Exposição individual "Nem Toda Repetição É Uma Volta", de Caio Marcolini
Exposição

Exposição individual "Nem Toda Repetição É Uma Volta", de Caio Marcolini

Exposição

  • Nome: Exposição individual "Nem Toda Repetição É Uma Volta", de Caio Marcolini
  • Abertura: 23 de abril 2025
  • Visitação: até 23 de maio 2025
  • Galeria: Galeria Lica Pedrosa

Local

  • Local: Galeria Lica Pedrosa
  • Evento Online: Não
  • Endereço: Rua Padre Manuel de Chaves, 44

NEM TODA REPETIÇÃO É UMA VOLTA

CAIO MARCOLINI


É do prazer da técnica que parece nascer o trabalho de Caio Marcolini. Da tensão entre o material e o desejo que somente a técnica e a intimidade com o metal – o latão, o ferro, o cobre e suas variações tonais pelo processo de oxidação – podem ajudar a superar. Com formação em Desenho Industrial e em Joalheria no Rio de Janeiro, seguida de uma longa experiência com ourivesaria em Portugal, Caio aprendeu a testar os limites do material. Sua intimidade é tamanha – desde a construção de suas próprias ferramentas aos inúmeros testes aos quais o metal foi submetido – que a trama, tão precisa e regular, se confunde com uma malha industrial. Mas nenhuma solução industrial seria capaz de oferecer a fluidez e organicidade que o material alcança nas obras de Caio.


Apesar da relação direta com a biologia e a taxonomia em seu trabalho e na nomeação das famílias de esculturas, como Sistemas e Colônias, sua produção alude a organismos inventados muito mais pela maneira como crescem e se reproduzem, do que pela forma que adquirem ao final. Explico: tudo começa com uma mesma trama inicial, em uma técnica criada por Caio, a partir da qual a escultura vai sendo desenvolvida por adição. Essa trama, a célula primeira de seu trabalho, se multiplica e se junta de diferentes maneiras – abrindo, bifurcando, cortando, dobrando ou enchendo – de modo a criar as variações de volumes e formas que surgem em sua produção. É a partir dessa repetição que o trabalho varia e se transforma. Partindo dessa célula inicial, todo o corpo pode ser criado.


As formas que aparecem em seus trabalhos vão sendo definidas no encontro entre desejo e matéria: pouco é estabelecido, a priori, a respeito do que a obra irá se tornar. Isso é construído e revelado pelos caminhos que o próprio material abre ao longo do processo. Seu desejo é forte ao se relacionar com ele, o que lhe permitiu experimentar diferentes combinações e sistemas – às vezes fechados, longos, com bocas, gotas, volumes, híbridos, revirados e abraçados –, e que aqui podem ser vistos.


E mais: sua técnica encontra tal equilíbrio que as obras parecem desdenhar da gravidade. Têm estrutura própria, um esqueleto que sustenta o corpo e que lhes permite ocupar o espaço de variadas maneiras – nas paredes, nos cantos, nos altos e nos baixos, às vezes juntas, outras vezes solitárias. O que se vê no espaço é somente um instante, um momento congelado em seu movimento contínuo do fazer e do transformar.


Agora, com o olhar mais atento, os convidamos a perceber como, a cada repetição, tudo muda.


Catalina Bergues



Caio Marcolini


É artista plástico, formado em Desenho Industrial pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ, 2012) e técnico em Ourivesaria pelo SENAI (Rio de Janeiro, 2007), ambos no Brasil. Foi aluno da Escola de Artes Visuais do Parque Lage, Rio de Janeiro, teve aula com professor e artista Bruno Miguel (Portfólio de Artista: Estratégias de Apresentação e Desenvolvimento de Carreira, 2022), com a professora e artista Anna Bella Geiger e do professor e curador Fernando Cocchiarale (Sobre os Abstracionismos Nacionais e Internacionais, 2020), com o professor e artista Franz Manata (Desenvolvimento de projeto, 2016) e do professor Charles Watson (Processo Criativo, I, II, III, 2015).


O trabalho artístico de Caio Marcolini se confunde com seu ofício e formação em ourivesaria, artes e desenho industrial. Se por um lado é possível imaginar as contradições e particularidades entre tais campos, a partir de suas lógicas distintas de pensamento e produção, o que Caio faz é justamente confundir fronteiras, ao deslocar seu construto entre esses espaços discursivos. Sua investigação se situa entre o material e o etéreo, e está endereçada à elaboração de objetos cuja estrutura em fio de metal é concebida por meio de ferramentas desenvolvidas pelo próprio artista. Sua prática é nutrida e se nutre pelo gesto do movimento: a ideia se move à feitura do objeto, uma trama maleável de infinitos elos, e toma forma, se reconstrói, tanto quanto permita o ensejo de seu criador.



Serviço


Exposição "Nem Toda Repetição É Uma Volta"

Caio Marcolini

Abertura: 23 de abril, 2025 | 18h - 21h

Galeria Lica Pedrosa

Exposição: 23 de abril - 23 de maio, 2025 | 18h - 21h

Horários: segunda a sexta-feira, 10h-18h | sábado, 10h-14h

Rua Padre Manuel de Chaves, 44

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