

Exposição individual “Sangue Azul”, de Marcos Chaves
Exposição
- Nome: Exposição individual “Sangue Azul”, de Marcos Chaves
- Abertura: 07 de junho 2025
- Visitação: até 16 de agosto 2025
Local
- Local: Nara Roesler São Paulo
- Evento Online: Não
- Endereço: Avenida Europa, 655
Nara Roesler São Paulo apresenta a exposição
Marcos Chaves – Sangue Azul
Destacado nome na arte contemporânea, Marcos Chaves apresenta o resultado de uma pesquisa iniciada em 2013, quando imprimiu em tapetes fotografias que fez de tecidos da Coleção Eva Klabin, no Rio de Janeiro. Desde então, em meio a outros trabalhos, o artista vem fotografando tapetes que cobrem o chão de palácios construídos durante impérios na França e na Itália. Essas imagens capturadas se transformam novamente em tapetes, em diversos tons de vermelho, que estarão nas paredes da Nara Roesler São Paulo, revelando o olhar de Marcos Chaves sobre o desgaste sofrido pelos tecidos e pela geometria percebida nas várias camadas das tramas originais. “Gosto muito da ideia de degradê, da cor que vai sumindo, e de seu significado em francês também de degradado, coisa gasta, decadente”, diz o artista. Estarão também na exposição três trabalhos de Marcos Chaves feitos em 1992 e também em vermelho: “Our Love Will grow vaster than empires”, verso gravado em um pedaço de veludo e fincado na parede por um canivete suíço; a bolsa “Jaws”, e o par de sapatos de saltos altos “Sem título”.
A Nara Roesler São Paulo tem o prazer de convidar para a abertura da exposição “Sangue Azul”, com novos e inéditos trabalhos de Marcos Chaves, no dia 7 de junho de 2025, às 11h. As obras são resultado de uma pesquisa iniciada em 2013, em que o artista imprimiu em tapetes fotografias que fez de tecidos variados da Coleção Eva Klabin, dentro do 17º Projeto Respiração, na Fundação Eva Klabin, no Rio de Janeiro. Na grande sala de pé direito duplo, no lado esquerdo da galeria Nara Roesler, Marcos Chaves vai criar um ambiente imersivo com baixa iluminação, e foco nos tapetes pendurados nas paredes, todos produzidos em 2025. As dimensões das obras variam de 200 x 266 cm a 150 x 112,5 cm. Cobrindo todo o chão estará um carpete de 5,90 m x 8,39m, versão em grande escala de uma fotografia de 2013, feita de um veludo da Coleção Eva Klabin. Os tapetes nas paredes, em tons de vermelho, reproduzem as fotografias feitas pelo artista do chão acarpetado de locais históricos europeus, como o Palazzo Doria Pamphilj, construído em Roma, no século 16; a escadaria que leva ao único trono existente de Napoleão Bonaparte (1769-1821), no Castelo de Fontainebleau, na França, residência dos reis franceses, e que data dos primórdios do século 12; e a Ópera Garnier, projetada durante o reinado de Napoleão III (1808-1873), o décimo-terceiro palácio a abrigar a Ópera de Paris, fundada por Luís XIV.
“Gosto muito da ideia de degradê, da cor que vai sumindo, e de seu significado em francês também de degradado, coisa gasta, decadente. Com o uso ao longo do tempo, é possível ver nesses tapetes europeus suas várias camadas, em que a trama sobressai e forma um grid. Também ficam visíveis marcas do peso sobre o chão em que o tapete está colocado, formando baixos-relevos. Essa ideia de coisa gasta e a geometria que surge são o que gosto nesse trabalho, que acaba por quase ser uma homenagem à pintura, como se eu estivesse pintando com a fotografia e o pelo do tapete”, conta Marcos Chaves. Alguns trabalhos criam uma perspectiva “ao contrário”, como o que traz os degraus para o trono de Napoleão, e que estará na fachada da galeria, na vitrine.
“OUR LOVE WILL GROW VASTER THAN EMPIRES”
Na primeira sala da exposição, Marcos Chaves vai mostrar três objetos, também na cor vermelha. O primeiro é “Our Love Will grow vaster than empires” (2025), verso do poeta inglês Andrew Marvell (1621–1678) inscrito em um pedaço de veludo e fincado na parede por um canivete suíço. A obra é derivada de um trabalho de 1991, “MessAge”, com canivete e plástico. Os dois outros trabalhos são “readymade”, de 1992 – a bolsa “Jaws”, descoberta por Marcos Chaves emuma feira tipo “mercado de pulgas”, e “Sem título”, um par de sapatos de salto alto encontrado na rua, em uma áreafrequentada por travestis.
O texto crítico é de Ginevra Bria,curadora com vinte anos de trajetória, dedicada a examinar as artes moderna e contemporânea no Brasil. Ela é professora-assistente na Unicamp, onde finaliza sua dissertação iniciada há seis anos para seu PhD em História da Arte na Rice University, em Houston, EUA – “The NoncolorofIndigeneity. Na Art History of Scientific Racism in Brazil, 1865-1935”.Em seu texto sobre a exposição de Marcos Chaves na Nara Roesler São Paulo ela enfatiza: “Em total admiração pela prática da pintura, que Chaves nunca abordou e formalizou, ‘Sangue Azul’ entrelaça fotografias, instalações e esculturas”. “Mas, como eixo expositivo, a fotografia toma emprestado os títulos das obras às contradições de supremacia da nobreza, da política e das uniões de razão de ser históricas (citando espaços de poder como Fontainebleau, Pamphilij e Garnier”. GinevraBria destaca ainda que “neste projeto, entre o lento apagamento das dimensões verticais e horizontais, cada elemento representado, ou ampliado, é hipostasiado num movimento temporal, enquanto a nobre dinâmica dos vermelhos é intemporal. E enobrecida”.
SOBRE MARCOS CHAVES
Nascido em 1961, no Rio de Janeiro, Marcos Chaves transita por diversas mídias, característica de seu trabalho. A variedade de sua produção – objetos, esculturas, instalações, fotografias, vídeos, palavras e sons – é feita em consonância com seu trabalho profundamente crítico, que embora coerente permanece aberto a interpretações, especialmente em função da marcada presença de humor e ironia. Em sua obra, é frequente a apropriação de pequenos elementos ou cenas da vida cotidiana, que evidenciam, de maneira direta, ou a partir de pequenas intervenções, o caráter extraordinário que pode habitar no prosaico. Sua produção se insere, de maneira renovada, na longa tradição de artistas que tensionam a relação entre imagem e linguagem ao propor, por exemplo, títulos sutilmente ambíguos e divertidos, que conduzem a uma reflexão bem-humorada sobre a sociedade e a cultura.
Suas obras integram as coleções institucionais: Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand (MASP); Centro de Arte de Caja de Burgos (CAB), Burgos, Espanha;MuseuOscar Niemeyer (MON), Curitiba;Instituto Itaú Cultural, São Paulo; Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM-Rio);The Ella Fontanals-CisnerosCollection, Miami, EUA; Centro per l'ArteContemporanea Luigi Pecci, Prato, Itália;Fundação Iberê Camargo, Porto Alegre;Itaú Cultural, São Paulo, Santander Brasil, Porto Alegre;Casa Roberto Marinho, Rio de Janeiro; AkzoNobel Collection, Amsterdã; Lakeside Collection, Roterdã, Holanda.
Recentemente participou de duas coletivas no MASP – “Histórias LGBTQIAP+”, em 2024, e “Histórias brasileiras”, em 2022, e “Arte é bom”, Museu da Imagem e do Som (MIS), São Paulo, no mesmo ano. Em 2016, fez a individual “Perambulante”, na Nara Roesler São Paulo. Outras individuais recentes incluem: “Marcos Chaves: as imagens que nos contam”, no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM Rio), em 2021; “Vai Passar”, no Museu de Arte do Rio (MAR), em 2019; “Eu só vendo a vista”, no Museu de Arte Contemporânea de Niterói (MAC-Niterói), em 2017; e “Marcos Chaves – ARBOLABOR”, no Centro de Arte de Caja de Burgos (CAB), em Burgos, na Espanha, e “Paisagens Não Vistas”, no Museu de Arte do Rio (MAR), Rio de Janeiro, ambas em 2015. Apresentou trabalhos na 15ª Bienal de Havana, em 2024; 17ª Bienal de Cerveira, Portugal, em 2013; 54ª Bienal de Veneza, Itália, em 2011; Manifesta 7, Trentino-Alto Ádige, Itália, em 2008, e também nas coletivas: “Utopias e distopias”, no Museu de Arte Moderna da Bahia (MAM-BA), em 2022, em Salvador; “Alegria – A natureza-morta nas coleções MAM Rio”, Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM Rio), em 2019; “InsidetheCollection – ApproachingThirtyYearsofthe Centro Pecci” (1988-2018), Centro per l'ArteContemporanea Luigi Pecci, em 2018, Prato, Itália; “Troposphere – ChineseandBrazilianContemporaryArt”, em 2017, Beijing MinshengArtMuseum; “Brasil, Beleza?! ContemporaryBrazilianSculpture”, em 2016, MuseumBeeldenaanZee, Haia, Países Baixos; 25ª Bienal Internacional de São Paulo, em 2002; 1ª e 5ª Bienais do Mercosul, em 1997 e 2005, em Porto Alegre, entre outras bienais. Recentemente publicou os livros de artista “It Looked, and I Looked Back” (2024, KMEC Books) e “Bem-vindo (ao Rio) / Welcome (to NYC)” (2023, FamiliaEditions). Outras publicações suas são: “Marcos Chaves – ARBOLABOR” (2015, Centro de Artes de Burgos, Espanha); “Marcos Chaves – Paisagens não vistas” (Museu de Arte do Rio, 2015); “Chaves” (Oi Futuro, Editora Aeroplano, 2008); “Marcos Chaves” (Edição ArteBra Automática/Casa da Palavra, 2007); “Marcos Chaves – XVI Salão Nacional de Artes Plásticas (Funarte, 2000).
SOBRE NARA ROESLER
Nara Roesler é uma das principais galerias de arte contemporânea do Brasil, representa artistas brasileiros e latino-americanos influentes da década de 1950, além de importantes artistas estabelecidos e em início de carreira que dialogam com as tendências inauguradas por essas figuras históricas. Fundada em 1989 por Nara Roesler, a galeria fomenta a inovação curatorial consistentemente, sempre mantendo os mais altos padrões de qualidade em suas produções artísticas. Para tanto, desenvolveu um programa de exposições seleto e rigoroso, em estreita colaboração com seus artistas; implantou e manteve o programa Roesler Hotel, uma plataforma de projetos curatoriais; e apoiou seus artistas continuamente, para além do espaço da galeria, trabalhando em parceria com instituições e curadores em exposições externas. A galeria duplicou seu espaço expositivo em São Paulo em 2012 e inaugurou novos espaços no Rio de Janeiro, em 2014, e em Nova York, em 2015, dando continuidade à sua missão de proporcionar a melhor plataforma possível para que seus artistas possam expor seus trabalhos.
Serviço
Exposição “Marcos Chaves - Sangue Azul”
Nara Roesler São Paulo
Abertura: 7 de junho de 2025, às 11h
Até: 16 de agosto de 2025
Texto crítico: GinevraBria
Entrada gratuita
Nara Roesler, São Paulo
Avenida Europa, 655
Segunda a sexta, das 10h às 19h
Sábado, das 11h às 15h
Telefone: 55 (11) 2039 5454
info@nararoesler.art