prática de pintura, que o artista também se dedica há cinco anos. Em suas telas, ele incorpora os estilos do pixo - rolinho, spray, grapixo e o bomb - formas marcantes da cena paulistana da pixação. Nas pinturas, inéditas, produzidas especialmente para a mostra, vemos uma apreensão muito particular do espaço pictórico.

Segundo a curadora: "Por vezes, observamos um enquadramento tenso, como se aquilo que estivesse sendo pintado estivesse comprimido no espaço da tela fazendo referência ao que o universo de pixo chama de encaixe, situação em que a tag (assinatura) é encaixada entre outras intervenções que já existiam, respeitosamente, sem atropelo. Outras vezes, os componentes gráficos (letras e pequenos símbolos) são precisamente dispostos, intercalados, ritmados, na tela, ocupando de forma calculada e equilibrada o espaço disponível". Ainda sobre esse assunto, Thais Rivitti observa: "Uma perspectiva radicalmente frontal pode ser vista em muitas das pinturas, algo que carrega as marcas de quem pinta muro encarando-o sempre de frente". A curadora também explica que algumas pinturas são feitas com uma tinta preparada pelo próprio artista que tem em sua composição terra de diversos locais da cidade de São Paulo. "Num procedimento conceitual, ele traz o espaço urbano para dentro das pinturas", afirma.

Para a exposição, também foi realizado um vídeo que mostra uma visita com o artista aos principais pixos na rota centro-zona leste, mais precisamente ao bairro de Guaianases, onde onde o Link vive, mostrando alguns dos pixos mais importantes do artista pela cidade de São Paulo. A direção e roteiro é de Martha Nehring e a direção de fotografia de Zuma Link.

Sobre Link Museu

Link Museu tem 38 anos, é nascido, criado e residente de Guaianases, extremo da zona leste de São Paulo. Pichador e grafiteiro, desde 2001 participa do pixo Museu. Desde 2019, atua na arte contemporânea, produzindo pinturas e escrevendo poesias. Atualmente, integra o Ateliê da Rapa, junto de Tito Terapia e Evandro Cesar. Entre suas exposições mais recentes, destacam-se "Ar Livre: paisagem contemporânea em Cidade Tiradentes", com artistas integrantes de coletivos do bairro e curadoria de Marina Frúgoli e Rodrigo Andrade, no Centro Cultural Maria Antônia, em São Paulo (2024); "Situações/Paisagens urbanas", coletiva com pintores da zona leste e curadoria de Aracy Amaral, na Galeria Berenice Arvani, em São Paulo (2024); "Soma", na Galeria Millan, com pinturas produzidas junto com o artista Rodrigo Andrade (2021); e "UM LUGAR LUGAR NENHUM: Paisagens contemporâneas", na Galeria Marília Razuk, coletiva com pintores de diferentes gerações e trajetórias, curada por Rodrigo Andrade (2021). Suas obras fazem parte da coleção de diversos artistas, colecionadores e curadores, entres eles: Alexandre Martins Fontes, Jac Leirner, Nando Reis, Paulo Monteiro, Paulo Portela e Sergio Sister. Link também realizou diversas ações sociais nos bairros de Itaquera, Cidade Tiradentes e Guaianazes, entre as quais o Sarau dos Loucos e a Horta Urbana.

Sobre Thais Rivitti

Thais Rivitti é crítica de arte e curadora independente. Gestora do espaço independente de arte Ateliê397 de 2010 a 2018 e de agosto de 2020 até hoje. No 397, integra o coletivo feminista Vozes Agudas e coordena atividades como cursos de acompanhamento de projetos de arte, exposições e simpósios internacionais (como "O artista gestor e a potência independente" e "Douglas Crimp: before pictures" ambos de 2015). Foi curadora das seguintes exposições: Dizer Não (Ateliê397, 2021); Ratos e Urubus (CCSP, 2019); Modos de Ver o Brasil (Oca, SP, 2017, em parceria com Paulo Herkenhoff e Leno Veras); João Loureiro: Gelo para Festas (Sesc, 2017, em parceria com Cadu Riccioppo); Rodrigo Andrade: Praça da República (Ateliê397, 2016); Tombo, exposição de Rodrigo Braga (Casa França-Brasil, RJ, 2015); Ana Luiza Dias Batista: Faça Aqui (Ateliê397, 2015); Espaços Independentes: a Alma é o Segredo do Negócio (Funarte, 2012-2013); e Mônica Nador: Pintura de Exteriores (Pinacoteca do Estado de São Paulo, 2010), entre outras. Foi coordenadora editorial dos livros: Beatriz Milhazes: Pinturas, Colagens (2008); Leda Catunda (2009); Andy Warhol: Mr. America (2010); Carmela Gross: um Corpo de Ideias (2011); Antoni Muntadas: INFORMAÇÃO >> ESPAÇO >> CONTROLE (2011); Monica Nador e JAMAC (2013); e Marcia Pastore: Contracorpo (2019), todos pela Pinacoteca de São Paulo. É graduada em Jornalismo pela PUC-SP e em Filosofia pela USP, onde também fez seu mestrado, sobre a obra de Cildo Meireles. Como crítica de arte, contribui regularmente com publicações especializadas.

Serviço

São Paulo é um gibi

Individual de Link Museu

Curadoria: Thais Rivitti

Abertura: 26 de abril, das 14h às 19h

Visitação: 26 de abril a 14 de junho

Quarta a sábado, das 14h às 18h

Ateliê397

Travessa Dona Paula, 119A - Higienópolis, São Paulo

Ateliê Shirley Cipullo

Travessa Dona Paula, 126 - Higienópolis, São Paulo

Para mais informações: contato@atelie397.com | Ateliê397